O Castelo de Penamacor é uma poderosa fortaleza localizada no distrito de Castelo Branco, em Portugal. Este castelo histórico é uma das principais fortalezas da Raia, região fronteiriça entre Portugal e Espanha. As terras raianas sempre foram disputadas ao longo da história, e o Castelo de Penamacor foi construído para proteger estas terras e os seus habitantes. Neste artigo, vamos explorar a história e a importância desta fortaleza de Penamacor, e descobrir por que este castelo é tão importante para a região. Venha connosco nesta viagem pela história e fortalezas da Raia!
Castelo de Penamacor, um dos mais poderosos do Centro de Portugal
A vila de Penamacor, que é sede do concelho, encontra-se a uma distância de 48 km da Covilhã, a 50 km de Castelo Branco e a 66 km da Guarda. Este castelo encontra-se presente na vila, freguesia e concelho de Penamacor, no distrito de Castelo Branco.
O Castelo de Penamacor foi construído no alto de uma rocha, encontrando-se numa posição privilegiada, estando localizado entre a ribeira de Ceife e a ribeira das Taliscas, afluentes de um rio que desagua no Tejo.
O Castelo de Penamacor foi construído num cabeço rochoso e encontra-se perfeitamente integrado num cenário de grande beleza, em perfeita harmonia com a Natureza envolvente.
Esta construção integra um cenário onde se conjuga a paisagem rural e a vila, com a beleza natural local. A torre de menagem, que se encontra isolada sobre grandes rochas de granito, destaca-se na paisagem.
Os domínios de Penamacor remontam à época da Reconquista cristã da Península Ibérica. Eles foram conquistados por D. Sancho I (1185-1211). Este rei doou os domínios de Penamacor à Ordem dos Templários, em 1189. A fundação do castelo remonta a esta altura. O Castelo de Penamacor foi erguido sobre vestígios castrejos (estes eram anteriores à conquista romana da Península Ibérica).
Após passar uma década do momento da doação, que ocorreu no ano de 1199, o soberano português concedeu Carta de Foral à povoação local, que foi ratificada em 1209.
A construção do Castelo de Penamacor teve como objetivo fazer o repovoamento da zona. Por isso, o início da edificação do castelo datará dessa época, possivelmente.
Recentemente, foram feitas pesquisas arqueológicas no Cimo da Vila. As pesquisas, feitas em 2003, não confirmam a existência de uma ocupação anterior. Essa campanha arqueológica permitiu apresentar um relatório cujo resultado refere que foram definidas fases distintas de ocupação. No relatório diz que foram definidas “duas fases de ocupação mais significativas, com acentuadas diferenças ao nível dos respectivos materiais: uma dos séculos XIII e XIV, finalizada por destruição; outra dos séculos XV e XVI, terminada em abandono.”
No ano de 1262, uma feira anual foi instituída no local por D. Afonso III (1248-1279). Posteriormente, já com D. Dinis (1279-1325) a governar, foram erguidas torres e extensas muralhas que cingiram a vila. Depois, foram feitas novas obras nas muralhas já com D. Fernando (1367-1383) e depois com D. João I (1385-1433). Tal aconteceu devido às inovações que então surgiram na artilharia.
Mais tarde, mais precisamente no século XVI, com D. Manuel (1469-1521) no trono, uma torre de vigia é adicionada ao local. Posteriormente, mais precisamente durante a Guerra da Restauração, foram acrescentadas novas muralhas, seis baluartes e três meio-baluartes.
A Casa da Câmara também foi construída nesse século. Esta construção foi integrada na porta de acesso à vila.
Atualmente, apenas a porta, a imponente Torre de Menagem e algumas partes dos antigos baluartes seiscentistas permanecem. Representam a herança do castelo de Penamacor, que em determinado tempo teve uma importância capital para a região, tendo sido um dos castelos beirões mais poderosos.
Foi no contexto da Guerra da Restauração da independência portuguesa, que Penamacor voltou a apresentar uma importância estratégica sobre a fronteira, sensivelmente a partir de meados do século XVII. Foi na sequência dessa revalorização que se determinou a modernização e reforço das defesas de Penamacor. Esta decisão foi determinada pelo Conselho de Guerra de D. João IV (1640-1656). O objetivo era o de fazer uma adaptação aos avanços da artilharia.
Apesar desse investimento, um trágico acidente fez cair a torre de menagem apenas algumas décadas mais tarde, mais precisamente em 1739. A torre de menagem na época era usada como paiol de pólvora. O acidente destruiu a torre.
No século XIX, registou-se um progresso urbano que levou à retirada da guarnição militar de Penamacor. Neste contexto, as muralhas foram sendo destruídas, progressivamente. As pedras das muralhas foram reaproveitadas pelos habitantes da região. Baltasar Pereira da Silva pediu em 1874 autorização para se desmantelar um baluarte. A Câmara autorizou o pedido e ainda concedeu 30 carros de bois para servir o propósito de transportar o material…
O abandono desta construção manteve-se até ao início da década de 40 do século XX. Segundo uma informação datada de 1933, constata-se que a cisterna se encontrava entulhada pela municipalidade. Nessa época, subsistiam cinco portas das antigas defesas.
Contudo, a partir do momento da instalação do Museu Municipal, tudo mudou. Desde 1943 que ele ficou presente nas dependências dos antigos Paços do Concelho e surgiram mudanças. Do conjunto inicial apenas restam a ‘Domus Municipalis’ e a Torre de Menagem, numa das extremidades, onde uma porta de entrada se rasga para a antiga vila. Ainda se notam trechos dos antigos baluartes seiscentistas que surgem rodeando as escarpas do castelo medieval.
Por via do Decreto publicado em 1973, o castelo e a fortaleza de Penamacor foram classificados como Monumento Nacional. Uma nova realidade que trouxe melhorias. Os acessos à Torre foram melhorados em anos mais recentes, destacando-se a instalação de uma escada e de um miradouro que foi colocado no topo da torre.
Também foram realizadas algumas melhorias no conjunto da zona histórica da vila, destacando-se a recuperação da torre do relógio e da antiga ‘Domvs Municipalis’. Foi neste espaço que a Câmara de Penamacor instalou o posto de turismo local.
Alguns historiadores defendem que a primitiva ocupação humana da região onde se encontra atualmente implantada a vila de Penamacor remonta a um castro pré-histórico. No site da autarquia, lê-se na informação “Alguns estudiosos pretendem ser esta localidade a terra natal de Vamba, último grande rei dos Godos, que governou a península entre 672 e 682”.
Os historiadores defendem que por aquela região se terão cruzado celtas e túrdulos. Encontros feitos nas suas deslocações peninsulares. Quando as legiões romanas chegaram à região, depararam-se com a resistência dos lusitanos. Os lusitanos eram tribos que demonstraram ser bastante aguerridas. Eles viviam da pastorícia, essencialmente.
No entanto, o surto de romanização que deixou marcas por diversos pontos da Europa, também deixou marcas evidentes em toda a região, um facto a que não é alheia a presença de Egitânia (Idanha-a-Velha) nas proximidades do território que hoje se conhece como Penamacor. A Egitânia consistiu num aglomerado urbano importante, ao que se crê, de fundação do imperador romano Augusto. Por isso, ao longo de vários séculos, o território foi sucessivamente ocupado por diferentes povos, nomeadamente: suevos, vandalos, visigodos e muçulmanos. Essa sucessão de povos acontece até ao momento em que D. Sancho I consolida definitivamente a sua conquista aos mouros, já em finais do séc. XII.
O concelho de Penamacor tem atualmente uma população a rondar os seis mil habitantes. Penamacor apresenta uma densidade populacional na casa dos 11,8 habitantes por quilómetro quadrado. Em comparação, Penamacor tem pouco mais de metade da média da Beira Interior Sul e está muito abaixo dos índices da Região Centro e nacionais. A economia local centra-se nos recursos locais, particularmente na silvicultura e na pequena indústria agroalimentar que é baseada no olival e na criação de gado bovino, ovino e caprino.
Há outros setores geradores de oportunidades de crescimento económico. Destaca-se a exploração agroflorestal e o desenvolvimento turístico, que tiram o devido partido da paisagem, da ruralidade, dos próprios recursos hídricos locais.
Outras atrações locais
- Museu Municipal
- Museu Dr. Mário Bento
- Núcleo Museológico da Bemposta
- Torre de Menagem – Centro de Interpretação do Castelo
- Antiga Casa da Câmara
- Museu Paroquial de Aldeia de João Pires
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Informação Útil
Posto de Turismo de Penamacor
Morada: Largo Tenente-Coronel Júlio Rodrigues da Silva (ex-Quartel)
6090-545 Penamacor
Contactos.: 277 394 106 / 963 180 059 / 915 192 106 / [email protected]
Horário: 3ª Feira a Domingo das 09:00h às 12:30h e das 14:00h às 17:30h
Como chegar
Quem vem de Covilhã deve seguir: EM506 e N346. Distância: 44,1 km. Tempo estimado: 48 min.
Quem vem de Castelo Branco deve seguir: N233. Distância: 51,3 km. Tempo estimado: 47 min.
Quem vem da Guarda deve seguir: A23. Distância: 69,1 km. Tempo estimado: 1h
Quem vem do Porto deve seguir: A25. Distância: 265 km. Tempo estimado: 2h 51m
Quem vem de Lisboa deve seguir: A1 e A23. Distância: 276 km. Tempo estimado: 2h 53min
Quer saber onde pode comer em Penamacor?
Reunimos alguns dos espaços onde pode saborear autênticas especialidades gastronómicas. Estes são restaurantes que colocam na mesa o melhor da gastronomia local.
Restaurante / Pizzaria Santiago
Morada: Rua 25 de Abril 6090-523 Penamacor.
Contactos: (+351) 277 394 068 (Lília Raposo) 969 071 776 (Lília Raposo) [email protected]
Restaurante O Caçador
Morada: Avenida das Tílias, n.º 42 6090-526 Penamacor
Contactos: (+351) 277 394 143
Restaurante Dois Pinheiros
Morada: Estrada Nacional 233 – Quinta do Areeiro 6090 Penamacor
Contactos: (+351) 966 786 035
Restaurante O Calhambeque
Morada: Estrada Nacional 233 6090–385 Meimoa
Contactos: (+351) 277 377 221
Restaurante A Cave
Morada: Largo D. Bárbara Tavares da Silva n.º 16 6090-509 Penamacor
Contactos: (+351) 277 394 312
Quer saber onde pode dormir em Penamacor?
Eis algumas sugestões de qualidade:
Palace Hotel & Spa – Termas de S. Tiago
Morada: EN 332 – Quinta do Cafalado 6090 Penamacor
Contactos: (+351) 277 390 070 / [email protected]
Quinta do Quarta
Morada: Quinta do Quarta × Alojamento Local Estrada Regional 346 6090-504 Penamacor
Contactos:[email protected]
Casa Nossa Senhora do Incenso
Morada: Rua Miguel Bombarda, n.º 98 6090-578 Penamacor
Contactos: (+351) 277 394 241 / (+351) 962 913 580 / (+351) 965 914 950 [email protected]
Casa dos Póvoas
Morada: Beco do Outeiro 6090-082 Aldeia do Bispo
Contactos: (+351) 969 729 936 [email protected]
Mais informações, aqui.
Parque de Campismo do Freixial
Morada: Ribeira da Baságueda – Sítio do Freixial
6090 Penamacor – Portugal
Contactos: (+351) 277 385 529 / 277 394 106 / 277 394 196 / [email protected]
Nota: Piscina do Parque de Campismo do Freixial
Abertura: 15 de junho
Encerramento: 18 de setembro
Horário de funcionamento: todos os dias das 10h às 19h