D. Sancho II terá sido um rei distinto, sendo um dos monarcas mais incompreendidos da História de Portugal. Portugal hoje representa uma pequena parte da Europa. Contudo, no passado, já foi grande protagonista, liderando as descobertas na exploração dos mares e oceanos. O nosso país deu novos mundos ao mundo. É a parte mais rica da nossa história que é longa, contando com quase 900 anos de história.
Em grande parte desse tempo, Portugal foi liderado por Reis e Rainhas, um tempo bem distinto do nosso, repleto de curiosidades. Os monarcas revelaram ter defeitos e virtudes, erraram muito, estando na origem de diversas controvérsias. No presente artigo, centramos a nossa atenção no Rei D. Sancho II.
D. Sancho II, o rei incompreendido que Portugal não quis?
Dinastia
O Rei D. Sancho II Integrou a 1ª Dinastia, aquela ficou conhecida por Afonsina ou de Borgonha. Foi o quarto rei de Portugal, um reino que teve em D. Afonso Henriques o seu fundador.
D. Afonso Henriques, “O Conquistador”, foi rei desde 1143 até falecer. Foi sucedido pelo seu filho, em 1185. D. Sancho I, “O Povoador”, reinou Portugal até 1211. D. Afonso II, “O Gordo”, reinou Portugal até ao ano de 1223. O mesmo ano em que D. Sancho II assumiu o trono.
D. Sancho II nasceu no dia 08 de setembro de 1209, em Coimbra. D. Sancho II, filho de D. Afonso II e D. Urraca, reinou durante mais de duas décadas. Aquele que ficou conhecido como “O Capelo” casou-se com D. Mécia Lopes de Haro, tendo falecido no dia 04 de janeiro de 1248, em Toledo. Reinou entre 1223 e 1248. Foi sucedido pelo seu irmão, D. Afonso III, que ficou conhecido por “O Bolonhês”.
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O amor
D. Sancho II envolveu-se com Mécia López de Haro, uma linda e misteriosa mulher com quem o Rei se casou. Tornou-a rainha contra a vontade geral. Mécia Lopes de Haro (ou Mencia Lopez de Haro) nasceu numa família nobre. Era uma dama leoneso-biscainha.
O seu matrimónio com D. Sancho II acabou por ser anulado pelo papa Inocêncio IV no Concílio de Lião. Assim, D. Mécia desempenhou um papel de protagonista na crise política do país, em 1245. Mécia tinha contraído um primeiro matrimónio com Álvaro Peres de Castro, antes de se envolver com o Rei.
D. Álvaro Peres de Castro era um cavaleiro reconhecido na corte pelo seu papel durante as guerras de Fernando III contra os mouros. Cumpriu com sucesso uma importante missão de estabelecimento de uma trégua pactuada entre o monarca de Castela e os mouros, algo que levou à libertação de cerca de 300 cristãos. Entre os cristãos libertados estava Dias de Haro e a sua filha, D. Mécia…
O contexto
O Rei D. Sancho II é um dos monarcas mais fascinantes da nossa história. Uma história que guarda pouca informação sobre o rei, deixando muito espaço para especulações. Mas será que o pouco que se sabe é fruto de um castigo ou de uma maldição?
O rei delfim
D. Afonso II tinha assumido o trono após a morte do pai, era ainda criança. A tenra idade de D. Sancho fragiliza o reino, ficando este potencialmente vulnerável, aberto a diversos abusos por parte das classes dirigentes.
Este contexto leva a um choque com as mais baixas camadas da sociedade que até aí tinham sido beneficiadas pelo apoio real que tinha atribuído forais, fomentado o crescimento de condições com a criação de diferentes concelhos e de feiras.
O reinado turbulento
O seu reinado não foi o mais feliz, nem para si, nem para o povo. Num reinado atribulado e turbulento que acabou por ter no seu irmão um feroz opositor. D. Sancho II teve a infelicidade de viver num contexto delicado.
A instabilidade política levou a que vários dirigentes políticos e religiosos tivessem apelado ao Papa para que este interferisse. O seu reinado é assim vivido em constante conflito com a Igreja e entre intrigas familiares e políticas. O desenlace é cruel, tendo enfrentado uma guerra civil contra o irmão, que se viu legitimado pelo Papa para o derrubar.
D. Afonso III, irmão mais novo, contava com o apoio da nobreza e do clero e, na sequência de um confronto militar, roubou a coroa a D. Sancho II.
A morte
O rei retirou-se para Toledo onde veio a falecer. O Rei português morreu doente e sozinho em Toledo, depois de ter amado e sofrido. O rei morreu incompreendido, afastado de quem deveria reinar.
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O nome de família TEIXEIRA foi outorgado a D. Hermígio Mendes de Teixeira, pelo segundo rei de Portugal, D. Sancho I, lá pelos anos 1185, devido a abundância de uma árvore chamada TEIXO nas terras de D. Hermígio.