Recordaremos um episódio polémico que ganhou destaque na história de Portugal. O Rei que gostava de visitar conventos… D. João V “O Magnânimo” ou o Mulherengo?
Ao longo de quase nove séculos de existência, não faltaram episódios interessantes na História de Portugal, nomeadamente envolvendo os Reis e as Rainhas do país. Num percurso longo e repleto de peripécias merecedoras da nossa atenção, são muitos os momentos insólitos e caricatos, diversas as curiosidades que encantam.
Desde o primeiro Rei, D. Afonso Henriques, até ao último Rei, Manuel II. Foram vividos muitos séculos neste período histórico, que teve 34 Reis, quatro dinastias. Os Monarcas tiveram a responsabilidade de construir parte dos alicerces em que a história do nosso país está assente. Existiram projetos incríveis ao longo deste percurso, episódios de ambição desmesurada de alguns reis, investimentos em construções megalómanas, diversos acontecimentos que se tornaram marcantes na história do país.
Se, ao longo deste espaço temporal, existiram reis emblemáticos e marcantes, também houve espaço para reis que tiveram feitos mais discretos, que estão na origem de alguns momentos menos dignos. Ocorreram eventos melindrosos, ações polémicas, momentos embaraços. Existiram diversas polémicas, vários escândalos e muita controvérsia que fazem parte da história de muitos reis e importa recordar, pois não existiram apenas feitos gloriosos na monarquia portuguesa, existiram também pequenas preciosidades que não sendo dignas dos mais elevados valores, revelam-se bastante interessantes para saciar a curiosidade do comum mortal.
Seguramente que pretende saber mais sobre escândalos na monarquia portuguesa, não é verdade? Então, veja isso aqui mesmo, no NCultura! Neste artigo, iremos centrar-nos em D. João V.
Reis de Portugal: D. João V “O Magnânimo” ou o Mulherengo?
O contexto
O monarca D. João V viveu numa época áurea e beneficiou de abundância económica incomum na sua história. Dele, “O Magnânimo”, diz-se muita coisa. É dito que D. João V é o Rei Sol português, que se terá inspirado na Corte Francesa e em Luís XIV, o Rei-Sol, sendo adepto do cenário cerimonial e do luxo vivido pelos monarcas franceses.
O Magnânimo usou a riqueza do reino, o ouro e os diamantes vindos do Brasil, para construir uma obra megalómana. O conjunto arquitetónico construído foi faraónico, nomeadamente a Basílica, o Palácio e o Convento de Mafra.
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D. João V (1689-1750) “O Magnânimo” ou o Mulherengo?
D. João V governou o reino numa época economicamente favorável. Fez muita construção de relevo, aproveitando a riqueza que vinha do Brasil. No entanto, este artigo visa centrar-se nos maiores escândalos dos reis portugueses.
D. João V ocupa lugar nesta série de artigos pelo seu lado mulherengo. Ele teve filhos com três freiras do Convento de Odivelas. Não terá havido rei português com mais fama (e proveito) de relações extraconjugais.
A madre Paula Silva
A madre Paula Silva foi uma freira do Convento de Odivelas, uma jovem morena que terá sido a mais famosa de todas as amantes. D. João V mandou construir aposentos sumptuosos para Paula Silva, espaço com tetos em talha dourada, camas com dossel, sendo as mesmas forradas com lâmina de prata e rodeadas de veludos vermelhos e dourados.
Até os jarros onde eram feitas as necessidades fisiológicas demonstravam riqueza. Eram de prata! Além disso, Paula Silva era servida por nove criadas!
Esta relação durou uma década, espaço temporal em que o Rei concedia um rendimento anual de 1708$00 réis à freira. Tal pode ser confirmado no livro “As Amantes de D. João V”, de Alberto Pimentel. A madre Paula Silva tinha 19 anos quando deu o quarto filho bastardo ao Monarca, em 1720, chamava-se Gaspar.
Filhos bastardos
O primeiro filho bastardo do Rei nasceu numa fase posterior ao casamento com D. Maria Ana de Áustria. O primeiro filho bastardo surgiu da relação com a irmã do marquês de Cascais, D. Filipa de Noronha. Ela foi seduzida quando D. João tinha apenas 15 anos.
Depois, surgiram aqueles que ficaram conhecidos como os Meninos de Palhavã. Foram três bastardos de D. João V que surgiram na sequência das visitas não religiosas do Rei ao Convento de Odivelas. Numa declaração assinada em 1742, o Rei reconheceu estes seus três filhos ilegítimos.
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D. João V foi um Rei que teve muita abundância… facilidades como nenhum teve com as importações do Brasil…! mas ré-construiu Portugal.