Apesar de ele ser rei de Portugal e ela viver num Mosteiro, D. João V e Madre Paula viveram uma paixão intensa.
Quando se pensa num convento, imagina-se uma vida religiosa, de reclusão e total dedicação a Deus. Todavia, no tempo de D. João V (1689-1750), nem sempre era isso que acontecia, já que eram várias as instituições religiosas a serem visitadas nobres, membros da corte e até do clero, os quais viviam relações proibidas com as freiras.
É neste contexto que surge a história que une a noviça Paula Teresa da Silva e Almeida, mais conhecida como Madre Paula, a D. João V. Descubra toda a história.
O romance proibido D. João V e Madre Paula
Foi em 1717 que Paula, uma jovem de origens humildes, entrou para o Mosteiro de São Dinis, em Odivelas, o qual pertencia a Ordem das Bernardas de Cister. A entrada para estas instituições era vista como uma forma das famílias mais pobres garantirem educação e uma boa vida às suas filhas.
O que muitos destes pais não imaginavam é que alguns destes conventos acolhiam nobres, aristocratas, poetas e músicos que, sob outros pretextos, acabavam por se envolver intimamente com as noviças.
Madre Paula
Pode dizer-se que o caso da Madre Paula não foi exceção, pois foi no convento que viveu algumas grandes paixões. Primeiro, enamorou-se pelo conde de Vimioso, mas foi o romance com o rei D. João V que ficou para a história.
São conhecidas algumas idas do rei a Odivelas, nomeadamente em 1718, na festa do Desagravo do Santíssimo Sacramento e por ocasião do casamento de um nobre.
Terá sido num destes eventos que o monarca conheceu a Madre Paula, a qual já mantinha uma relação com o 8º Conde de Vimioso.
Consta-se que o rei terá dito ao Conde para escolher qualquer outra freira, desde que deixasse livre a Madre Paula.
O relacionamento
A relação entre a Madre Paula e o rei D. João V acabou por dar frutos e, em 1720, nasceu D. José, que viria a ser Inquisidor-Mor do Reino. Por essa razão, a Madre Paula enriqueceu e ganhou alguns privilégios. Até o seu pai foi armado cavaleiro professo da Ordem de Cristo.
A paixão foi de tal modo intensa que D. João V até mandou construir uma casa para a Madre, situada junto ao convento, a chamada Torre de Madre Paula, onde trabalhavam 9 criadas e onde havia luxos, como uma banheira de prata maciça, cortinas com bordados de ouro e vidros oriundos da Boémia.
A paixão era recíproca e prova disso era forma como a Madre Paula tratava e procurava agradar ao rei. Para ele, fazia doce de marmelada, o qual se viria a tornar numa iguaria típica da região de Odivelas.
Aos 67 anos, D. João V morreu, mas mesmo assim, a Madre Paula continuou a sua vida privilegiada e sumptuosa.
O convento
O convento de Odivelas foi fundado pelo rei D. Dinis, como pagamento de uma promessa. Porém, esta não foi a única comunidade religiosa portuguesa onde as freiras se envolveram com homens interessados em explorar os prazeres carnais que elas lhes podiam proporcionar.
De acordo com a Biblioteca Nacional, só em Lisboa, na primeira metade do século XVIII, foram condenadas 20 freiras por “delitos amorosos”.
Não foi o caso da Madre Paula que viveu a sua vida usufruindo de uma grande paixão, a que só a morte do rei foi capaz de pôr um fim.
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