_
4. Mar português – Fernando Pessoa
Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!
Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.
_
Uma visão breve sobre a vida e a obra do maior poeta da língua portuguesa:
– 1888: Nasce Fernando António Nogueira Pessoa, em Lisboa.
– 1893: Perde o pai.
– 1895: A mãe casa-se com o comandante João Miguel Rosa. Partem para Durban, África do Sul.
– 1904: Recebe o Prémio Queen Memorial Victoria, pelo ensaio apresentado no exame de admissão à Universidade do Cabo da Boa Esperança.
– 1905: Regressa sozinho a Lisboa.
– 1912: Estreia na Revista Águia.
– 1915: Funda, com alguns amigos, a revista Orpheu.
– 1918/1921: Publicação dos English Poems.
– 1925: Morre a mãe do poeta.
– 1934: Publica Mensagem.
– 1935: Morre de complicações hepáticas em Lisboa.
(cont.)