O Rio Bestança é um dos menos poluídos da Europa. Cheio de vida, permite-nos ficar em perfeita harmonia com a Natureza. O nosso país tem diversos motivos para ser visitado. A mãe Natureza apresenta-se no seu máximo esplendor em boa parte do território português. Há montanhas, cascatas, vales, grutas, rios… Entre estes, o Rio Bestança apresenta um encanto especial.
A oportunidade de descobrir a serenidade deste rio permite-nos encontrar um refúgio em meio à Natureza. As paisagens que o circundam apresenta uma beleza singular. Trata-se de um cenário maravilhoso onde as águas cristalinas do Rio Bestança são protagonistas, destacando-se na Natureza exuberante.
Por esta riqueza tão deslumbrante, vive-se uma jornada inesquecível quando se explora este destino imperdível. O Rio Bestança permite-nos ficar em perfeita harmonia com a Natureza.
Rio Bestança: um tesouro natural em Portugal
Vídeo de: Pedro Sá Fotografia
Caraterização do Rio Bestança
- Nascente: Na Serra de Montemuro, junto às Portas de Montemuro, a uma altitude de 1229 m;
- Foz: Souto do Rio, a uma altitude de 110 m
- Direção: Nascente/Foz: SSE/NNV
- Extensão: 13,5 KM
- Principais afluentes
- Na margem esquerda: ribeiro de Barrondes, ribeiro de Enxidrô.
- Na margem direita: Ribeiro de Alhões, ribeiros de Soutelo e Chã.
A bacia hidrográfica deste rio singular está representada na Carta Militar de Portugal, escala 1: 25.000, folhas 136 e 146 dos Serviços Cartográficos do Exército. O rio Bestança também está representado na Carta Geológica de Portugal, escala 1:50.000, folha 14-A, dos Serviços Geológicos de Portugal.
O Rio Bestança tem muitas qualidades. Este é um dos rios europeus menos poluídos. Este rio nasce em plena Serra do Montemuro, num local designado “Paredes”. É da foz, presente em Souto do Rio, que é vista a nascente.
Este rio encantador serpenteia por entre grossos blocos graníticos. Os moinhos apresentam-se cobertos de musgo amarelecido, que parecem desejar desprender-se e fazer companhia à água no seu precipitado curso.
Na Costa Limpa, podemos encontrar os primeiros moinhos do Bestança, imersos em densa e folhosa vegetação ou sombreados por diversos ramos de carvalhos, quase ocultando-os. Os moinhos da Bouça Velha apresentam-se na margem direita do rio.
Uns aproveitam a mesma água que fez mover outros. Todos são moinhos de uma só mó. Existem cinco moinhos. No entanto, todos estão entregues a um triste abandono. Nenhum deles opera.
Se as pessoas descerem a encosta de Soutelo encontram um cenário deslumbrante, seguramente um dos mais belos do Vale. As leiras da Granja apresentam-se estendidas em sucessivas ladeiras até encontrarem as águas límpidas do rio.
Na margem direita, destacam-se videiras e árvores de fruto, enquanto na margem esquerda os soutos são mais evidentes.
Após passar a ponte, o rio revela-se mais ruidoso, especialmente quando precisa de galgar as fragas de Penavilheira. No cenário, confirmamos que a água se precipita em três quedas que se sucedem até confrontar-se com uma extensa laje deitada por onde a água corre turbulenta até voltar a cair para uma cachoeira. É por aqui que a água se espraia e volta a encontrar alguma mansidão.
No sopé, os carvalhos crescem. Eles são alimentados pela água do rio e por uma levada que contorna as fragas e transporta a água para os lameiros.
Na margem direita, a vegetação local é áspera, sendo composta por giesta, tojo e pinheiro. É mais verdejante a vegetação presente nas faldas de Chã, impondo-se os vastos campos de milho e extensas veigas de feno.
Após se deixar a Chã, regressemos às terras fundas do vale espaço onde se encontra o rio a correr manso num local mais espaçoso, dada a largura das margens, que se apresentam ainda mais dimensionadas em virtude do esventramento que as águas fizeram dos campos que bordejavam o leito, devido ao desprendimento de terras que se abateram sobre o rio Bestança, impedindo o seu curso natural. Ele foi desviado para zonas de cultivo que destruiu completamente.
Por aqui, o rio corre entre muros. Trata-se de uma obra impressionante. As paredes levantadas desde o leito do rio apresentam-se numa altura superior a três metros. Elas marginam o Bestança ao longo de vários quilómetros, apenas interrompendo por curtos espaços, surgindo mais abaixo, suportando terrenos roubados à encosta para que estes se apresentassem aráveis.
No Prado, podemos encontrar duas pontes de madeira. Estas construções permitem a travessia sobre o ribeiro de Barrondes que aqui desagua no Bestança. Elas encontram-se separadas por um grosso pilar em cujas pontas o vigamento está assente. Têm 14 metros de comprimento. Ao lado, encontra-se o moinho que os habitantes de Valverde visitam para moer o milho e o centeio.
O Bestança adquire um novo alento neste espaço, engrossado pelas águas de um dos seus maiores afluentes. Ele segue pressuroso o seu curso. As águas só tornam a encontrar acalmia no poço das Dornas, espaço no qual o maior açude natural do rio é formado. Neste local, a vegetação é densa e o freixo e o amieiro apresentam-se abundantes.
Após se passar a Ponte de traça românica (Covelas), o Rio Bestança é represado no seu curso por alguns açudes, espaço de onde partiam levadas que transportavam água para os moinhos e para as veigas.
Curiosamente, antes de se despenhar nas fragas de Ganão, a corrente de água cavou uma furna margem direita. Ao fundo das fragas, um açude leva à derivação da água represada por uma levada para os moinhos de Pelisqueira. A água da mesma levada permite o movimento da roda de dois moinhos e, posteriormente, é devolvida ao rio.
Neste espaço, os meandros do Bestança desenvolvem-se num percurso mais calmo. As margens do rio apresentam-se mais distantes uma da outra e o leito mais largo. Abaixo das Poldras, onde o ribeiro de Prelada desagua, o leito apresenta-se tão vasto (50m de margem a margem) que se formou como que uma ilha no meio, uma ilha de vegetação rasteira vicejante, com árvores frondosas que nascem entre as pedras. O rio, que se apresenta repartido em 2 cursos, abraça-a, voltando e unindo-se onde os moinhos da Mata e Bailadoiro começam a aparecer.
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O rio torna a espraiar-se e a ganhar mansidão no poço das Aveleiras, num espaço já próximo de Pias. O milho é que é cultivado nos campos é irrigado pelas águas do rio, após serem transportadas em levadas.
Já em Pias, o rio Bestança avança o açude e lança-se pressuroso sob o arco da ponte que o atravessa. Ela foi construída no início do século XX. Esta ponte de cantaria de arco perfeito é belíssima, com guardas de pedra lavrada.
Nesta parte do curso, o rio Bestança adquire um colorido que só existe nos meses do verão. Nos dias quentes da estação, as mulheres das povoações circundantes vêm lavar as mantas e roupas de variadas cores nas águas corredias. Após essa tarefa, colocam as peças a estender nas pedras ao longo do leito do rio, ficando a aguardar que sequem.
Só na parte final do curso do rio é que se encontra o Douro, em Souto do Rio. Curiosamente, o rio Bestança conta com a proteção do Senhor do Amparo. Quando nasce, desagua sob a vigilância de Nossa Senhora do Sagrado Coração de Jesus.
Neste cenário, encontra-se o templo singular da aldeia de Pias, que se apresenta sobranceira ao rio, donde domina o terminus do curso desgastante. O percurso é concluído após quase 3 léguas de conturbada viagem.