Conheça a lenda da Batalha de Ourique. A história de D. Afonso Henriques e a luz que o levou a ser aclamado Rei de Portugal.
D. Afonso Henriques foi o primeiro rei português. O homem que deu início à história de Portugal. Foi com ele que começou a 1ª Dinastia de reis portugueses, uma dinastia que ficou conhecida como Dinastia Afonsina (ou Dinastia de Borgonha).
D. Afonso Henriques nasceu no dia 25 de junho de 1111, na cidade que hoje carinhosamente tratamos como “berço da nação”, Guimarães. D. Afonso Henriques foi filho de D. Henrique de Borgonha e de D. Teresa. O primeiro Rei do país ficou conhecido pelo cognome de “O Conquistador”. Ele teve um reinado longo, pois reinou entre 1143 e 1185.
Foi da relação estabelecida com D. Mafalda de Sabóia, que nasceu o seu sucessor, D. Sancho I. Este seu filho assumiu o trono após a morte do pai, tendo ficado conhecido como “O Povoador”. Depois de reinar entre 1185 e 1211, D. Sancho I deixou o trono para o seu filho, D. Afonso II, que era neto de D. Afonso Henriques.
O filho de D. Sancho I e de D. Dulce de Aragão, D. Afonso II, ficou conhecido como “O Gordo”, tendo reinado entre 1211 e 1223 e tendo dado origem à Dinastia Afonsina. Contudo, esta não teria iniciado sem um episódio importante, a Batalha de Ourique. Esta batalha ficou associada a uma lenda…
D. Afonso Henriques e a luz que o levou a ser aclamado Rei de Portugal
A Batalha de Ourique
D. Afonso Henriques terá sido aclamado Rei de Portugal na sequência da Batalha de Ourique. O momento da Batalha de Ourique é recordado como um episódio simbólico que se tornou num acontecimento chave para a História de Portugal. Há quem defenda que foi nessa Batalha que D. Afonso Henriques foi aclamado rei de Portugal, pela primeira vez, num momento ocorrido a 25 de julho de 1139.
Assim, após levar de vencida os exércitos dos cinco reis mouros, D. Afonso Henriques foi aclamado rei do reino e representou o exército cristão que no campo de Ourique defrontou e derrotou os cinco reis mouros (eram eles de Sevilha, Badajoz, Elvas, Évora e Beja) e os seus guerreiros. Estes reis ocupavam o sul da península.
A lenda
De acordo com a lenda, um pouco antes da batalha se realizar, D. Afonso Henriques recebeu a visita de um homem velho, uma pessoa que ele já tinha visto em sonhos. O homem fez a D. Afonso Henriques uma revelação profética de vitória, tendo defendido que: “Ele pôs sobre vós e sobre a vossa geração os olhos da Sua Misericórdia, até à décima sexta descendência, na qual se diminuirá a sucessão. Mas nela, assim diminuída, Ele tornará a pôr os olhos e verá.”
D. Afonso Henriques deveria sair do acampamento na noite seguinte, sozinho, devendo fazê-lo logo depois de ouvir a sineta da ermida onde o velho vivia, o que ocorreu.
A luz
D. Afonso Henriques foi surpreendido por um raio de luz que iluminou tudo o que o rodeava. A iluminação contribuiu para iluminar o Sinal da Cruz e Jesus Cristo crucificado. D. Afonso Henriques ficou emocionado com aquilo a que assistia, ajoelhou-se e, humildemente, ouviu a voz do Senhor.
Foi-lhe prometida a vitória naquela batalha, tal como haveria outras vitórias a surgir noutras batalhas, vitórias conquistadas pelo rei D. Afonso Henriques e outras conquistadas pelos seus descendentes.
Missão
Através de D. Afonso Henriques, Deus fundaria o Seu império. Seria através de D. Afonso Henriques que o Seu Nome seria levado às nações mais exóticas. Assim, Deus teria para D. Afonso Henriques e para o povo português grandes desígnios e tarefas.
D. Afonso Henriques regressou mais confiante para o acampamento. Assim, no dia seguinte, D. Afonso Henriques enfrentou a batalha com outra ambição. Os mouros perderam a batalha, fugiram perante a coragem dos portugueses, mas foram perseguidos e completamente dizimados.
De acordo com a lenda, D. Afonso Henriques quis que a bandeira portuguesa tivesse os cinco escudos ou quinas em cruz. Seria uma forma de representar os cinco reis mouros que foram vencidos e também as cinco chagas de cristo.
O rei que enfrentou a Igreja e elegeu um bispo negro
D. Afonso Henriques encontra-se associado a diversos episódios históricos relevantes. Um deles surgiu na sequência do bispo de Coimbra ter fugido. D. Afonso Henriques ousou nomear um bispo para o substituir. Depois de reunir os clérigos, D. Afonso Henriques nomeou um bispo entre eles.
Ao fazê-lo, D. Afonso Henriques demonstrou num gesto que não reconhecia autoridade ao bispo de Coimbra. D. Afonso Henriques escolheu um padre que ficou ligado a um evento histórico insólito. Foi o “Caso do Bispo Negro”, pois D. Afonso Henriques escolheu uma pessoa, Martim Suleimã. D. Afonso Henriques escolheu um mestiço, uma pessoa que tinha pele escura. Esse episódio revelou que D. Afonso Henriques revelava grande ousadia ou loucura. pois o Papa, ao ter conhecimento desse acontecimento, acabou por defender que D. Afonso Henriques era um herege. Julgando-o como tal, sentiu a necessidade de enviar um cardeal para que lhe ensinasse Fé.
Contudo, o Rei informou o mensageiro do Papa que em Portugal podia encontrar livros de Fé que eram tão bons ou melhores que os que se encontravam em Roma. Ora, o cardeal revalidou a excomunhão de D. Afonso Henriques e do reino português. D. Afonso Henriques perseguiu o Cardeal e informou-o que só lhe poupava a vida na condição do Cardeal obter uma carta do Papa que permitisse a retirada da excomunhão a Portugal e exigiu mais: exigiu que o Papa reconhecesse a independência de Portugal, algo que aconteceu mais tarde.
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