Um destino bastante interessante e com grande riqueza histórica. Aventure-se a conhecer a vila raiana conquistada pelo rei D. Dinis e entenda melhor a nossa história.
As escapadinhas permitem-nos conhecer melhor o nosso país, contactar com atrações peculiares. As vilas e aldeias apresentam um património fascinante, que atrai diversas pessoas a esses locais.
Existem diversos destinos para se conhecer em Portugal, locais com monumentos, com tradições, com cultura, com história. Por exemplo, Alfaiates é uma vila de nome curiosa e que tem uma história que encanta.
Fique a conhecer a vila Alfaiates um destino bastante interessante, com grande riqueza histórica.
A vila raiana conquistada pelo rei D. Dinis no Centro de Portugal
Localização
Alfaiates é uma freguesia portuguesa do município do Sabugal, na Guarda. Alfaiates foi vila e sede de concelho entre 1209 e 1836. Esta vila está situada a uma altitude de 846 metros. A freguesia de Alfaiates tem apenas 700 habitantes. As principais atividades económicas em Alfaiates são a agricultura, o comércio, a serralharia, a serração e a pastorícia.
Riqueza
Esta é uma vila raiana longínqua, Alfaiates foi praça militar fronteiriça, tendo ficado um pouco esquecida no tempo, um espaço perdido no mapa.
No entanto, apesar de evidenciar todos os sinais de desertificação que são traços comuns destas zonas de interior, Alfaiates apresenta um património com história, com diversos pontos de interesse.
Pontos de interesse
O conjunto de atrações que se encontra nesta vila é uma herança importante, é memória. Este espaço tem cultura e apresenta um património que nos ajuda a perceber a sua história, que é parte da história de Portugal. Por isso, devem-se assegurar as condições para preservar o seu património.
História
A História de Alfaiates está presente no património. Esta vila apresenta um património cultural e religioso interessante. Alfaiates possui vários imóveis registados como Monumentos Nacionais ou de Interesse Público.
Por aqui, passaram migrações celtas, mas também exércitos romanos, árabes, ingleses, franceses e espanhóis.
A origem
Esta povoação tem uma origem algo desconhecida. Não se pode dizer que seja verdadeiramente conhecida, com segurança. No entanto, encontraram-se vestígios proto-históricos. Este território tem um passado histórico que se encontra documentado desde a idade do ferro.
Os romanos
Este território foi tomado pelos romanos no ano de 61 a.C. Os romanos rasgaram um conjunto de estradas (Imperial, Secundária, Transversal e Romano-Medieval). Alfaiates tornou-se num dos principais pontos de comunicação.
Os Árabes
No ano de 716, Alfaiates foi ocupada pelos Árabes. Nesse contexto, ela tornou-se no principal centro de ocupação e administração do Ribacôa. O nome desta vila Alfaiates deve ser de origem árabe (possivelmente, virá do termo Al-haet – muro, que significa parede ou cerca).
Momento importante
Por volta de 1100, Afonso VI de Leão reconstrói a fortaleza local. Ele dá instruções para se repovoar as terras, o que foi cumprido e aconteceu até ao reinado de Afonso X, o Sábio (1284), avô de D. Dinis.
O território que hoje associamos à vila Alfaiates integrou o reino leonês até finais do século XIII. Este povoamento foi elevado a vila e recebeu foral do rei de Leão. Esse momento aconteceu entre 1209 e 1226.
O tratado
No ano de 1296, Portugal conquistou várias terras do Ribacôa, D. Dinis era Rei do reino português. Com a conquista da região, por parte do rei D. Dinis, Alfaiates passou a fazer parte do reino português.
Essas conquistas foram reconhecidas no ano de 1297 através da assinatura do Tratado de Alcanizes. Desta forma, as terras foram reconhecidas como pertencentes a Portugal. Uma das terras que ficou reconhecida como portuguesas foi Alfaiates.
Papel principal
A assinatura do Tratado de Alcanizes, em 1297, foi importante para o país. A preocupação era assegurar a defesa destas terras. Por isso, o plano passava pela fixação das populações.
Ora, D. Dinis concedeu um segundo foral a esta terra (o primeiro, como vimos, foi concedido por D. Afonso IX). Ali havia lugar à realização de feiras, como a feira mensal de Alfaiates (segunda quinta-feira do mês) onde ainda nos dias de hoje se podem fazer compras.
Posteriormente, no reinado de D. Manuel, é dado um novo foral a Alfaiates, por volta de 1515.
Papel secundário
No entanto, com a fronteira a ficar mais distante, houve uma redução da importância militar desta vila. O concelho de Alfaiates foi extinto entre 1835 e 1855. Alfaiates passou a integrar o concelho de Sabugal.
Contexto
Apesar dessa redução da importância militar da vila em termos de defesa de fronteira, as guerras da Restauração levaram à destruição até Alfaiates. O seu capitão, Brás Garcia de Mascarenhas, assumiu um papel determinante na defesa desta região e foi importante nas obras de remodelação da Praça-forte.
Foi nessas obras que fez com que apresentasse a configuração atual. Em 1811, durante as invasões francesas, o castelo da vila desempenhou um papel importante na defesa da zona fronteiriça.
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Vídeo de: Município Sabugal
Alfaiates
As muralhas
Esta vila ocupa um promontório relativamente plano, que se encontrava totalmente muralhado. Da cerca da vila que era toda muralhada, pouco resta atualmente. O crescimento da povoação permitiu a criação de um contexto favorável ao progressivo desaparecimento das muralhas existentes.
Optou-se pela reutilização da pedra na construção. Até houve integração de parte das pedras em paredes de casas. Por isso, atualmente, as muralhas são pouco visíveis.
O ex-libris
O castelo subsiste e é o ex-libris local. Esta construção apresenta-se com as suas duas torres, existindo ainda uma dupla cintura de muralhas quadradas.
No entanto, está prevista a instalação de um miradouro para breve, no topo da torre de menagem, o que será uma atração imperdível que irá proporcionar um amplo panorama sobre as terras envolventes.
As casas
As casas são outra atração, devido ao espaço que as habitações oferecem. Além disso, é também possível aproveitar a tranquilidade do local. Em Alfaiates, é fácil deixar-se envolver pela atmosfera peculiar deste local. Nesta vila, não existe bulício, nem pressas.
O busto
No largo fronteiro à entrada do castelo de Alfaiates, ainda dotado dos tradicionais alpendres para realização do mercado, está presente outra atração da vila, o busto de Brás Garcia de Mascarenhas. Este homem era um chefe militar que desempenhou um papel importante no passado. Ele ajudou a garantir a defesa da zona durante a restauração.
A rua Direita
Esta rua atravessa a vila. A rua Direita passa pelo Solar dos Camejos, pelas traseiras da igreja matriz, e conduz-nos até um espaço icónico: leva-nos até à Praça Rainha Santa Isabel.
Neste local, encontra-se uma construção religiosa interessante, a igreja da Misericórdia (um templo românico). Outras atrações que se encontra por aqui são o pelourinho e a antiga casa da Câmara.
Nas proximidades
Perto da vila, encontra-se outra atração imperdível. Pela estrada para Aldeia da Ponte é possível encontrar a igreja de Sacaparte. Este templo foi um antigo centro de peregrinação que chegou a assumir grande importância regional. Esta igreja apresenta alguma talha dourada.
Outro elemento de destaque no interior deste templo é a presença de um importante fresco. Ele encontra-se presente na parede, por trás do altar-mor. As ruínas do antigo convento estão junto ao recinto.
Pode descarregar o folheto aqui.
Vídeo de: 360portugal
Onde comer?
Restaurante “O Pelicano”
Morada: Estrada Nacional 233, Alfaiates
Contactos: 271 647 560 / 966 773 666 / [email protected]
Onde dormir?
Residencial “O Pelicano”
Morada: Estrada Nacional 233, Alfaiates
Contactos: 271 647 560 / 966 773 666 / [email protected]
Bom dia, não sei de onde vieram as informações, mas Alfaiates de vila não têm nem nunca teve nada!!
Vossos artigos são muito importantes para mim. Vivo no estrangeiro e servem me para melhor conhecer Portugal. Muito obrigado