Uma história de amor daquelas que nos habituamos a ler nos livros ou a ver nos filmes aconteceu na vida real, em Portugal, com D. Pedro e Inês de Castro.
Nos tempos dos reis e das rainhas, houve uma paixão proibida e intensa que ficou, para sempre, representada no Mosteiro de Alcobaça, nos túmulos de Pedro e Inês. Fique a saber tudo sobre esta história mítica.
A trágica história de amor de Pedro e Inês de Castro
Entre os factos e os mitos, podemos considerar que a história de Pedro e de Inês tem um pouco de tudo. Porém, que existiu um romance entre D. Pedro I e D. Inês de Castro não restam dúvidas. Como tudo aconteceu, é o que lhe vamos contar.
A origem do amor de Pedro e Inês
D. Pedro, filho do rei D. Afonso IV, casou com D. Constância de Castela. Um casamento por conveniência, como era habitual na época. Porém, não demorou muito tempo até que o príncipe se apaixonasse por uma das aias da sua mulher, uma jovem galega, descendente da nobreza do noroeste peninsular.
Este foi um amor correspondido e, por isso, foi vivido com toda a intensidade. Toda a alta aristocracia sabia desta relação proibida e ardente, nomeadamente o rei que via com preocupação esta situação que podia pôr em risco as boas ligações entre o reino de Portugal e de Castela.
A morte de D. Constância… e de D. Inês
Em 1345, D. Constância morreu e D. Pedro viu nessa circunstância uma oportunidade de assumir publicamente a relação com D. Inês. Porém, D. Afonso IV não foi favorável a esse enlace, negando a coroa ao seu filho, se ele mantivesse aquela relação. A verdade é que D. Pedro e D Inês, já com 4 filhos em comum, continuavam a encontrar-se.
Portanto, o rei decidiu aproveitar uma ausência do filho para enviar alguns homens até Coimbra, onde residia D. Inês, para que a matassem, naquela que hoje é conhecida como a Quinta das Lágrimas.
Assim que soube do que se passara, D. Pedro ficou enraivecido, mas esperou 2 anos até se ter tornado rei para perseguir e matar cruelmente os homicidas de D. Inês, arrancando-lhes o coração pelas costas.
Depois, comunicou à corte que tinha casado às escondidas com D. Inês, sendo que, por isso, ela era rainha de Portugal e deveria ser tratada como tal, mesmo já estando morta. Portanto, reza a lenda que D. Pedro ordenou que D. Inês fosse retirada do túmulo, entronizada, coroada e que os seus súbditos beijassem a mão da sua rainha, já cadáver.
Os túmulos no Mosteiro de Alcobaça
Para a posteridade, ficaram os túmulos que ainda se encontram no Mosteiro de Alcobaça e que foram planeados por D. Pedro.
O túmulo de D. Pedro aparece representado com três rodas concêntricas, que simbolizam a Roda da Vida, a Roda da Fortuna e uma corola de seis pétalas. Já perto dos pés do rei, aparece a representação da Boa Morte.
De destacar, ainda, a figura de São Bartolomeu, patrono dos gagos, problema de fala que afetaria D. Pedro. A figura do rei é a de um autêntico monarca, com a mão direita a segurar a espada e olhar a fitar o céu (a morte). O cão junto aos pés representa a fidelidade.
Por outro lado, D. Inês apresenta-se de pálpebras levantadas, com a mão direita a tocar num colar e a esquerda com uma luva. Uma figura graciosa, amável e gentil, tal como D. Pedro a via.
Nas laterais do túmulo da rainha, estão representados episódios da vida de Cristo. Na representação da Paixão de Cristo, encontramos um paralelismo óbvio com a própria Paixão de Inês.
O diálogo entre os túmulos
No facial dos pés, é feita a representação do Dia do Juízo Final que se une à Roda da Vida, presente no facial da cabeceira do túmulo de D. Pedro. Aí conseguimos ler: A E FIN DO MUDO (Aqui Espero o Fim do Mundo ou Até ao Fim do Mundo) Esse Fim do Mundo está presente no túmulo de Inês, precisamente na representação do Dia do Juízo Final.
Assim, D. Pedro acreditava que D. Inês esperasse por ele noutra dimensão e que, assim, o amor de ambos seria eterno (até ao fim…).
A mudança na posição dos túmulos
Se, originalmente, os túmulos se encontravam lado a lado. Agora, os túmulos de D. Pedro e D. Inês foram colocados voltados para o altar, ficando frente a frente, para que no Dia do Juízo Final, se vejam um ao outro.
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