Vamos identificar e corrigir os erros de português mais comuns. Aprimore a comunicação escrita e oral através de dicas e exemplos para ajudar na correção.
O português é uma língua rica e cheia de particularidades, o que pode tornar a sua aprendizagem desafiadora. Além das gírias e dialetos locais, a gramática possui diversas nuances que merecem atenção especial. Por isso, elaboramos esta lista com 10 erros de português mais comuns, visando ajudar tanto os nativos quanto os estudantes da língua a evitarem essas incorreções.
Ortografia e fonética: Os erros de português mais comuns
Precisa-se ou Precisam-se
“Precisa-se” é uma expressão utilizada para indicar que há necessidade de algo ou alguém, sem especificar quem realiza a ação. Nesse caso, o “se” funciona como um índice de indeterminação do sujeito, e o verbo que o acompanha deve ser conjugado na terceira pessoa do singular, independentemente do que se está à procura. Por exemplo, “Precisa-se de funcionário” ou “Precisa-se de voluntário”.
Por outro lado, “Precisam-se” é a conjugação do verbo “precisar” na terceira pessoa do plural. No entanto, quando utilizado com o “se” para indicar índice de indeterminação do sujeito, torna-se inadequado, pois o sujeito indeterminado deve ser conjugado na terceira pessoa do singular. Portanto, a forma correta seria “Precisa-se de funcionários”.
É importante lembrar que, quando o “se” indica índice de indeterminação do sujeito, o verbo deve ser conjugado na 3ª pessoa do singular, nunca do plural. Portanto, o correto é “Precisa-se de pessoas”, evitando o uso de “precisam-se”.
Anexo, Anexa ou Em anexo
“Anexo” é um adjetivo que concorda em género e número com o substantivo a que se refere. Por exemplo, “o documento anexo” ou “os documentos anexos”.
“Anexa” é a forma feminina singular do adjetivo “anexo”. Por exemplo, “a fotografia anexa ao processo”.
“Em anexo” é uma expressão adverbial que indica que algo está anexado ou associado a um documento ou mensagem. Por exemplo, “envio em anexo o relatório solicitado”.
A confusão surge porque, em alguns casos, as pessoas utilizam incorretamente “em anexo” como se fosse um adjetivo concordando com o substantivo ao invés de uma expressão adverbial. Essa confusão pode levar a construções gramaticalmente incorretas, como “o documento em anexo”, quando o correto seria “o documento anexo” ou “o documento que está em anexo”. Resumindo, devemos lembrar que “anexo” é um adjetivo, indicando algo ligado ou anexado, enquanto “em anexo” é a forma correta de indicar que algo está anexado a um documento.
A ou Há
“A” é uma preposição utilizada para indicar tempo futuro, ou seja, para expressar a ideia de algo que ocorrerá num momento posterior ao atual. Por exemplo, “Ele chegará daqui a uma hora”.
“Há” é a forma conjugada do verbo “haver” no sentido de tempo decorrido, sendo utilizado para expressar uma ação passada que ainda perdura no presente. Por exemplo, “Há quanto tempo você estuda português?” ou “Há dois anos que moro aqui”.
A confusão entre “A” e “Há” geralmente ocorre devido à dificuldade em discernir entre o uso de preposições para expressar tempo futuro e passado. Além disso, a forma “há” também pode ser confundida com a preposição “a” em situações informais de fala, aumentando a ambiguidade.
Resumindo, para indicar futuro, utilizamos “a”; para referir-se a uma ação passada, utilizamos “há”. Por exemplo, “daqui a pouco” (futuro) versus “há muito tempo” (passado).
Senão ou Se não
“Senão” é utilizado para expressar o sentido de caso contrário, do contrário, ou ainda com o significado de a não ser. Por exemplo, “Não tenho alternativa senão aceitar a decisão” ou “O resultado foi positivo em todos os aspetos, senão no financeiro”.
“Se não” é composto pela conjunção condicional “se” e a negação “não”, sendo usado para introduzir uma condição ou para expressar a negação de algo. Por exemplo, “Se não chover, iremos à praia” ou “Não sei se não conseguirei chegar a tempo”.
A confusão entre “senão” e “se não” geralmente ocorre devido à dificuldade em discernir entre a conjunção condicional e a expressão que indica alternativa ou exceção. Além disso, a semelhança sonora entre as duas formas também contribui para o equívoco.
Recapitulando, “Senão” tem o sentido de “caso contrário”, enquanto “se não” impõe uma condição. Por exemplo, “Senão podemos tentar de outra forma” e “Se não aprender agora, ficarei desapontado”.
Onde ou Aonde
“Onde” é utilizado para indicar um lugar em que algo está, acontece ou aconteceu. Por exemplo, “Onde você mora?” ou “Não sei onde deixei as chaves”.
“Aonde” é formado pela combinação da preposição “a” com o advérbio “onde” e é utilizado para indicar movimento em direção a um lugar. Por exemplo, “Aonde é que vais?” ou “Não sei aonde esse caminho leva”.
A confusão entre “onde” e “aonde” geralmente ocorre devido à dificuldade em distinguir o uso correto de acordo com a presença ou ausência de ideia de movimento. A similaridade sonora entre as duas palavras também contribui para o equívoco.
Sumarizando, “onde” indica a localização de algo, enquanto “aonde” tem o sentido de “para onde”. Por exemplo, “Onde você está?” e “Aonde iremos?”
A fim ou Afim
“A fim” é uma expressão formada pela preposição “a” e pelo substantivo “fim”, sendo utilizada para indicar a finalidade ou o propósito de algo. Por exemplo, “Estudamos a fim de obter boas notas” ou “Estou aqui a fim de resolver o problema”.
“Afim” é um adjetivo que indica afinidade, semelhança ou proximidade. Pode ser usado para descrever coisas ou pessoas que têm interesses em comum. Por exemplo, “Eles têm interesses afins” ou “Somos afins nas nossas opiniões”.
A confusão entre “a fim” e “afim” geralmente ocorre devido à semelhança sonora e à proximidade das palavras, assim como à complexidade das regras gramaticais.
Simplificando, “A fim” indica finalidade, enquanto “afim” refere-se a semelhança. Por exemplo, “Estou a fim de estudar” e “Somos afins nos nossos interesses”.
A nível de ou Em nível de
“A nível de” é uma expressão que, apesar de ser frequentemente utilizada na linguagem coloquial, é considerada inadequada em diversos contextos formais. Ela é usada para indicar um determinado padrão ou referência, mas o seu uso não é recomendado em situações mais formais devido à sua imprecisão e ambiguidade.
“Em nível de” é uma expressão mais precisa e amplamente aceite, sendo utilizada para indicar um determinado patamar, categoria ou perspetiva em que algo está a ser considerado. Por exemplo, “Em nível de governo, foram tomadas diversas medidas” ou “Em nível de empresa, isso não é viável”.
A confusão entre “a nível de” e “em nível de” geralmente ocorre devido à similaridade sonora e à falta de clareza sobre o uso correto em diferentes contextos. Além disso, o uso inadequado de “a nível de” é comum devido à influência da linguagem falada.
Para finalizar, “A nível de” tem o sentido de nivelar, enquanto “em nível de” equivale a “em termos de”. Por exemplo, “A nível de conhecimento, precisamos estudar mais” e “Em nível de erros, devemos evitar equívocos.”
À medida que ou Na medida em que
“À medida que” é uma expressão que indica o processo de algo que ocorre gradualmente ou simultaneamente a outro evento. Por exemplo, “À medida que o tempo passa, as coisas mudam”.
“Na medida em que” é uma expressão que indica uma condição, uma razão ou um grau em que algo é verdadeiro. Por exemplo, “As decisões serão tomadas na medida em que os dados forem analisados”.
A confusão entre “à medida que” e “na medida em que” geralmente ocorre devido à similaridade de som e à falta de clareza sobre o uso correto em diferentes contextos.
Recapitulando, “À medida que” equivale a “à proporção que”, enquanto “na medida em que” tem o sentido de “porque”. Por exemplo, “À medida que estudamos, aprendemos mais” e “Na medida em que compreendemos, avançamos no assunto”.
Mal ou Mau
“Mal” é um advérbio que indica maneira, modo, qualidade negativa ou falta de qualidade. Também pode ser utilizado para expressar oposição ou discordância. Por exemplo, “Ele se sentiu mal após o jantar” ou “Isso não está a ir nada mal”.
“Mau” é um adjetivo que indica qualidade má, contrário de bom, ou também pode ser usado para descrever uma pessoa má. Por exemplo, “Ele é um mau estudante” ou “O tempo está mau hoje”.
A confusão entre “mal” e “mau” geralmente ocorre devido à similaridade sonora e à falta de clareza sobre o uso correto em diferentes contextos. Além disso, as regras gramaticais que regem o emprego dessas palavras podem ser complexas para algumas pessoas.
Sintetizando, “Mal” é o oposto de bem, enquanto “mau” é o oposto de bom. Por exemplo, “Ele sente-se mal” e “É um mau momento para discutir”.
Eminente ou Iminente
“Eminente” é um adjetivo que se refere a algo que é destacado, proeminente, notável, ou que possui grande importância ou superioridade. Por exemplo, “Ele é um eminente cientista”.
“Iminente” é um adjetivo que indica algo que está prestes a acontecer, algo que é iminente, próximo, ou que está para ocorrer em breve. Por exemplo, “Existe um perigo iminente de tempestade”.
Para terminar, “Eminente” significa excelente, distinto. Já “iminente” refere-se a algo que está prestes a acontecer. Por exemplo, “Vocês são eminentes alunos” e “É iminente a chegada de uma tempestade”.
Adicionalmente, é importante estar atento a outros erros comuns, tais como o uso adequado dos porquês (por que, por quê, porque, porquê), a correta conjugação de verbos irregulares, o emprego de pronomes pessoais, entre outros aspetos gramaticais. A prática constante e a busca por informações linguísticas contribuem significativamente para a melhoria da competência na língua portuguesa. Esperamos que estas dicas sejam úteis para aprimorar a comunicação escrita e oral em português.
“Onde ou Aonde” Pode esquecer! na nossa variável isto já é estabelecido. Por influência africana (BAGNO, 2016) (GALVES; AVELLAR, 2014) a nossa preposição de Movimento verdadeira é “EM” tornando “A” menos frequente na fala dos cultos e inexistente, na fala dos sem escolarização, além de que já existiam no português medieval como sinonônims “ONDE” e “AONDE” (FARACO, 2023). Na gramático deste último autor, já se aceita. Passar Bem.