O romance trágico de um Rei esperançoso e de uma Rainha que era vista como o anjo de Portugal. Saiba quem foi a Rainha de Portugal que morreu virgem.
Foi em abril de 1858 que o Rei D. Pedro V e a Rainha D. Estefânia casaram por procuração em Berlim. Porém, o encontro do casal só aconteceria um mês mais tarde.
A atividade de ambos foi profícua e ficou para a história. Afinal, ambos criaram diversos hospitais e instituições de caridade. Por isso, são até hoje recordados como monarcas muito importantes na história e na evolução do nosso país.
É por isso mesmo que, até hoje, um dos hospitais lisboetas conserva o nome de Hospital de Dona Estefânia. Porém, como terá sido a vida de ambos enquanto casal?
A Rainha de Portugal que morreu virgem
D. Estefânia descreveu numa carta à sua mãe o momento em que, pela primeira vez, viu o rei D. Pedro V. Segundo ela: “Não dissemos nada, demos as mãos, ele beijou-me na testa, eu chorei, ele tinha lágrimas nos olhos, ficámos a olhar-nos por muito tempo, sem nada dizer, mas compreendemo-nos.”
Seguiu-se o casamento presencial, a 18 de maio, o qual mereceu festejos diários, com luzes, récitas no teatro de D. Maria II, fogo-de-artificio e paradas. O clima de primavera tornou o dia maravilhoso e verdadeiramente agradável.
A noite de núpcias
D. Estefânia também confidenciou à mãe como decorreu a própria noite de núpcias, usando as seguintes palavras:
“Senti-me bastante embaraçada, pouco à vontade, e acho, em suma, que este costume de os esposos dormirem juntos não é muito agradável. Mas considero-o um dever perante Deus e, além disso, a pureza e delicadeza extremas de Pedro tocam-me e fazem-me feliz.”
D. Pedro
Apesar de não haver relatos de D. Pedro, acredita-se que a noite também tenha sido desafiante para o monarca, já que ele era descrito como muito puro e pouco dado às futilidades das raparigas da corte.
Porém, aparentemente, ele estava realmente apaixonado por D. Estefânica. Afinal, passeavam juntos pelos jardins de Sintra e Benfica e o rei parecia dedicar-lhe o máximo de tempo possível.
Mais relatos de D. Estefânia
À mãe, D. Estefânia continua a confidenciar intimidades, dizendo-lhe: “Nós somos dois adolescentes. Quando Pedro saiu para caçar durante três dias, trocámos correspondência, escrevendo quatro cartas cada um.”
A gravidez que tardava e a morte inesperada
Porém, não havia maneira de D. Estefânia engravidar, o que à época tinha uma enorme importância, sobretudo num casamento real, em que os herdeiros garantiam a continuação do trono e do reino.
Um ano depois do casamento, D. Estefânia sentiu-se mal e foi internada. Durante esse período, D. Pedro não abandonou a cabeceira da sua cama, ficando dois dias sem dormir.
D. Estefânia tinha 22 anos e não resistiu a uma angina diftérica.
Um ano depois, já de forma póstuma, D. Pedro V cumpriu o desejo da falecida rainha, fundando o hospital D. Estefânia.
A autópsia à rainha
À época, foi feita uma autópsia à rainha, embora só meio século depois se tenham conhecido os seus resultados. Na altura, foi o conhecido médico Ricardo Jorge a dar conta de que, além da angina diftérica que tinha vitimado a rainha, ela também tinha morrido ainda virgem.
Assim, o facto de ter morrido sem ter gerado qualquer herdeiro não se deveu a algum problema de infertilidade da rainha, mas antes a falta de envolvimento sexual entre o casal de monarcas.
A mãe de D. Estefânia
A mãe de D. Estefânia com quem a rainha partilhou muitas das suas experiências era Josefina Frederica Luísa (21 de outubro de 1813 — 19 de junho de 1900), princesa consorte de Hohenzollern-Sigmaringen, por via do casamento com Carlos Antônio, Príncipe de Hohenzollern.
Josefina Frederica Luísa era a terceira filha do grão-duque Carlos II, Grão-Duque de Baden e de sua esposa, a viscondessa Estefânia de Beauharnais. Teve 6 filhos a saber: Leopoldo de Hohenzollern-Sigmaringen; Estefânia de Hohenzollern-Sigmaringen; Carlos I da Roménia; António de Hohenzollern-Sigmaringen; Frederico de Hohenzollern-Sigmaringen; e Maria Luísa de Hohenzollern-Sigmaringen.
não cursei nenhuma faculdade, mas, sou apaixonado ela historia luzobrasileira e das história individual dos dois países.
FALTOU EXPLICAR QUE NA MONARQUIA CONSTITUCIONAL A AUTÓPSIA DOS REIS ERA OBRIGATÓRIA PELA COM O FIM DE EVITAR QUALQUER CRIME(VENENOS-POR EXEMPLO)
Gostei imenso de ficar com uma idéia da história da Família Real de D. Pedro e D. Estefânia, que só conhecia pelos livros do ensino obrigatório, que é muito reduzida.
Geralmente só abordam os feitos dos monarcas, raramente do casal, com excepção de Pedro e Isabel serem muito apaixonados. Confesso que pouco mais sei, para além do Milagre das Rosas e do assassinato de D. Isabel
Talvez se esteja a referir a D. Inês e não D. Isabel…
D. Isabel. O milagre das rosas foi protagozizado pela rainha santa isabel
Já conhecia, mas gostei de ler.
Excelente, adorei conhecer um pouquinho mais, o mais interessante é que ela foi fiel até a morte.
Deveras interessante o artigo de la reina.
Aprecio histórias dos monarcas.
Amei essa história e confesso que não tinha conhecimento desse fato.
Publiquem sempre. Serei uma leitora assídua.
Parabéns NCultura pelo renomado ofício!!!
Isto nao é cultura. Apenas bisbilhotice e especulação.
Tô amando os artigos.
A rainha santa Isabel era casada com D.Dinis, mãe de D.Pedro, rei na 1.ª dinastia.
Felismente tive na 4a classe, uma professora extraordinária, Sra D E,milia Ganhao, em Beja, que nos ensinava a nossa história como se nos estivesse a contar um conto. Obrigada professora, graças a si hoje ainda me lembro de tudo que me foi ensinado