Na história de Portugal, um dos acontecimentos mais emblemáticos foi o terramoto e a sobrevivência a ele: a cidade de Lisboa conheceu as trevas, mas renasceu das cinzas.
A história de Portugal tem uma longevidade assinalável. São quase 9 séculos de existência que tornam o nosso país num exemplo de um país com uma história incrível, rica e fascinante.
Existem diversas curiosidades de um país que já conquistou meio mundo; fez-se à aventura por diversos mares; deu novos mundos ao mundo, mas também viveu diversos momentos de insucesso que implicaram muitas vezes um espírito de resiliência e de determinação.
Um dos momentos mais emblemáticos é seguramente a catástrofe que atingiu a capital, implicando um raio de destruição nunca visto em Portugal.
Lisboa conheceu as trevas, mas renasceu das cinzas
Sismo de 1755
Já tinha acontecido um sismo na capital portuguesa no ano de 1969. Contudo, o terramoto de 1755 teve um efeito verdadeiramente devastador. Ele ocorreu no dia 1 de novembro de 1755, pela manhã. Assim, no dia de Todos os Santos, Lisboa ficou (quase) totalmente arrasada, depois da terra tremer. Os efeitos deste sismo fizeram-se sentir em várias localidades de Portugal. Foi o dia mais triste da História da cidade de Lisboa.
O epicentro do sismo terá sido no mar e, com isso, ainda provocou um tsunami com ondas de 20 metros que avançaram sobre a cidade, levando a uma destruição ainda mais poderosa. A juntar a isso ainda houve um incêndio que durou vários dias. Foram muitas frentes de batalha, muitas derrotas seguidas a tornar a destruição cada vez mais devastadora. Perderam-se milhares de vidas e muitas construções que tinham sido feitas.
Foi uma das maiores tragédias naturais que o mundo já conheceu. Seguramente a mais devastadora que ocorreu em Portugal, em toda a sua história de quase nove séculos de existência.
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A recuperação
Perante tal destruição que horrorizou os portugueses e surpreendeu a Europa, seria preciso um milagre para a cidade recuperar. Esse terá sido o pensamento de muitos.
Contudo, a cidade conseguiu renascer das trevas. Muito por obra e graça do Marquês de Pombal (e de quem o escolheu para a missão) que fez uma rápida e eficiente intervenção na capital.
O Rei D. José apoiou devidamente o Marquês de Pombal na missão de fazer Lisboa renascer das trevas. A coragem e a genialidade foram determinantes para uma intervenção rápida e eficaz que permitiu recuperar a vida da capital portuguesa.
O trabalho
A missão do Marquês de Pombal era bem complicada. O trabalho que tinha pela frente era extremamente complexo. Contudo, o homem que tinha a confiança do rei superou a dolorosa tarefa com um sucesso incrível.
O desafio era assustador, mas as medidas tomadas para a recuperação de Lisboa foram as mais acertadas. Hoje, é justamente reconhecido pela obra feita, em circunstâncias extremamente difíceis.
O plano
O Marquês de Pombal realizou um trabalho de excelência que visou quatro pontos fundamentais. Primeiro, era necessário sepultar as vítimas da tragédia, estimando-se que o número de mortos tenha atingido 10% da população da cidade.
O segundo ponto importante era tratar dos sobreviventes. Era também para eles e por eles que a cidade seria reconstruída. Por isso, arranjou o máximo de recursos para que houvesse os devidos tratamentos para todos os feridos.
Era preciso, mais do que nunca, proteger as pessoas e os locais mais importantes. Por isso, tratou de colocar os principais locais da cidade em vigilância. Um evento destes teve consequências a vários níveis: prisões foram parcialmente atingidas, o que permitiu a fuga de diversos reclusos.
Esta realidade contribuiu para espalhar o pânico na cidade. Como o caos estava instalado, foi crucial a rápida intervenção do Marquês de Pombal. Ao contribuir para combater os criminosos e evitar crimes, permitiu que os ânimos fossem serenados, centrando as energias na reconstrução.
O último ponto é a reconstrução. Foram implementadas novas estratégias urbanísticas e arquitetónicas, tornando a capital uma cidade inovadora e moderna. A cidade renasceu com o apoio de verdadeiros especialistas, nacionais (entre estes estavam Manuel da Maia, Eugénio dos Santos e Carlos Mardel) e internacionais.
Ideias chaves da reconstrução
Cidade pensada de forma a minimizar estragos, em caso de haver um outro sismo.
– Cuidados de saneamento foram melhorados.
– As ruas tornaram-se mais amplas.
– Foram implementados muros, “os corta-fogos”, que protegiam os edifícios de possíveis incêndios.
– Construíram-se prédios mais baixos do que os anteriores, os da Lisboa antiga.
– As novas casas foram construídas com o mesmo tamanho.
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Acho que por tais motivos D. Jose I deveria estar no rol dos dez reais mais importantes de Portugal.