Há tesouros escondidos em Portugal, nomeadamente em Evoramonte (Évora Monte). Dipo, a cidade com 2300 anos, é um deles. Uma cidade que poucos conhecem, mas que foi importante no passado.
O nosso país tem uma história incrível, existindo até conteúdo histórico que antecede a formação do nosso país. A arqueologia ajuda-nos a ter um conhecimento sobre o que se passou no território português.
Sabia que existiu uma cidade importante no Alentejo há mais de dois milénios? Esta cidade tinha o nome de Dipo.
Dipo: uma cidade com 2300 anos escondida no Alentejo
Dipo foi uma cidade que esteve presente no espaço territorial que hoje identificamos como Alentejo, mais precisamente em Évora Monte. A cidade de Dipo é um tesouro escondido em Portugal e que guarda segredos com mais de 2300 anos. Muitas pessoas desconhecem esta cidade escondida, mas ela foi muito importante no passado.
Incertezas
Dipo foi um dos maiores povoados pré-romanos que estiveram presentes no Alentejo. Apesar de persistirem dúvidas sobre a sua localização, arqueólogos acreditam que é Évora Monte (Estremoz) que pode esconder a cidade de Dipo. A localização da cidade de Dipo permanece incerta. Ela perdeu-se no tempo. Um desconhecimento que se deve ao facto de os romanos terem construído uma nova cidade noutro local (em Évora), após a conquista de Dipo.
História
Ao longo dos tempos, equipas de arqueólogos realizaram escavações pela região e confirmaram a existência de edificações em Évora Monte que remontam ao século III antes de Cristo.
Estas informações contam parte da história com 2300 anos, sugerindo que seja Dipo uma cidade que é referenciada em diversas fontes. Dipo é identificada como um dos principais aglomerados populacionais da região na Idade do Ferro. Devido à sua importância, os Romanos tentaram conquistar Dipo por diversas vezes.
Referências históricas
É feita a identificação da cidade de Dipo como um aglomerado importante. Durante as primeiras campanhas romanas em oposição aos carpetanos (Tito Lívio, XXXIX, XXX), a povoação de Dipo é enfatizada por Tito Lívio. Salústio também deixa uma pequena referência a este centro, que pode ter ficado em Évora Monte. Durante a guerra civil sertoriana, afirmou que Dipo se tratava de uma cidade bastante forte, que resistiu durante vários dias (Salústio, I, 113).
Dipo
A cidade de Dipo foi construída há 2300 anos, pelos Sefes. Mas quem foram os Sefes? Os Sefes foram um povo de origem celta. As fontes clássicas indicam que a localização dos Sefes de Dipo se situa entre as cidades romanas de Évora e Mérida.
Ora, o facto de terem sido encontradas ruínas nos últimos anos em Évora Monte confirma a existência de um povoado com alguma dimensão, o que reforça a teoria de que se trata da cidade perdida de Dipo.
Povos
Os Lusitanos são conhecidos como os únicos e verdadeiros antepassados dos portugueses, até surgem com destaque na obra de Camões, os Lusíadas. No entanto, houve outros povos no território que hoje conhecemos como Portugal. Existiram outras tribos.
Antes dos Lusitanos ganharem protagonismo no território “português”, os Sefes eram uma dessas tribos. Sefes (ou Ofis, como também eram conhecidos) significa “povo das Serpentes”. O povo grego chamava ao território oeste da Península ibérica de Ofiússa.
Os Sefes superaram a oposição dos Estrímnios. Após conquistarem este povo, os Sefes estiveram no território mais à vontade. Os Cónios foram outro povo que se encontrava mais a sul, como acontecia com os Sefes.
No entanto, existiam outros povos que se encontravam na zona norte, como os Tamaganos e os Brácaros. Assim, muito antes de os romanos chegarem à Península Ibérica, houve vários povos, tribos celtas, como os Estrímnios, Brácaros, Tamaganos, Sefes e Lusitanos.
No entanto, os Sefes terão sido um dos povos mais evoluídos culturalmente entre as tribos celtas que passaram por este território. Dipo era a cidade deste povo e terá estado situada em Évora Monte, no Alentejo.
Conhecimentos
Existe conhecimento interessante sobre os Sefes. A presença sobre este povo celta nas planícies do Alentejo e na vizinha Espanha encontra-se bem documentada e está provada. No entanto, a dúvida sobre a localização da sua capital, Dipo, é que permanece por provar.
Os Sefes estão na origem do desaparecimento súbito de várias povoações da Serra de Huelva e das margens do Guadiana. Os habitantes destes locais que sobreviveram aos Sefes terão fugido com medo dos invasores.
Os povos que tiveram de lidar com os Sefes terão necessitado de procurar refúgio nas montanhas, em locais mais recônditos e fáceis de defender. Os povoados fortificados presentes na Serra d’Ossa foram construídos como refúgio contra os Sefes.
Além da cidade de Dipo (cuja localização permanece por provar), os Sefes fundaram outras cidades, nomeadamente: a de Beuipo (em Alcácer do Sal), a Olisipo (em Lisboa) e a Colipo (em Leiria).
O domínio deste povo justifica-se pelo poderio militar que apresentou. O seu domínio estendeu-se até às margens do Mondego. Por isso, os Sefes tornaram-se num dos mais poderosos na região sul da Península Ibérica.
Évora Monte
A data da fundação de Évora Monte é desconhecida. No entanto, os vestígios encontrados permitem constatar que existiu a ocupação do território pelos romanos. A povoação foi conquistada aos mouros por Geraldo Sem Pavor no século XII.
O primeiro foral concedido por D. Afonso III em 1248. O castelo de Evoramonte foi edificado no reinado de D. Dinis e encontra-se erigido num dos pontos mais elevados da Serra d´Ossa.
Este monumento nacional encontra-se sob a responsabilidade do Instituto de Gestão do Património Arquitetónico e Arqueológico (IGESPAR). Foi no ano de 1306 que D. Dinis ordenou a fortificação da vila. Dessa campanha, apenas resta a cerca amuralhada e as portas dionisinas.
A Convenção de Evoramonte foi assinada na localidade a 26 de maio de 1834, momento que permitiu pôr termo à guerra civil, travada entre absolutistas e liberais.
Outras possibilidades
A cidade de Dipo é mencionada como tendo feito parte do itinerário romano, estando presente depois de Évora e no sentido de Mérida. Existem várias discussões
em torno do tema, existindo quem também fundamente a conexão de Dipo com Talavera la Real ou com Guadajira.
Turismo em Évora Monte
A cidade de Dipo permanece uma incógnita. Não é ainda algo certo que tenha sido em Évora Monte. Portanto, não é uma cidade visitável, mas Évora Monte é. Évora Monte (Santa Maria) é o nome oficial deste local encantador.
Trata-se de uma freguesia portuguesa presente no município de Estremoz, que se localiza na região do Alentejo. Evoramonte ou Évora-Monte são outras grafias usadas para esta freguesia que foi fundada oficialmente em 1248. Este é um destino fantástico com diversas atrações fantásticas.
Algumas atrações locais
Évora Monte é uma vila histórica pitoresca que tem no centro histórico um local bastante interessante. O castelo é o ex-libris local e está presente no centro da cidade fortificada.
Esta construção conta com mais de 7 séculos de história. O imponente castelo é visto de longe. A Igreja matriz de Santa Maria de Évora Monte é outra atração local importante. Esta construção religiosa localiza-se no interior da muralha, próxima da Porta do Freixo.
Um templo já existia no local, em 1359, mas a primeira referência conhecida a esta igreja é de 1271. Esta construção passou a denominar-se igreja de Nossa senhora da Conceição em 1748.
A Igreja da Misericórdia de Évora Monte está presente ao lado da muralha. Este templo está datado do século XVI. A Igreja de São Pedro de Fora encontra-se fora da muralha. Este templo primitivo em estilo gótico está datado de 1320. No entanto, este templo foi modificado e reconstruído várias vezes, nomeadamente após o terramoto de 1531.
Como chegar
Évora Monte pode ser visitada a partir da via N18 que liga Évora a Estremoz. Évora Monte encontra-se a 30 km a Nordeste da cidade de Évora e a cerca de 16 km de Estremoz, município do qual Évora Monte faz parte.
A via N18 une as duas cidades e passa por Évora Monte. Assim, para chegar à cidade medieval e ao castelo, basta ir por um acesso de 1,2 km.
Posto de Turismo – Évora Monte
Morada: Rua de Santa Maria 7100-314 Évora Monte
Contactos: +351 268 959 227.
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Morada: Rua General Norton de Matos, Estremoz 7100-107 Portugal
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