8 factos e curiosidades sobre Lisboa
Falamos de particularidades interessantes sobre a capital portuguesa. Venha daí descobrir 8 factos e curiosidades sobre Lisboa.
Como qualquer cidade, vila ou aldeia, Lisboa tem a sua história, repleta de particularidades e factos curiosos.
Mesmo que muitas dessas informações não façam parte da sua História (com “h” maiúsculo), mas antes do seu repertório de estórias e lendas, o importante é perceber como muitas destas coisas fazem parte do imaginário da cidade há séculos.
Para alfacinhas e não alfacinhas, estes factos curiosos vão diverti-lo e, de forma leve e descontraída, dar-lhe a conhecer um pouco mais sobre as características da nossa capital.
SETE COLINAS
É comum as pessoas referirem-se à capital como a “cidade das sete colinas”. Reza a lenda que a sua origem será da responsabilidade de uma rainha-serpente que se apaixonou por Ulisses e, uma vez deixada por este, ter-se-à lançado ao rio, com o desgosto.
Ao serpentear, com a sua cauda, até ao rio, ela formou estas sete elevações, com os nomes de: São Jorge, São Vicente, São Roque, Santa Catarina, Chagas e Sant’Ana.
O CORVO
É costume associar-se a capital a um símbolo: o corvo. Mas porquê? A resposta assenta numa lenda que remonta ao tempo da ocupação muçulmana da Península Ibérica. Os cristãos de Valência quiseram levar o corpo de São Vicente (padroeiro de Lisboa), martirizado pelos mouros, para as Astúrias.
Contudo, não o conseguiram fazer, tendo o mártir sido sepultado na aldeia de São Vicente. Mais tarde, no momento da conquista do Algarve por D. Afonso Henriques, a aldeia é destruída e passa a desconhecer-se o local de sepultamento de São Vicente.
É, nessa altura, que se avista um bando de corvos a sobrevoar insistentemente um determinado local, onde estavam, precisamente, os restos mortais do mártir.
Conta-se ainda que em 1176, quando D. Afonso Henriques ordena que um barco seguisse para Lisboa, a embarcação foi sempre acompanhada e protegida por dois corvos. Mais que um símbolo, este animal é visto como uma espécie de guardião da cidade.
ALFACINHA
Não nos referimos ao vegetal propriamente dito, mas antes à alcunha que todos os lisboetas têm: alfacinha. A razão para os nascidos carregarem este “título” não se sabe ao certo qual é, mas muitos apontam para o facto de, no passado (provavelmente desde o tempo dos mouros), ser cultivada abundantemente alface na capital portuguesa.
CAFÉ
De norte a sul, o café é uma bebida especialmente apreciada pelos portugueses e os lisboetas não são, naturalmente, exceção. Em casa, no trabalho ou na cafetaria mais próxima, os amantes deste energizante não o dispensam.
A particularidade é que esta bebida adquire nomes diferentes, em função do local do país, onde nos encontrarmos. Da bica ao carioca, há toda uma terminologia que importa conhecer e dominar.
– Bica: café expresso ‘normal’ (consta que seja um acrónimo da frase “Beba Isto Com Açúcar” utilizada pelo famoso estabelecimento A Brasileira, quando vendia o café aos seus clientes).
– Garoto: café com um pouco de leite.
– Café curto: café com pouca água.
– Café cheio: chávena com água quente, à qual é adicionado café.
– Carioca: café tirado com o mesmo pó do anterior.
– Abatanado: café ao qual se acrescenta um pouco de água.
FADO
Embora seja um símbolo da cultura nacional, é verdade que Lisboa é uma das cidades, onde ele adquire maior protagonismo.
Para muitos, a origem desta sonoridades está nos cantos nostálgicos árabes. Todavia, as primeiras referências acerca deste estilo musical data de meados do século XIX.
Desde 2011 que este tipo de música está classificado como Património Oral e Imaterial da UNESCO e a verdade é que, na capital, não faltam bares e restaurantes, onde possa ouvir fadistas acompanhados de uns acordes de guitarra portuguesa. Além disso, Lisboa acolhe vários concertos e festivais de fado, ao longo de todo o ano. Basta estar atento…
SANTO ANTÓNIO
Tido por muitos como o santo padroeiro de Lisboa (que, na verdade, é São Vicente), é inegável a popularidade de Santo António na capital e a devoção que suscita em grande parte dos alfacinhas.
Nascido em Lisboa nos finais do século XII, Santo António viria a falecer e a ser sepultado em Pádua, Itália. A data da sua morte – 13 de junho de 1231 – é, ainda hoje, motivo para a realização das populares festas de Santo António.
A celebração começa logo na noite anterior ao dia 13, sendo este último feriado municipal. O evento é acompanhado de bailaricos, manjericos, sardinha assada e das famosas marchas populares.
CASAMENTOS DE SANTO ANTÓNIO
Ainda associada à celebração do santo anteriormente referido estão as noivas e noivos de Santo António. São várias as estórias que procuram explicar o porquê deste ser visto como o santo casamenteiro.
Algumas lendas contam que Santo António terá ajudado, de forma anónima, uma rapariga que não tinha dote a casar. Já outra estória conta que uma jovem solteira terá atirado a imagem do santo pela janela, imagem essa que acertou num soldado que se terá acabado por apaixonar pela rapariga solteira e carente de amor.
Desde 1958, que a Câmara Municipal de Lisboa faz a vez do santo, organizando os Casamentos de Santo António e oferecendo o enlace (vestido, fato do noivo, serviços de cabeleireiro, etc.) a namorados carenciados da capital, num evento que tem honras de transmissão televisiva.
PRATOS TÍPICOS
Como todas as regiões do país, Lisboa tem os seus pratos típicos, os quais são repletos de sabor e carisma. Muitas destas iguarias já podem ser provadas um pouco por todo o país. Contudo, crê-se que a sua origem tenha sido mesmo a capital portuguesa. Ora atente em alguns desses petiscos:
– Pataniscas de Bacalhau;
– Meia-desfeita (bacalhau cozido com grão de bico);
– Peixinhos da horta;
– Bolo-rei;
– Broas castelar;
– Farturas;
Aconselho, vivamente, a leitura de “Lisboa Livro de Bordo, José Cardoso Pires, o melhor guia/roteiro da cidade de Lisboa.
Isabel Magalhães, ex-profissional de Turismo, DGT, IPT.
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