O Brasil é uma nação repleta de atrações, aliando uma Natureza maravilhosa a um património invejável. Os Megálitos do Amapá ou o Stonehenge da Amazónia é um monumento que deve conhecer!
O monumento de Stonehenge presente em Inglaterra revela-se um mistério, sendo feito de grandes blocos de pedra que formam um enigmático círculo sobre a relva. Tendo sido alvo de estudos por parte de diversos historiadores e arqueólogos, o seu encanto é notório.
A sua função ou significado já levaram a diferentes teses, existindo interpretações distintas para este sítio arqueológico que foi construído na Idade do Bronze. Certo é que Stonehenge, que conta com mais de 6 mil anos de existência, revela-se uma das atrações mais visitadas do Reino Unido, representando o assentamento neolítico mais bem preservado do planeta.
Mas no mundo, há outros monumentos do género que merecem a nossa atenção. Por exemplo, na Amazónia, há um misterioso Stonehenge…
O intrigante Stonehenge da Amazónia no Brasil
Localização
Visitar o Stonehenge do Amapá (na fronteira com a Guiana Francesa) pode revelar-se uma experiência imperdível, encontrando-se no município de Calçoene, a sul dos municípios de Amapá e Pracuúba, ficando também a oeste com Oiapoque e a Serra do Navio.
Para visitar o Stonehenge Amazónico, partindo do centro de Calçoene, deve fazer um percurso de 20km por uma estrada de terra.
O problema é que são raros os dias secos por lá, pois Calçoene é a cidade mais chuvosa do Brasil. E a chuva torna o percurso bem mais difícil…
Interesse gerado
Existe um monumento semelhante ao famoso megalítico inglês que se pode encontrar no meio da Amazónia, sendo que este tem intrigado diversos investigadores do Amapá. Este monumento megalítico foi erguido no meio da selva e terá sido usado para funerais.
A descoberta
Foi em 2005 que a área foi descoberta pelos investigadores, com o monumento a chamar tanto à atenção que levou o governo do Amapá a comprar os hectares locais de forma a proporcionar aos arqueólogos todas as condições, pois percebeu-se que havia potencial para tornar a região numa verdadeira atração turística.
A descoberta de um conjunto de rochas grandes que se encontravam fincadas no solo, bem no meio da selva da Amazónia, tornou-se num mistério intrigante para diversos investigadores amapaenses.
O património arqueológico encontrado no meio da Floresta Amazónica é desconhecido por grande parte das pessoas, sendo composto por 127 blocos de granito com 3m de altura, sendo um observatório astrológico pré-colonial construído há mais de mil anos.
Os estudos
Desde então, têm sido realizados diversos estudos, visando descobrir mais sobre aquele património, qual a função do monumento que terá sido construído por povos milenares em Calçoene, espaço que se encontra a 374 km de Macapá.
Os estudos têm vindo a ser realizados desde 2005. No entanto, os estudos não se revelaram totalmente conclusivos.
Equipa
Há uma casa erguida junto ao local que os arqueólogos têm estudo, permitindo uma investigação de campo mais eficaz, existindo ainda um funcionário do Instituto Estadual de Pesquisas do Amapá que tem a responsabilidade de assegurar a segurança do parque. A casa encontra-se a 30 km da sede de Calçoene.
Conclusões
Os arqueólogos e investigadores do Instituto Estadual de Pesquisas do Amapá dedicaram-se a recolher diversas informações sobre o monumento megalítico, dados que foram analisados aprofundadamente.
Existem algumas conclusões importantes: o monumento formado por pedras é bastante antigo, estimando-se que tenha sido erguido há pelo menos 1000 anos depois de Cristo. Os povos da região terão feito uso do monumento até aos primeiros contactos com os europeus.
Os arqueólogos também descobriram que na área existem urnas funerárias que foram enterradas juntamente com os restos mortais de índios. Tendo sido feitas em cerâmica, as peças apresentam caraterísticas distintas.
São esculturas realizadas que indicam que o povo Arawaka habitava a região, um povo que tem os indígenas da etnia Palikur como descendentes, indígenas que atualmente ocupam a fronteira presente entre o Amapá e a Guiana Francesa.
As urnas indicaram ainda que o local era utilizado para a realização de funerais surpreendentes, sendo realizados de um modo bem distinto do atual. Os indígenas tratavam o momento como uma cerimónia festiva, sendo usados no momento itens inesperados. Entre os vestígios encontrados, estavam itens usados para fazer cerveja artesanal!
O chamado “Stonehenge da Amazónia” terá sido construído há mais mil anos, podendo ser um observatório astrológico pré-colonial que demarca movimentos cosmológicos, nomeadamente o nascer do sol do solstício de verão.
Comparação com monumento britânico
As estruturas de pedra em Calçoene são fascinantes. O monumento encontra-se dentro de uma área de 120 hectares, existindo um monumento megalítico maior, com um formato circular, rodeado por cinco estruturas menores.
A forma deste monumento é comparável ao famoso monumento megalítico que se encontra em Inglaterra. Por isso, é frequentemente chamado de ‘Stonehenge da Amazónia’. No entanto, esse é um nome que não é bem visto por parte da comunidade científica.
João Saldanha, que é arqueólogo do Instituto Estadual de Pesquisas do Amapá, referiu:
“Como investigadores, não gostamos muito de chamar ao monumento de Stonehenge porque dá a impressão de que é uma imitação, sendo que é uma criação autêntica do povo da Amazónia.”
Uma explicação
João Saldanha, um dos arqueólogos e investigadores do Instituto Estadual de Pesquisas do Amapá, explicou:
“Eles [os indígenas] passaram por todo um processo pela colonização europeia e atualmente não têm mais esse tipo de ritual, com urnas funerárias e construção desses centros de cerimônia. Pelo que vimos nos vestígios encontrados, o cerimonial era uma festa. Constatamos vestígios de cerâmica, que muito provavelmente era usada para fazer cerveja de mandioca ou milho, para além de pratos, que devem ter sido usados para servir alimentos.”
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Não sabia da sua existência, considerando muito interessante as parecenças com o famoso megalítico inglês.
… neste nosso planeta, ainda há muita coisa para se saber.
Muito obrigado pelo artigo e pela descrição.