Um guia detalhado que vai ajudar a identificar e corrigir os erros ortográficos mais comuns e que podem prejudicar a sua credibilidade.
No artigo de hoje, vamos dar-lhe a conhecer a nossa lista do top 10 dos erros ortográficos mais frequentes na língua portuguesa.
Ninguém gosta de ser alvo de chacota por cometer algum deslize ortográfico, seja num ambiente familiar, num grupo de amigos ou num contexto mais profissional. Para evitar alguns embaraços, criámos o nosso top 10 de erros ortográficos frequentes na língua portuguesa.
É importante ter em mente que, muitas vezes, é necessário ler muito para se escrever bem e, assim, evitarmos alguns dos erros que as pessoas mais cometem na nossa língua portuguesa.
Fernando Pessoa, um dos “ex-líbris” da nossa literatura, reflete sobre a língua portuguesa, da seguinte forma:
“A palavra falada é um fenómeno natural; a palavra escrita é um fenómeno cultural. O homem natural não pode viver perfeitamente sem ler nem escrever. Não o pode o homem a que chamamos civilizado: por isso, como disse, a palavra escrita é um fenómeno cultural, não da natureza, mas da civilização, da qual a cultura é a essência e o esteio.”
A escrita é uma das formas de expressão que mais usamos quotidianamente. Já a seguir, fique a conhecer a nossa lista dos 10 erros ortográficos mais frequentes na língua portuguesa, para que assim evite estes erros.
Os 10 erros ortográficos mais comuns na língua portuguesa
1 – “Mal cheiro” em vez de “Mau cheiro”
Neste caso, “mal cheiro” em vez de “mau cheiro” é um erro ortográfico, porque esta expressão não requer o advérbio “mal”, mas sim o adjetivo “mau”.
Como maneira de despistar e diferenciar “mal cheiro” de “mau cheiro”, pondere sobre o seguinte: se o antónimo de “mal” é “bem”, nunca diríamos “bem cheiro”. Assim, neste caso e de forma evidente, a utilização da palavra “mal”, neste contexto, está errada. Exemplo: “Sinto um mau cheiro neste apartamento”.
2 – “Dei-lhe um comprimento” quando a forma correta é “Dei-lhe um cumprimento”
Devido à sua semelhança quanto à grafia, as palavras comprimento e cumprimento podem gerar uma certa confusão.
Para que fique esclarecido, atente no seguinte: usa-se comprimento no sentido de extensão, tamanho, dimensão. Usa-se cumprimento no sentido de saudar alguém.
Exemplo da palavra “cumprimento”, bem colocada numa frase: “Hoje, encontrei-o e dei-lhe um cumprimento, porque é uma pessoa amiga.”
Exemplo da palavra “comprimento”, bem colocada numa frase: “Este atleta é dos melhores no salto em comprimento.”
3 – “Houveram pessoas” em vez de “Houve pessoas”
Outro erro que se encontra de forma amiúde é: “houveram pessoas” em vez de “houve pessoas”. Quando o verbo “haver” está no sentido de “existir”, deve ser conjugado sempre na terceira pessoa do singular.
Ainda que esteja no plural, a forma correta será sempre “houve”, como no seguinte exemplo: “Houve muitas oportunidades de trabalho neste evento.”
4 – “Está por traz”, quando a forma correta é “Está por trás”
Outro erro bastante frequente é escrever “está por traz”, quando a forma correta é “está por trás”. Aqui, neste caso, a palavra “traz” é apenas uma forma do verbo “trazer” e não uma preposição, como aqui se requer.
Neste contexto, podemos usar como exemplo: “O comando está por trás da televisão”.
5 – “Existe pessoas”, em vez de “existem pessoas”
Neste caso, as pessoas confundem “existe pessoas” em vez de “existem pessoas”. O erro deve-se à confusão com o verbo. O verbo existir refere-se ao ato de ter existência real, ou seja, de viver, estar, permanecer, haver…
Exemplo: “Existem muitas pessoas que gostam de dançar.”
6 – “Derivado(a) a”, em vez de “derivado(a) de(a)(o)”
É muito comum este erro: “derivado(a) a”, em vez de “derivado(a) de(a)(o)”. Não é raro aparecer esta construção em textos de imprensa, na ‘internet’ e até nos livros de escritores que usam esta expressão frequentemente nas suas obras.
É recorrente ver-se empregado o adjetivo derivado com o sentido que aponta, levando ao uso inadequado da preposição “a”.
A título de exemplo: “A má nota final, foi derivada da falta de estudo”.
7 – “Como deve de ser”, quando a forma correta é “como deve ser”
“Como deve de ser”, quando a forma correta é “como deve ser”, é também um dos erros ortográficos mais frequentes e notórios na língua portuguesa. O verbo “dever” não rege a preposição “de”.
Exemplo de uma frase: “Eu fiz esta prova como deve ser”.
8 – “À muito tempo”, quando o termo correto é “há muito tempo”
“À muito tempo”, quando o termo correto é “há muito tempo”, é provavelmente o erro mais comum na escrita e que nos torna alvo de chacota muitas vezes.
A confusão entre “há”, do verbo “haver”, e “à”, preposição, é bastante frequente. A nossa sugestão é que substitua o verbo “haver” pelo verbo “existir”. Se fizer sentido, deve usar a grafia “há”. Sempre que haja a ideia de que se passou algum tempo, deve ser sempre utilizada a forma “há”.
Exemplo: “Há muito tempo não assisto a um jogo de futebol no estádio.”
9 – “Eu faria-o”, em vez de “eu fá-lo-ia”
Notoriamente, uma das maiores dificuldade dos falantes da língua portuguesa é conjugar um verbo no modo condicional, na conjugação pronominal. A formulação “faria-o” não existe. Devemos utilizar a formulação “fá-lo-ia”.
A título de exemplo: “Eu não tenho tempo para entregar hoje este projeto, mas fá-lo-ia se pudesse”.
10 – “Ele interviu”, quando o termo correto é “ele interveio”
Outro erro muito frequente no português é escrever “ele interviu”, quando o termo correto é “ele interveio”.
“Ele interviu” não existe. A única forma correta é “ele interveio”, já que se refere à terceira pessoa do singular do pretérito perfeito do verbo intervir.
Exemplo de uma frase: “Ele interveio na reunião.”
Este é o nosso Top 10 dos erros ortográficos mais comuns na língua portuguesa. Se leu o artigo até aqui, já pode evitar cometer estes equívocos quando fala ou escreve no nosso idioma.