Recorde algumas das profissões que desapareceram e que nos deixam com um sentimento de nostalgia.
O mundo do trabalho está sempre a adaptar-se aos novos tempos. Os avanços tecnológicos implicam mudanças nas profissões. Por exemplo, algumas funções dos profissionais são substituídas por máquinas, que fazem as coisas mais rapidamente e com mais precisão. Assim, com o passar do tempo, muitas profissões foram extintas.
Atualmente, estas profissões não passam de meras lembranças que podem ser recordadas nas páginas dos livros de história e em nos álbuns de fotografia.
Há várias profissões que deixaram de existir. Algumas delas até são muito curiosas e interessantes. Escolhemos algumas delas para que as possa recordar com um sorriso nos lábios. A nostalgia é o sentimento de melancolia provocado pela lembrança de alegrias passadas… É com esse sentimento que se fica quando se recordam estas profissões.
14 profissões que desapareceram em Portugal e no mundo
- Telefonista
- Arrumador de pinos de bowling
- Acendedor de poste
- Operador de telégrafo
- Ator/atriz de rádio
- Despertador humano (batedor de varas)
- Ouvinte de aviões
- Cortador de gelo
- Leiteiro
- Linotipista
- Leitor de fábrica
- Pregoeiro da cidade
- Daguerreotipista
- Coletor de sanguessugas
-
Telefonista
As telefonistas foram bastante importantes em determinado momento. Agora, essas profissionais já não existem. Atender chamadas faz parte das responsabilidades de algumas profissões, mas essa é uma tarefa menor entre muitas outras que acumulam.
Alexander Graham Bell foi o inventor do telefone, feito que conseguiu realizar em 1876. Nesse tempo, a invenção causou grandes mudanças, pois naquela época não era possível ligar diretamente para outra pessoa.
A telefonista assumia a tarefa de intermediária. Tinha como função receber e direcionar a ligação entre as duas pessoas. As empresas preferiam sempre escolher mulheres para ocupar este cargo. Na época, havia a crença de que, assim, os clientes seriam mais amigáveis.
-
Arrumador de pinos de bowling
Anteriormente, eram pessoas que faziam a organização dos pinos de bowling. Elas apresentavam-se no final das pistas de bowling para fazer o serviço! A função devia ser bastante repetitiva e chata.
No entanto, com a invenção e a introdução de máquinas que realizam as mesmas funções, de forma mais eficaz, essa profissão deixou de existir. Os arrumadores de pinos foram vítimas do progresso, com o avanço da tecnologia. Na primeira metade do século XX, as pessoas começaram a ser substituídas por máquinas.
-
Acendedor de poste
Thomas Edison foi o responsável pelo fabrico das primeiras lâmpadas incandescentes, feito que conseguiu em 1879. As ruas das principais cidades ainda apresentavam um sistema de iluminação que era a gás ou a óleo. Por isso, nessa época, a invenção foi considerada bastante útil.
Na altura, os lampiões eram acesos no final da tarde e no início da manhã eram apagados. Na época, a profissão do acendedor de poste de iluminação (ou acendedor de lampião) era fundamental. Ao surgir a luz elétrica, o fim desta profissão foi natural…
-
Operador de telégrafo
O telégrafo elétrico foi inventado por Samuel Morse, em 1835. Esta invenção permitiu que a transmissão de sinais fosse realizada através de cabos. O telégrafo sem fios foi inventado anos mais tarde. Esta invenção (que foi precursora do rádio) foi importante. O aparelho permitia uma comunicação realizada a longa distância.
No entanto, ao longo do século XX, foi perdendo importância, sendo preterido por meios mais eficazes nessa função, nomeadamente o telefone. A profissão do telegrafista extinguiu-se com o fim dos sistemas de telegrafias.
-
Ator/atriz de rádio
As novelas de rádio prendiam as atenções das pessoas na chamada “Era do Rádio”. Os atores e atrizes que davam voz e interpretavam as personagens das novelas de rádio gozaram anos de muito sucesso. A voz era o recurso usado para as interpretações.
Uma mulher que foi uma atriz de rádio tornou-se primeira-dama da Argentina, falamos de Evita Perón. Os dramas das novelas de rádio eram acompanhados pelo público com grande fervor. Por isso, elas faziam muito sucesso!
O surgimento da televisão e a sua popularidade levou a que a rádio deixasse de ter a mesma importância e, em meados do século XX, começou a perda da sua influência. Na sala das famílias, eram as televisões que tinham a primazia. Assim, as novelas de rádio foram perdendo interesse.
-
Despertador humano
O alarme de despertador pode ser agressivo, não pode? No entanto, o acordar podia ser bem pior em alguns países da Europa. Antigamente, era comum em alguns países ter pessoas como despertadores. Estas pessoas eram contratadas para acordar os outros a determinadas horas. O modo como estas pessoas acordavam era bastante irritante, mas eficaz.
Os despertadores humanos recorriam a varas compridas e batiam na janela ou podiam atirar ervilhas contra o vidro através de um canudinho. Os chamados “batedores” eram profissionais que foram muito úteis na época da Revolução Industrial. No entanto, após a invenção do despertador (em 1876), a sua utilidade deixou de fazer sentido, por isso os “batedores” foram desaparecendo. Atualmente, todos podem ter um batedor no
smartphone, ou seja, um despertador com sons muito distintos.
-
Ouvinte de aviões
A “tuba de guerra” (também conhecida como “trombeta sonora”) era uma geringonça que permitia detetar a aproximação de algum avião inimigo através do som. A “tuba de guerra” foi utilizada pelos Aliados durante a Primeira Guerra Mundial.
Este tipo de localizadores de som perderam utilidade. A sua função foi substituída com a introdução do radar, algo que ocorreu na Segunda Guerra Mundial. Os operadores destas máquinas tiveram outras áreas em que se ocupar.
-
Cortador de gelo
Antes de surgir o frigorífico, as pessoas esfriavam bebidas e conservavam os seus alimentos com gelo. Nos países frios, existiu a profissão do cortador de gelo. Era comum haver profissionais deste tipo que estavam responsáveis por retirar grandes cubos de gelo de lagos e rios congelados. Faziam-no durante o inverno e transportavam-nos pelas cidades.
Naturalmente que essa profissão deixou de fazer sentido. O congelador fez com que todas as casas tivessem gelo. Em meados do século XIX, com o surgimento do congelador, tornou-se possível fabricar gelo, por isso esta profissão foi desaparecendo.
-
Leiteiro
O leiteiro era uma personalidade importante noutros tempos. Ainda poderá ser recordada por algumas pessoas mais velhas da sua família. Esta figura tornava possível começar o dia com leite fresco.
O entregador de leite colocava na porta de casa este produto valioso. O frigorífico fez com que esta profissão entrasse em declínio até quase desaparecer. Ainda é possível encontrar esta figura em alguns meios rurais.
-
Linotipista
Linótipo é, atualmente, um palavrão muito desconhecido, mas esta palavra complicada identifica uma máquina de compor e fundir os caracteres tipográficos por linhas inteiras.
Esta máquina foi inventada no século XIX. O linótipo permitiu substituir a composição manual da tipografia tradicional. Esta máquina de composição de texto revolucionou o ramo das publicações, nomeadamente o universo das revistas e jornais.
O linótipo tornou o processo de produzir textos impressos muito mais rápido e prático. Apesar do progresso, com o surgimento de computadores e impressoras, ainda existem operadores de linótipos.
O linotipista era o tipógrafo que compõe no linótipo. Os poucos linotipistas ainda existem e podem ser encontrados países como o Brasil, por exemplo, mas são raros.
-
Leitor de fábrica
Era uma estratégia comum ter leitores nas fábricas de tabaco. Eles serviam para entreter os operários. As pessoas contratadas tinham como função ler para os operários ao longo da jornada de trabalho.
Os leitores de fábrica assumiam, assim, uma função de entreter os operários. Estes leitores podiam ler as notícias do dia ou ler histórias. Enquanto os operários executavam o seu trabalho maçador e repetitivo, ouviam estas leituras para se entreterem.
-
Pregoeiro da cidade
O “pregoeiro” era aquele que lançava pregão, o leiloeiro, por exemplo. O pregoeiro era a pessoa que divulgava, que proclamava, que publicava. Existia o pregoeiro da cidade, um mensageiro, que era uma autoridade reconhecida por fazer anúncios públicos, nomeadamente decretos, ordens do tribunal e estatutos.
O pregoeiro foi uma figura importante na Europa do século XVII. Era através da sua voz que o povo ficava a saber das decisões tomadas pelo rei. Com o surgimento da imprensa e com a leitura a fazer parte do quotidiano das pessoas, este cargo de pregoeiro deixou de fazer sentido.
O pregoeiro passou a ser uma figura do folclore. Por exemplo, em Inglaterra, existem competições de pregoeiros. Em Portugal, ainda se podem ouvir alguns pregões, em profissões que estão a desaparecer, como acontece com o vendedor de castanhas assadas.
-
Daguerreotipista
O daguerreótipo é um termo referente a um antigo processo fotográfico para fixar numa chapa sensibilizada as imagens obtidas na câmara escura. O termo vem do francês daguerréotype, com o mesmo sentido. O objeto criado por Daguerre (1787-1851), antropónimo e inventor francês, permitia fazer uma reprodução fiel, permitia realizar uma descrição exata.
O daguerreótipo foi inventado na primeira metade do século XIX. Este instrumento era capaz de imprimir uma imagem em folha de cobre. Assim, podemos defender que este instrumento foi o precursor da máquina fotográfica. Os serviços do daguerreotipistas só eram solicitados pelos mais endinheirados que o podiam contratar. O processo era caro, por isso nem todos o podiam cobrar.
A técnica da daguerreotipia ainda é usada, mas não nas mesmas condições. Existem artistas plásticos que têm incorporado essa técnica fotográfica pioneira para realizar a sua arte, para se expressarem.
-
Coletor de sanguessugas
O desenvolvimento tecnológico fez com que grande parte das profissões aqui presentes tenham desaparecido. No entanto, esta profissão foi extinta por causa dos avanços das ciências médicas.
A sangria é uma bebida muito popular, mas esta palavra serviu no passado para identificar uma modalidade de tratamento médico bastante popular. A sangria era um procedimento comum, usado em boa parte do planeta. Este procedimento foi utilizado com frequência até ao fim do século XIX.
A técnica recorria a sanguessugas. As sanguessugas eram vendidas aos médicos pelos coletores de sanguessugas. Embora em desuso, a sangria terapêutica ainda é usada em casos específicos. Este procedimento de recolha do sangue pode ser usado em pacientes com hemocromatose, policitemia vera e poliglobulia (provocada pelo excesso de glóbulos vermelhos no sangue). No entanto, as sanguessugas já não são necessárias para essa técnica.
Leia também:
- 24 empregos bem remunerados e que não exigem curso superior
- 10 profissões antigas que já não existem em Lisboa
NCultura
Se leu “14 profissões que desapareceram em Portugal e no mundo” e gostou deste artigo, deixe-nos o seu comentário! Se gostou deste tema, pode procurar outros artigos sobre Curiosidades no NCultura. Se tem outros temas que pretende que sejam explorados pelo NCultura, deixe-nos sugestões.
Se é apaixonado/a pelo mundo das viagens, da gastronomia regional, história e curiosidades, fique a saber que há mais artigos no NCultura, sobre essas temáticas. Apaixone-se pelo NCultura e explore diferentes temáticas: Língua portuguesa, Lifestyle, Histórias, Receitas, entre outras…