Ter de ou ter que? Perceba as diferenças… Por vezes, surgem dúvidas na língua portuguesa. Incertezas que devem ser esclarecidas no imediato, pois podem dar origem a erros verdadeiramente embaraçosos. São erros que podem deixar-nos envergonhados, pois revelam ignorância em relação a conhecimentos básicos.
É frequente surgirem dúvidas em relação a determinadas expressões em que sabermos que temos de optar pela expressão A ou pela expressão B. Logo, há 50% de probabilidade de estarmos a cometer uma gaffe. Pode ser uma pequena distração, mas representar uma grande mancha na nossa reputação…
Língua Portuguesa: diz-se Ter de ou Ter que?
Deve dizer-se “ter de” ou “ter que”? Esta é uma dúvida que pode surgir frequentemente e a resposta pode não ser tão fácil quanto se pode imaginar. Por vezes, a nossa língua desafia-nos a explorar os nossos conhecimentos, a esclarecer as nossas dúvidas.
Deve dizer-se “ter de” ou “ter que”? Qual a sua resposta a esta questão? Deve optar pela expressão A ou pela expressão B? O desconhecimento torna fácil o erro.
Cometer erros num caso em que se se tem duas opções, A e B, é algo extremamente provável, pois há uma probabilidade de 50% de estar certo ou de estar errado. Se houver uma distração, o erro pode surgir e ser verdadeiramente humilhante.
Este é um erro comum. Ouvimos de modo frequente este erro ser repetido, quer nas televisões (programas matinais, entrevistas de rua, telejornais, entre outras opções), quer quando lemos os jornais, quando lemos livros, quando lemos revistas, entre muitas outras opções do género.
Estes erros mancham a reputação de pessoas que tanto batalharam para a construir. Quando há a obrigação de evitar estes erros, como em professores universitários, políticos, professores de português, é quando se torna mais humilhante cometer as gaffes. Entre esses erros comuns e humilhantes, está o que surge da incerteza entre usar “ter de” ou “ter que”. Construa conhecimento e evite confusões entre estas opções.
É comum vermos ambas as formas usadas no discurso falado, o que só contribui para o aumento da dúvida. Contudo, deve ter-se o maior cuidado nas opções que são tomadas, pois o erro pode ficar perpetuado, especialmente na escrita. Ambas as formas, embora sejam muito parecidas, devem ser usadas de formas distintas. Quer ficar a perceber?
Vejamos os exemplos que se seguem:
Opção A: “– Tenho de sair antes das 20h.”
Opção B: “– Tenho que sair antes das 19h.”
Opção A: “– Fui multado, tenho de pagar a multa.”
Opção B: “– Fui multado. Tenho que pagar a multa.”
Em cada um dos contextos, qual das formas deve usar? Tenha em conta a explicação que se segue e, seguramente, ficará devidamente esclarecido.
O uso da expressão “ter de” ou “ter que” é determinado quer pelo contexto, quer pelo enquadramento gramatical destas expressões, quer também pela intenção com que a frase é dita.
Se houve obrigatoriedade em fazer algo, então devemos dizer/escrever «tenho de fazer A». Mas, se nos referimos a algo que se pode fazer, então, nesse caso, devemos dizer «tenho que fazer B».
Assim sendo, devemos perceber o seguinte:
«Tenho que»
É uma expressão que deve ser usada quando falamos de algo que queremos fazer. Pretendemos fazê-lo, embora não seja obrigatório fazê-lo.
Por exemplo, deve ser usada quando o verbo vai no sentido de possuir algo ou ser detentor de algo. «Como já regressei da escola, tenho que fazer os trabalhos de casa.»
«Ter de»
É uma expressão que transmite o desejo de algo, expressando ainda o dever de fazer determinada coisa. É uma expressão que transmite a obrigação de cumprir algo (cumprir uma determinada lei, pagar uma determinada multa,…). É uma expressão que transmite a necessidade de fazer algo.
Desta forma, “ter de” é uma expressão que corresponde ao desejo de realizar (ou necessidade, ou obrigação, ou dever) o ato expresso pelo verbo que surge na sequência da expressão, logo, o verbo principal.
Agora que há uma maior noção das diferenças entre os vários momentos em que deve usar as expressões “ter de” ou “ter que”, seguramente que irá cometer menos erros, com estas expressões ou com outras do género.
Assim, a recomendação que deixamos é que tenha sempre o maior cuidado no uso destas duas expressões, pois são tão parecidas que podem gerar diversas confusões. Na oralidade, acaba por ser algo diferente, pois a substituição de uma por outra torna-se praticamente impercetível. Contudo, quando tal acontece na comunicação escrita, já não se pode encarar da mesma forma.
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NCultura
Agora já sabe quando deve escrever Ter de e Ter que. Se tem alguma dúvida de português que gostaria de ver esclarecida no nosso próximo artigo, deixe-nos o seu comentário.
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Boa tarde,
Muito obrigado pelo vosso excelente trabalho.
Uma questão: Probabilidade de 50%, certo, ou errado?
A meu ver errado porque a probabilidade não se mede em percentagem.
Gostaria de conhecer o vosso comentário.
Cumprimentos,
José Marreiro
Probabilidade, pode ser em número decimal, ou em percentagem, logo, a meu ver, está correta a frase.
Maria
Olá José, boa noite.
A probabilidade pode ser expressa em porcentagem sim. Desta forma, dizer que algo tem 50% de chance/probabilidade de acontecer ou que uma vacina tem a probabilidade de te proteger em 76% do agente biológico é correto.
Tem razão, a probabilidade varia entre 0 e 1 e portanto não existe probabilidade de 50%; quanto muito, será o nível de confiança.
Bravo! Eu usava uma expressão no lugar de outra como uma questão de preferência.
Pode, se favor, satisfazer-me a dúvida seguinte:
_ diz-se:
1. PREFERIR A a B
2. PREFERIR A do que B?
É graça, todos os dias aprendemos.
Salve!