O ouro é reconhecido pelos investidores como um refúgio seguro em momentos de incerteza e como uma proteção contra a desvalorização das moedas, especialmente em períodos de instabilidade geopolítica, como os conflitos no Oriente Médio e na Ucrânia. Estes eventos recentes contribuíram para o aumento dos preços do ouro, juntamente com o surgimento da inflação após a pandemia.
As reservas do ouro português
As reservas de ouro de Portugal estão a tornar-se cada vez mais valiosas. Descubra a importância deste metal precioso na economia e explore o seu crescente valor ao longo do tempo.
As reservas de ouro do Estado Português estão a ganhar valor de forma significativa. Atualmente, existem 382,6 toneladas de ouro armazenadas nos cofres do Banco de Portugal, cujo valor, devido à apreciação deste metal precioso, atingiu os 20 mil milhões de euros.
Com estas reservas, Portugal ocupa a 14ª posição no ranking mundial, superando países como a Arábia Saudita, o Reino Unido e Espanha. Desde 2012, quando o ouro estava avaliado em 9,3 mil milhões de euros, o valor das reservas mais do que duplicou.
No entanto, nem todo o ouro português está armazenado em território nacional. Parte das reservas está distribuída pelo Complexo do Banco de Portugal do Carregado, o Banco de Inglaterra, a Reserva Federal dos Estados Unidos e o Banco de Pagamentos Internacionais na Suíça.
Em relação aos preços do ouro por onça, 2024 está a marcar os valores mais elevados de sempre, com um aumento de 3,25% nos preços negociados. No ano anterior, uma onça de ouro rondava os 2066,29 dólares, representando uma valorização de 13,28% em relação ao ano precedente.
O aumento constante no valor do ouro pode ser atribuído à elevada procura por este metal precioso, especialmente desde a pandemia. A incerteza económica gerada pela pandemia redirecionou os investidores para este ativo seguro. Além disso, as frequentes desvalorizações de moedas como o dólar tornaram o ouro uma opção atraente tanto para investidores quanto para governos.
Para que servem as reservas de ouro de Portugal?
Segundo o Banco de Portugal, o ouro monetário é considerado um ativo de reserva, sendo útil tanto como meio de pagamento internacional quanto como reserva de valor.
Os ativos de reserva são recursos financeiros que um país mantém para enfrentar emergências económica, como crises financeiras ou défices comerciais. Em termos simples, esses ativos ajudam a proteger a economia nacional e proporcionam estabilidade financeira em tempos críticos. Os principais ativos de reserva mantidos pelo Banco de Portugal incluem as reservas de ouro e os ativos financeiros denominados em moedas estrangeiras, excluindo o euro.
É possível vender estas reservas?
Durante vários anos, Portugal esteve restringido na venda das suas reservas de ouro devido a um acordo estabelecido em 1999 com diversos bancos centrais, incluindo o Banco Central Europeu (BCE).
Este acordo, no entanto, terminou em 2019, o que tecnicamente abriu a possibilidade de Portugal vender as suas reservas de ouro para apoiar a economia durante a crise de 2011 e a pandemia.
Apesar dessas circunstâncias, o Banco de Portugal assegurou que não havia intenção de proceder à venda dessas reservas.
As maiores reservas de ouro do mundo
Por curiosidade, note-se que, apesar de Portugal possuir um bom volume de reservas de ouro, não está entre os países que mais acumulam este metal precioso. Eis o top 5 das nações com as maiores reservas de ouro no mundo:
- Estados Unidos – 8133 toneladas
- Alemanha – 3353 toneladas
- Itália – 2452 toneladas
- França – 2437 toneladas
- Rússia – 2333 toneladas
A grande questão que se coloca é: até onde poderá o valor do ouro continuar a subir?
Não responderám à pergunta em título. Porquê.