Existe um lugar muito especial em Belmonte, no sopé da Serra da Estrela. Conheça a história da misteriosa e enigmática Torre Centum Cellas!
Em Belmonte, no sopé da Serra da Estrela, no distrito de Castelo Branco, existe um lugar especial, repleto de lendas, que tem por base a história de umas ruínas que captam a atenção de todos. A Torre Centum Cellas, antigamente também chamada de Torre de São Cornélio, é uma Torre que fica no monte de Santo Antão, na freguesia do Colmeal da Torre, em Belmonte, uma aldeia histórica. Ela ergue-se perto de Belmonte e Caria, num vale próximo da junção de uma ribeira com o rio Zêzere.
Atualmente as ruínas têm despertado a atenção de todos, suscitando as mais diversas teorias e gerando-se as lendas mais variadas.
Umas dessas lendas refere que teria sido uma prisão com cem celas, daí a derivação para o nome Centum Cellas, onde teria estado cativo São Cornélio, razão pela qual também é conhecida pelo nome de Torre de São Cornélio. Fique a saber mais sobre este espaço icónico.
A misteriosa e enigmática Torre Centum Cellas em Belmonte
Esta Torre, também conhecida por Torre de São Cornélio, tem suscitado o interesse de historiadores, investigadores, arqueólogos e muitos curiosos.
Desde 1927 que este é um Monumento Nacional. Construída por volta do ano I d.C, esta torre exibe 12 metros de altura e tem três andares (parciais). É uma construção imponente, cujas funções que tinha no passado ainda não são totalmente claras para os especialistas. Algumas das hipóteses avançadas é que pode ter sido um templo, uma prisão, um praetorium, uma mansio ou mutatio ou mesmo uma villa romana.
Uma das teses com mais força é, contudo, a de ter sido uma prisão, neste caso com 100 celas (daí o seu nome, Centum Cellas). Já o seu outro nome, São Cornélio, podia dever-se a esta figura ter estado preso nesta torre, algo que os estudiosos ainda não conseguiram comprovar.
Os recortes irregulares nas paredes podem, efetivamente, ser de celas, embora haja mitos que defendem que esta torre terá sido erguida por uma mulher com um filho às costas.
O que já se sabe
Apesar de ainda não se saber tudo sobre esta Torre, já foram feitas descobertas importantes, como as que mostraram que a Torre seria a parte central daquela que terá sido a villa de Lucius Caecilius. Lucius Caecilius terá sido um abastado cidadão romano, um negociante de estanho que por volta do século I d. C. construiu aqui a sua residência.
Algumas suposições
Já no domínio das lendas, acredita-se que Lucius Caecilius terá também aqui construído termas, alojamentos para escravos e outros anexos. Porém, aproximadamente dois séculos após a construção da villa, esta terá sido destruída por um incêndio, sendo que mais tarde foi ali erguida a Capela de São Cornélio.
Há ainda mitos que dizem que a Torre poderá ter sido erguida pelos incas, gregos, egípcios e até pelos judeus sefarditas.
Para outros, este foi um ponto de defesa da fronteira nos confrontos entre o Reino de Portugal e o de Leão.
Outra lenda conta que dentro da Torre haveria um bezerro totalmente feito em ouro, deixado pelo tal Lucius Caecillius.
Centro Interpretativo
O que é certo é que esta é uma Torre singular, devido à sua configuração, com janelas e buracos irregulares.
Assim, a Câmara de Belmonte partiu para a requalificação da Torre e para a criação de um Centro Interpretativo da Centum Cellas, onde haverá uma exposição das peças recolhidas junto da Torre (como moedas romanas) e da história e lendas que envolvem este monumento único.
Apesar do mistério permanecer em relação à origem, função e história desta Torre, vale a pena uma visita às ruínas deste espaço, não só pela sua imponência e impacto, como também pela curiosidade que este ícone desperta, precisamente devido a todas as questões que o rodeiam.
O Centro Interpretativo projetado é outro fator de interesse que este espaço vai passar a ter e que vai permitir que fiquemos a saber mais sobre este lugar tão especial e inusitado. Qual a teoria que lhe parece fazer mais sentido? Qual será a verdadeira história desta Torre que já atravessou séculos e gerações?
Já existem Vários por todo o País. Possivelmente já são os Anos em que a Rocha no que Foi Construída apresente sua Cor de Degradação. De Madeira poderá ser Reconstruída com seus Pilares de Betão mas que Possa Continuar como um Museo de Património Cultural.
À primeira vista, dá a impressão que a construção resultar do aproveitamento de pedra existente na área e resultante de construção anterior que foi destruída. Alguém, com pouca ajuda e menor pericia, terá aproveitado as pedras mais acessíveis e assentou- as um pouco toscamente.
Numa fase posterior, alguém com mais jeito, ajuda e posses, terá – com recursos materiais por ali existentes – construído para seu uso, o segundo piso. Numa terceira fase, alguém terá aproveitado materiais mais antigos ou de menor qualidade, pois nota-se perfeitamente que são materiais diferentes, para ampliar o edifício.
Na verdade, parece-me muito fácil concluir que se trata de uma reconstrução, efetuada em três frases e com materiais com datas diferentes.
Quanto ao nome, este não resultará da junção de centurião com Caecillius? Centum Cellas poderá ter resultado da apócope de centurium e aférese de Caecillius, através da transmissão oral, a qual resulta com frequência na alteração de palavras, mas mantendo a sua sonorização mais fielmente?
É o que ponho à discussão de filologistas e historiadores, se alguém achar que vale a pena!