Deixe-se fascinar por profissões antigas que já não existem e que nos fazem recordar como o mundo está em constante mudança.
Hoje, todos andam pela rua com telemóvel, podendo fazer chegar a sua casa quase tudo o que precisam. Basta um telefonema, um email ou uma aplicação para fazer essa maravilha acontecer.
Mas noutros tempos, a vida das cidades era muito distinta, existindo dinâmicas urbanas muito particulares. Nesse tempo, existiam vendedores ambulantes de diferentes áreas, que faziam a sua publicidade através de pregões.
Quem se recorda desses tempos não deixa de revelar algum saudosismo, existindo pena por muitas das profissões de outrora já terem sido esquecidas… No presente artigo, iremos recordar profissões que se revelaram essenciais nessa época.
10 profissões antigas que já não existem em Lisboa
- Ardina
- Aguadeiro
- Lavadeira
- Polícia Sinaleiro
- Vendedor Ambulante
- Tanoeiros
- Revisor
- Amolador
- Varina
- Engraxador
1. Ardina
Os ardinas vendiam jornais pelas ruas e faziam a venda de outras publicações. Eles apregoavam e iam anunciando as primeiras notícias do dia, para suscitar o interesse pela compra dos jornais.
Hoje, existem diversos espaços que permitem que se compre jornais e revistas, podendo as notícias até serem lidas por telemóvel.
2. Aguadeiro
Os aguadeiros eram figuras bastante comuns entre o século XIX e o início do século XX, sendo mesmo das mais típicas de Lisboa. Estas pessoas iam buscar água aos diversos chafarizes da cidade. Depois, distribuíam a água em barris para quem quisesse. Faziam-no, enquanto apregoavam “Há água fresquinha! Quem quer, quem quer?” No entanto, a água canalizada tornou-se comum e a profissão deixou de fazer sentido, por isso desapareceu naturalmente.
3. Lavadeira
As lavadeiras vinham à cidade para recolher a roupa para lavar. Depois, iam lavar a roupa à mão (em tanques, lavadouros públicos ou no rio), com ou sem barrela, que era uma mistura que servia para branquear a roupa. Depois, traziam a roupa de volta, já lavada. A imagem de terem a trouxa à cabeça ficou na memória de quem ainda viu estas figuras.
4. Polícia Sinaleiro
O polícia sinaleiro permitia organizar o trânsito, tendo tido um papel importante nas cidades grandes. Estas figuras eram bastante respeitadas e até acarinhadas, sendo a sua presença nos cruzamentos extremamente valiosa para fazer o trânsito fluir, sem incidentes.
Com o surgimento dos semáforos, ainda foram úteis para dar à manivela (que permitia mudar as cores do semáforo). Mas, posteriormente, viriam a ser dispensados.
Hoje, há elementos da polícia que podem assumir essas funções em momentos excecionais, mas já sem o mesmo encanto.
5. Vendedor Ambulante
Os vendedores ambulantes eram comuns nas grandes cidades, nomeadamente no Porto e em Lisboa. Circulavam pelas ruas, vendendo diferentes tipos de produtos (havia quem vendesse rendas, gelados, leite, quinquilharia, gravatas, chapéus, entre outros itens).
6. Tanoeiros
O armazenamento do vinho era feito em cubas em cimento, antes do transporte ser realizado. Atualmente, as cubas em cimento são quase inexistentes. Foram destruídas na sua maioria, pois foram substituídas por cubas em aço inoxidável.
Muitas empresas modernizaram os seus processos de transportar, engarrafar, rolhar e rotular as garrafas. A tanoaria é a arte de fazer barris e tonéis, sendo que para os tanoeiros tudo começa com simples ripas de madeira.
7. Revisor
António Zambujo e Miguel Araújo prestaram homenagem aos “picas”, como eram apelidados, com o tema “Pica do 7” que se tornou num fenómeno nacional. A atual validação eletrónica de bilhetes é muito distinta da tarefa que era dada aos revisores dos elétricos e dos autocarros.
A responsabilidade destes elementos era elevada. Na bolsa a tiracolo que carregavam, eles conseguiam transportar o dinheiro dos bilhetes. Com o chamado “obliterador”, instrumento metálico que também é mencionado na canção, o revisor “picava” os bilhetes e assim validava-os.
8. Amolador
O amolador é outra espécie rara, em vias de extinção. Eles serviam para afiar facas, tesouras e outras cutelarias. Era uma profissão passada de geração em geração, como muitas de outros tempos.
Os amoladores circulavam pelas cidades montados numa bicicleta. Ao longo do seu percurso, faziam-se anunciar através do som característico de uma gaita.
9. Varina
A varina tem um charme especial quando faz soltar: “Olhó carapau fresquiiinho!” Ser vareira é vender peixe com amor à profissão. Acordar cedo e vender o peixe, faça chuva ou faça sol.
As mãos, que contam com anos de sabedoria, manuseiam o peixe para mostrar como ele é fresco. A canastra (também conhecida como giga) e o peixe na cabeça, enquanto caminha sem precisar de segurar com as mãos, fazem parte do imaginário de todos.
10. Engraxador
O engraxador é outra profissão em vias de extinção. Noutros tempos, era uma tarefa que tinha um brilho particular. Os engraxadores tinham a missão de engraxar os sapatos, de forma a deixá-los “num brinquinho”.
Os homens eram os clientes destes engraxadores que, além de deixarem os sapatos a brilhar, ainda tinham muitas histórias para contar e entreter.
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Com excepção do aguadeiro acho que assisti a todas as profissões. Outros tempos, outras gentes, outros hábitos