A história de Portugal está cheia de escândalos e hoje vamos falar sobre D. João VI e o escândalo com filha bastarda. Saiba toda a verdade sobre mais um caso que revela que os reis também erram, como humanos que são!
A história de Portugal é rica em acontecimentos e em curiosas preciosidades. Ao longo de um percurso histórico de 900 anos, há diversos episódios que nos enchem de orgulho. Houve muitas conquistas, muitas descobertas, momentos em que liderámos o mundo com exemplos de coragem, de irreverência, de ousadia.
No entanto, também são muitos os escândalos, sendo os tempos da Monarquia particularmente ricos nesses momentos. Por exemplo, sabia que D. João VI terá sido pai bastardo de uma menina nobre?
D. João VI e o escândalo com filha bastarda de sangue azul
Quem foi… D. João VI?
Ele nasceu no dia 13 de maio de 1767, na cidade de Lisboa. Aquele que veio a ser conhecido como “O Clemente” era filho de D. Maria I, “A Piedosa” (que reinou entre 1777-1816) e D. Pedro III.
D. João VI começou a reinar na sequência da morte de D. Maria I, que faleceu no dia 20 março de 1816, no Rio de Janeiro. Ele reinou ao longo de uma década, entre 1816 e 1826. Da sua relação com D. Carlota Joaquina Teresa Caetana de Bourbon e Bragança, nasceu D. Pedro IV, “O Rei Soldado”. O rei que veio a suceder a D. João VI, após este falecer no dia 10 de março de 1826, em Lisboa.
No entanto, D. Pedro IV teria um reinado muito curto, pois prescindiu de reinar Portugal, tornando-se “O Libertador”. D. Pedro IV, no Brasil, tornou-se D. Pedro I, o primeiro imperador do Brasil.
O escândalo
João VI teve alguns filhos bastardos, fruto de alguns relacionamentos menos nobres. No entanto, existiu um relacionamento que gerou uma filha e que foi particularmente doloroso para Carlota Joaquina. É que Eugénia de Meneses era neta do marquês de Marialva.
Eugénia de Meneses
A neta do marquês de Marialva nasceu em Guimarães e era dama de companhia de Carlota Joaquina. Ela era uma bela mulher, muito inteligente, culta, alegre e independente. O príncipe D. João, que se tornaria D. João VI, Rei de Portugal, terá tido um caso extraconjugal com dona Eugénia de Meneses. Contudo, D. João foi incapaz de assumir as suas responsabilidades.
Ameaça
A princesa sentiu que a bastarda poderia representar uma ameaça na sucessão do trono, por isso agiu de forma a prevenir eventuais dissabores, apesar de conhecer Eugénia desde que esta tinha 10 anos, quando Carlota saiu da Espanha com o propósito de se casar com o príncipe D. João.
Cristina Norton
De acordo com a autora d’O Segredo da Bastarda, a escritora Cristina Norton, quando Carlota ficou a saber do caso extraconjugal e da gravidez, mandou matar Eugénia. A escritora, que investigou a vida de Eugénia ao longo de 5 anos, defende a tese de que para Carlota Joaquina esta relação extraconjugal de D. João (ele teve outras) era distinta.
A escritora Cristina Norton defende que para Carlota: “Eugénia era diferente. Ela pertencia à família mais importante de Portugal. Era uma rival para a princesa.”
Consequência
Eugénia foi obrigada a afastar-se da família e, para sobreviver à ira de Carlota, teve de se esconder em conventos.
Reflexão
Se D. João VI tivesse assumido as suas responsabilidades, o percurso de Eugénia teria sido muito distinto. Ao longo da história nacional e internacional, não faltam episódios de relacionamentos extraconjugais.
Muitos deles poderiam protagonizar um artigo do NCultura. Se tiver alguma recomendação de algum escândalo ou acontecimento da história portuguesa que mereça ser contado, teremos todo o gosto em criar um artigo a partir de uma sugestão sua.
A filha bastarda reaparece no Brasil no Reinado de D.Pedro l.
Leio sempre com grande interesse e atenção tudo o que surge neste espaço.
O episódio aqui referido,como outros similares,eram ocultados aos estudantes da história portuguesa. É uma oportunidade que nos é dada para melhor ficarmos a conhecer estes temas.