Na língua portuguesa quando se deve dizer morto, matado e morrido?
Fique a saber mais sobre verbos abundantes e particípios regulares e irregulares. Na língua portuguesa quando se deve dizer morto, matado e morrido?
Os verbos abundantes, ou seja, verbos com mais que um particípio suscitam sempre algumas dúvidas. Quando devemos usar cada um dos particípios e quais os auxiliares que devemos utilizar são algumas das interrogações mais recorrentes.
Os verbos “matar” e “morrer” são particularmente traiçoeiros pelas suas semelhanças de grafia e sentido, por isso vamos debruçar-nos sobre este tema e acabar com todas as suas questões.
Devemos começar por dizer que todas estas palavras existem do léxico português, o contexto em que devem ser usadas é que muda de umas para as outras.
Significado
O verbo matar refere-se, habitualmente, ao ato de tirar a vida a um ser. Contudo, esta palavra pode adquirir um sentido mais lato e ser, também, sinónimo de destruição e desaparecimento, esgotamento físico, sofrimento, entregar-se totalmente a algo ou alguém, saciar, faltar a um compromisso, resolver algo (um problema, por exemplo), consumir algo até ao fim.
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Morto ou matado?
Vamos principiar por analisar duas das formas que mais dúvidas suscitam, ou seja, morto e matado.
Estas duas palavras correspondem a equivalentes do particípio do verbo matar, que é um verbo abundante e, por isso, possui dois particípio: matado – que é o particípio regular – e morto – que é o particípio irregular.
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Quando usar cada um?
De um modo geral, a forma regular “matado” é utilizada na voz ativa, com os verbos auxiliares ter ou haver. Já a forma irregular “morto” é usada na voz passiva, com os verbos auxiliares ser ou estar.
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Exemplos
Esta não foi a sua primeira vez. Ela já tinha matado uma galinha.
Ele foi morto numa emboscada.
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Verbos abundantes
Como já adiantámos, os verbos abundantes são verbos que possuem um particípio duplo, ou seja, composto por uma forma regular e outra irregular.
É com o particípio que se constroem os tempos verbais compostos, transmitindo a ideia de conclusão de uma ação, isto é, o ponto da ação depois de terminada.
Neste caso, as dúvidas adensam-se também pelo facto da palavra “morto” ser, ainda, o particípio passado do verbo morrer.
Assim, importa lembrar que o verbo “matar” tem como particípios regular e irregular, respetivamente, as formas “matado” e “morto”. Já o verbo “morrer” tem como particípios regular e irregular, respetivamente, os termos “morrido” e “morto”.
Outros exemplos de verbos abundantes são ganhar, pagar, extinguir, entre muitos outros.
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E, afinal, quando se usa a palavra morrido?
A resposta a esta pergunta já foi avançada nas linhas anteriores. Efetivamente, a palavra “morrido” existe sim, mas nada tem a ver com o verbo “matar”.
Como já explicámos, esse termo é o particípio passado regular do verbo “morrer” (e não “matar”), conforme o seguinte exemplo ilustra:
Ele já tinha morrido e ela nem sabia.
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Outros usos destas palavras
A palavra “morto” pode, também, ser um substantivo, referindo-se neste caso a um defunto, a alguém que já não vive.
Pode, ainda, ter a função de adjetivo, qualificando alguém ou algo que está murcho, seco, sem movimento, apagado, extinto, pálido e desbotado, exausto, ávido, sequioso, insensível, desusado ou ultrapassado.
Proponho uma abordagem inovadora ao problema dos verbos ditos abundantes em https://mosaicosemportugues.blogspot.com/2021/05/foi-limpo-por-o-terem-limpado.html.
Terei o maior gosto em conhecer a sua opinião.