A Delícia do Porto foi inspirada na doçaria conventual
Venceu a competição que envolveu pasteleiros profissionais e amadores. Inspirada na doçaria conventual, Gabriela Oliveira criou a Delícia do Porto.
A iniciativa nasceu do facto da cidade do Porto não ter, propriamente, um doce que lhe seja caraterístico. Porque quando falamos em Aveiro, pensamos imediatamente em ovos moles; ou, quando nos referimos a Lisboa, associamos imediatamente aos Pastéis de Belém. Tal não acontecia com a Invicta, mais ligada a pratos típicos como a francesinha ou as tripas à moda do Porto.
A partir de agora, a cidade portuense vai também passa a ter o seu doce tradicional, brevemente disponível nas pastelarias locais. Inspirada na doçaria conventual, esta é, sem dúvida, uma delícia bem doce e capaz de fazer crescer água na boca a qualquer um.
Conheça a «Delícia do Porto» inspirada na doçaria conventual
A 20 de junho, foi conhecida na Alfândega do Porto a “delícia do Porto”. Uma competição que teve lugar entre abril e junho e foi organizada pela sociedade Lezíria das Delícias, com o apoio da Escola de Hotelaria e Turismo, da Associação dos Industriais de Panificação, Santa Casa da Misericórdia do Porto, entre outras entidades.
Os chefes de cozinha Ljubomir Stanisic e Hélio Loureiro fizeram parte do painel de jurados (também composto por Ana Soeiro e Luís Maia da Qualifica / oriGIn Portugal; Jorge Braga, da Direcção da AIPAN – Associação dos Industriais de Panificação, Pastelaria e Similares do Norte; Flávio Ferreira, presidente da Escola Superior de Hotelaria e Turismo; Confraria das Tripas, Confraria dos Sabores Poveiros; elementos da Confraria dos Velhotes e da Real Confraria Gastronómica das Cebolas; e um elemento da organização do concurso, mas a votação do público também teve o seu peso (30%).
O doce vencedor deste concurso deveria cumprir algumas premissas, tais como:
– ser uma receita genuína e inovadora;
– ter origem local;
– não possuir aditivos, nem conservantes ou ingredientes como óleos alimentares, margarinas ou xaropes de glucose;
– espelhar a alma e espírito da região;
– ter até três dias de durabilidade;
– ser fácil de transportar;
– ser apresentado em doses individuais que não ultrapassem os 100grs.
A Delícia do Porto
O doce vencedor é da autoria de Gabriela Oliveira, é inspirado na doçaria conventual da cidade e apresenta a forma de um coração.
Para encontrar inspiração, Gabriela recordou os ingredientes de algumas das receitas do extinto Convento de São Bento da Avé Maria do Porto, como o milho, o pão e as trouxas de ovos. São estes os principais ingredientes da delícia do Porto, à qual se soma ainda o feijão branco.
Já o formato do doce – em forma de coração – remete para a doação que D. Pedro IV fez à cidade Invicta, legando-lhe o seu próprio coração.
Além de Gabriela, foram finalistas Rui Pereira, do restaurante “Forninho da Granja”; Joana Sousa, mentora do projeto “The Pastry Lab”; e Sandro Silva, da pastelaria “Natas D’Ouro”.
Prémio
A vencedora arrecadou um prémio de 10.000€ e poderá participar em todas iniciativas em que a sua receita seja promovida. Esta delícia estará, brevemente, disponível nos locais habituais, como pastelarias, hotelaria, caves de vinho do Porto e cruzeiros no Douro.
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