Após vários dias de tempo ameno e céu limpo, a chuva está prestes a regressar a Portugal continental, trazendo consigo uma mudança significativa nas condições meteorológicas. Segundo as previsões do portal Meteored, a instabilidade atmosférica vai intensificar-se já no início da semana, com aguaceiros generalizados a partir de terça-feira, 4 de novembro, e precipitação intensa e persistente na quarta-feira, 5 de novembro, especialmente nas regiões do Norte e Centro.
Trata-se de uma alteração brusca do padrão meteorológico, provocada pela chegada de uma frente fria atlântica que conseguirá, finalmente, ultrapassar a barreira anticiclónica que tem mantido o país sob influência de ar seco e temperaturas acima da média.
Quarta-feira será o dia mais chuvoso da semana
Tudo indica que quarta-feira será o ponto alto da instabilidade, com chuvas fortes e persistentes que poderão afetar grande parte do território continental. A frente fria avançará de noroeste para sudeste, deixando um rasto de precipitação contínua e, em alguns casos, acompanhada de trovoadas, especialmente nas regiões entre o Mondego e o Algarve.
As projeções do Meteored apontam para valores acumulados superiores a 80 milímetros no Minho e até 60 milímetros nos distritos do Porto, Aveiro, Viseu, Coimbra e Guarda. Nas restantes zonas do país, a chuva será mais irregular, mas o risco de instabilidade atmosférica permanecerá elevado durante todo o dia.
Com a chegada da frente fria, as temperaturas também vão descer gradualmente, marcando o início de uma fase mais fria e húmida típica do outono.
Instabilidade começa a norte já na terça-feira
Antes da chegada da frente principal, a semana começará com um cenário de transição meteorológica.
Na segunda-feira, dia 3, o tempo manter-se-á relativamente estável e seco em quase todo o território, com aguaceiros fracos e dispersos no Minho e Douro Litoral.
Na terça-feira, 4 de novembro, a situação começa a mudar: a chuva regressará de forma mais consistente ao Noroeste, afetando especialmente os distritos de Viana do Castelo, Braga e Porto.
Apesar de inicialmente ser uma precipitação moderada e intermitente, a tendência será de agravamento nas horas seguintes, à medida que a frente fria ganha força e avança em direção ao Centro do país.
Tempo melhora ligeiramente a partir de quinta-feira
Após o pico da instabilidade, quinta-feira, 6 de novembro, deverá marcar uma ligeira melhoria do estado do tempo. Durante a manhã, ainda poderá chover no litoral Norte e Centro, mas à tarde a frente fria começará a dissipar-se, permitindo períodos de céu parcialmente nublado e temperaturas mais baixas.
Contudo, esta trégua será temporária. O modelo europeu de previsão indica que, a partir de sexta-feira, 7 de novembro, uma nova frente atlântica deverá aproximar-se do continente, trazendo novamente chuva moderada às regiões Norte e Centro e possivelmente à Área Metropolitana de Lisboa.
Temperaturas amenas e descida gradual a meio da semana
Apesar do regresso da chuva, os primeiros dias da semana serão relativamente amenos, com anomalias térmicas positivas até +3 °C em algumas regiões do Centro e Alentejo.
Entre segunda e quarta-feira, as temperaturas máximas poderão atingir 22 °C em Évora e Faro e 23 °C em Beja.
A partir de quinta-feira, no entanto, as máximas deverão situar-se entre 11 °C e 18 °C, enquanto as mínimas descerão para valores próximos dos 3 °C no Interior Norte e entre 10 °C e 14 °C no litoral, devido ao reforço do vento atlântico frio e húmido.
Efeitos esperados e alertas meteorológicos
O regresso da chuva, embora benéfico, traz também riscos e desafios. Os especialistas da Meteored sublinham que esta precipitação é essencial para aliviar a seca que ainda afeta várias regiões do Interior Centro e Sul.
Contudo, alertam que o reforço do fluxo húmido atlântico poderá originar cheias localizadas em zonas urbanas e ribeirinhas do Norte, onde se espera maior intensidade de chuva.
Segundo o Postal, as autoridades de proteção civil deverão emitir alertas meteorológicos nas próximas horas, especialmente para quarta-feira, 5 de novembro, identificada como o dia mais chuvoso da semana.
Esta mudança de tempo marca o início da verdadeira fase outonal em Portugal — uma transição que, embora traga desconforto a alguns, é vital para os reservatórios, solos agrícolas e ecossistemas que dependem das chuvas sazonais para recuperar do calor e da seca prolongada.
			



