A vida de um rei pode ter muitas coisas boas, mas quando as más surgem, elas podem ser muito más… Fernando I de Portugal “O Formoso”, do incesto à chacota!
Foram (e alguns ainda são…) idolatrados como deuses ou semi-deuses. Mas os reis e as rainhas são pessoas comuns, de carne e osso. Eles também se magoam em quedas. Se forem descuidados, cortam-se. Amam as pessoas certas e, por vezes, as pessoas erradas. Eles também sofrem, se não forem correspondidos.
Portugal teve mais de três dezenas de reis, ao longo de quase 900 anos de História. Reis que fizeram parte de quatro dinastias que reinaram. Estas dinastias foram decidindo os destinos do reino, mas ao longo de todo esse tempo, houve uma vasta série de episódios particulares que demonstram como os reis e as rainhas são pessoas comuns, com virtudes e defeitos. Eles e elas cometem erros, demonstrando ser tão humanos quanto nós.
Para evidenciar isso mesmo, o NCultura tem vindo a publicar diversos artigos que revelam episódios curiosos e intrigantes sobre reis e rainhas. No presente artigo, centramos a nossa atenção em D. Fernando.
Fernando I de Portugal “O Formoso”, do incesto à chacota!
D. Pedro I
Ao longo da sua história, Portugal teve diversos reis, mais de três dezenas. Mas quem reinou o país entre 1357 e 1367 foi D. Pedro. O rei que ficou conhecido pelo cognome de “O Justiceiro”.
D. Pedro I nasceu no dia 08 de abril de 1320, em Coimbra. Os seus pais foram D. Afonso IV e D. Beatriz de Molina e Castela, sendo um dos últimos representantes da dinastia Afonsina, que começou com D. Afonso Henriques.
Antes de falecer, no dia 18 de janeiro de 1367 (em Alcobaça), teve uma vida repleta, com muitas aventuras e desventuras. Uniu-se a D. Branca, também formalizou uma união com D. Constança Manuel, mas a relação que conquistou a posteridade foi a que teve com D. Inês de Castro.
O filho
D. Fernando I foi filho de D. Pedro I, sendo fruto da relação deste com D. Constança de Castela. D. Fernando nasceu no dia 31 de outubro de 1345 (em Lisboa). Ficou conhecido pelo cognome “O Formoso”, tendo reinado entre 1367 e 1383.
Da sua relação com D. Leonor Teles não houve filhos que liderassem o reino. Aliás, D. Fernando foi mesmo o último representante da Dinastia Afonsina. Após a sua morte, que ocorreu no dia 22 de outubro de 1383 (em Lisboa), houve um interregno que durou 2 anos, sensivelmente, prolongando-se de 1383 a 1385, surgindo depois a segunda dinastia, a Dinastina de Avia (ou Joanina, como também é conhecida). Esse período começou com D. João I, “O de Boa Memória”, homem que reinou entre 1385 e 1433.
O incesto
Os amores do rei Formoso deram que falar. O filho legítimo de D. Pedro I e de D. Constança Manuel deixou-se levar pelos seus desejos, mesmo quando estes eram sentidos por uma filha do seu pai.
D. Fernando manteve relações íntimas com a filha de D. Pedro I e de D. Inês de Castro, mais especificamente com Beatriz, sua meia-irmã. A Infanta D. Beatriz nasceu em 1347, sendo fruto da relação do Rei D. Pedro com D. Inês de Castro.
D. Fernando teve uma relação peculiar com a sua meia-irmã, mas não foi eterna, antes pelo contrário… Foi uma relação incestuosa de curta duração, pois D. Fernando tinha destinado outro nome para partilhar consigo o trono.
A chacota
D. Fernando apaixonou-se por Leonor Teles, uma mulher casada e com um filho. A beleza de Leonor Teles conquistou D. Fernando. O relacionamento com D. Beatriz foi esquecido.
D. Fernando tinha casamento marcado com a princesa castelhana Isabel, mas a sua ligação com Leonor Teles foi bem mais forte. Apesar de Leonor não ser de estirpe real, D. Fernando casou-se com ela em segredo. Meses mais tarde nasceu a filha de ambos… Qual o seu nome? Beatriz… nome da sua meia-irmã!
Digamos que não foi fácil o percurso de D. Fernando pois, além de ter sofrido uma tentativa de envenenamento, ainda teve de lidar com as infidelidades da mulher, as quais se tornaram públicas. “O Formoso” foi assim alvo de chacota por se ter deixado humilhar pela mulher por quem arriscou muito.
D. Fernando ainda se casou com a única filha de Juan I de Castela, levando este rei estrangeiro a tornar-se num potencial herdeiro do trono português. Contudo, já depois da morte de D. Fernando, a vitória de Aljubarrota salvaria a situação.
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