Os 5 poemas mais belos escritos em português
A língua portuguesa é uma das mais belas do mundo, sendo natural que dela tenham nascidos poemas sublimes. Os 5 poemas mais belos escritos em português.

1. O Monstrengo – Fernando Pessoa
O mostrengo que está no fim do mar
Na noite de breu ergueu-se a voar;
A roda da nau voou três vezes,
Voou três vezes a chiar,
E disse: «Quem é que ousou entrar
Nas minhas cavernas que não desvendo,
Meus tectos negros do fim do mundo?»
E o homem do leme disse, tremendo:
«El-Rei D. João Segundo!»
«De quem são as velas onde me roço?
De quem as quilhas que vejo e ouço?»
Disse o mostrengo, e rodou três vezes,
Três vezes rodou imundo e grosso.
«Quem vem poder o que só eu posso,
Que moro onde nunca ninguém me visse
E escorro os medos do mar sem fundo?»
E o homem do leme tremeu, e disse:
«El-Rei D. João Segundo!»
Três vezes do leme as mãos ergueu,
Três vezes ao leme as reprendeu,
E disse no fim de tremer três vezes:
«Aqui ao leme sou mais do que eu:
Sou um povo que quer o mar que é teu;
E mais que o mostrengo, que me a alma teme
E roda nas trevas do fim do mundo,
Manda a vontade, que me ata ao leme,
De El-Rei D. João Segundo!»
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Uma visão breve sobre a vida e a obra do maior poeta da língua portuguesa:
– 1888: Nasce Fernando António Nogueira Pessoa, em Lisboa.
– 1893: Perde o pai.
– 1895: A mãe casa-se com o comandante João Miguel Rosa. Partem para Durban, África do Sul.
– 1904: Recebe o Prémio Queen Memorial Victoria, pelo ensaio apresentado no exame de admissão à Universidade do Cabo da Boa Esperança.
– 1905: Regressa sozinho a Lisboa.
– 1912: Estreia na Revista Águia.
– 1915: Funda, com alguns amigos, a revista Orpheu.
– 1918/1921: Publicação dos English Poems.
– 1925: Morre a mãe do poeta.
– 1934: Publica Mensagem.
– 1935: Morre de complicações hepáticas em Lisboa.
(cont.)
Para comemorar este grande momento de Fernando Pessoa, aqui vou deixar o meu momento, o do meu país e em memória do mostrengo:
Titulo: Anjos metálicos – Autor da letra para musica Metal: João Almeida
Eles vêm em bandos,
São negros como o carvão,
Trazem nas asas uns pêndulos
De cabeças e um coração.
Foge, ó homem,
Do anjo demolidor,
Pois esse não vem
Das asas do Senhor.
De voo rasante
Agarram a sua presa,
Movimento deslumbrante
Do silêncio da destreza.
Ó homem, não sofras mais
Nas garras do teu anjo
Vislumbra da paisagem,
Do cenário do Santo Arcanjo.
Escolhes, bem ou mal,
O destino está esculpido
Pois, o teu anjo de metal
Te levará ao Paraíso.
( Com os direitos de autor, se isso, em Portugal, servir de alguma coisa ).