Os nomes com acento permanecem com acento se estiverem no diminutivo? Escreve-se Zezinho ou Zézinho?
Os diminutivos são muito riquinhos. Permitem criar uma ideia de pequenez a algo estimado. Permitem ainda criar ou evidenciar proximidade ou intimidade com algo ou alguém. A formação do diminutivo consiste na junção de um sufixo diminutivo (como inho ou inha) a uma palavra no grau normal.
Entre os vários sufixos diminutivos, podemos encontrar: “-ebre”; “-eco/a”; “-ico/a”; “-ela”; “-eto/a”; “-elho/a”; “-ejo”; “-ilho/a”; “-ino/a”; “-im”; -“-ete”; “-acho/a”; “-icho/a”; “-ucho/a”; entre outros. Contudo, os principais sufixos diminutivos são “-inho/a”; “-zinho/a”. Muitos chamam à avó que tanto estimam, avozinha. Outros, chamam cafezinho ao café que bebem diariamente. Os filhos também são frequentemente alvos de diminutivos. Mas, quando os nomes têm acentuação, será que ela se mantém no diminutivo?
Língua portuguesa: escreve-se Zezinho ou Zézinho?
Acentuação nos diminutivos
Quem nunca usou um diminutivo? Existem diversos momentos que tornam o uso do diminutivo “quase obrigatório”. Quem nunca soltou instantaneamente um “ai que riquinho” ou “ai que riquinha”, quando estava com um bebé ao colo?
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Outro exemplo com o qual já todos fomos confrontados e é algo que é sempre um sucesso na internet e nas redes sociais são os gatinhos ou cãezinhos ainda bebés a espreguiçarem-se ou a espirrarem. Há sempre quem solte um que “fofinho” ou que “fofinha”.
Entre os diminutivos, há uma dúvida que se destaca: quando há acentuação na palavra que formará o diminutivo, como é que ela fica no diminutivo. Será que o acento permanece ou desaparece?
Explicação
As palavras com o sinal ortográfico “til” mantêm o “til”, quando transformadas em diminutivo. Segundo as normas em vigor, o til é obrigatório nas palavras derivadas, funcionando meramente como um sinal de nasalação, pois a tónica está presente numa sílaba posterior.
Exemplos:
Mão… mãozinha.
Manhã… manhãzinha.
Cão… cãozinho.
Irmã… irmãzinha.
Pão… pãozinho.
Os diminutivos dos substantivos com outros acentos constituem um caso distinto, pois eles perdem o acento gráfico, quando é formado o diminutivo. As palavras terminadas em -inho ou -inha (ou seja, boa parte são diminutivos, pois ainda há uma alternativa a estas formas predominantes, que são os diminutivos alternativos formados com o sufixo -ito/ita) não levam acento gráfico.
É que em todas as palavras terminadas em “inho”, a vogal tónica é o “i”, presente na penúltima sílaba. E, não se pode colocar acento (seja agudo ou circunflexo) noutra vogal que não seja a tónica, por mais aberto que seja o seu som.
Exemplos:
Café… cafezinho.
Chá… chazinho.
Pé… pezinho.
Só… sozinho.
Chaminé… chaminezinha.
Boné… bonezinho ou bonezito.
Avó… avozinha.
Rádio… radiozinho.
Os nomes próprios estão sujeitos às mesmas regras ortográficas de qualquer outra palavra da palavra da língua portuguesa. Assim, todos os nomes próprios colocados em diminutivo, mesmo quando conservando o timbre aberto da vogal e das palavras primitivas, perdem o acento gráfico.
Nomes próprios
Nomes com o sinal ortográfico til mantêm o til, quando é formado o diminutivo. Por exemplo:
João… Joãozinho.
Damião… Damiãozinho.
Falcão… Falcãozinho.
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Os nomes próprios acentuados perdem o acento gráfico, quando é formado o diminutivo. Por exemplo:
Álvaro… Alvarinho (outras opções: Alvarito, Alvarozinho).
Zé… Zezinho.
Rúben… Rubeninho (outras opções: Rubinho, Rubenzinho, Rubenzito).
Tomás… Tomasinho.
André… Andrezinho.
Fábio… Fabinho.
Márcio… Marcinho.
Nota: No passado, chegou-se a usar acento grave nos diminutivos de nomes graficamente acentuados. Antes da alteração que ocorreu no ano de 1973, nomes como Álvaro eram formados no diminutivo com acento grave, assumindo a forma Àlvarozinho (tal acontecia com outras palavras, praticamente era pràticamente, sozinho era sòzinho).
Essa alteração foi “a minirreforma ortográfica de 1973”. Na norma ortográfica vigente, suprimiu-se o acento gráfico. Não se aplica acento a tais diminutivos.