Uma das mulheres mais marcantes da história de Portugal? Há quem pense que sim. D. Isabel de Aragão, a Rainha Santa que ficou na memória!
O seu pai foi Pedro III de Aragão, enquanto a sua mãe foi D. Constança de Hohenstaufen, princesa da Sicília. A rainha D. Isabel de Aragão, que nasceu em Saragoça a 11 de fevereiro de 1220, tornou-se por mérito próprio numa das mulheres mais relevantes de Portugal.
Era apenas uma menina de 11 anos quando foi dada em casamento ao rei D.Dinis. Isabel, princesa de Aragão, estava destinada para algo importante. Apesar de ter tido três pretendentes determinados, foi D. Dinis quem teve a honra de ficar ao seu lado.
D. Isabel de Aragão, a Rainha Santa que ficou na memória!
A mulher
Ainda em pequena, mostrava inclinação para valores religiosos, havendo sempre espaço para meditar, para rezar e até para jejuar. Tendo sido educada para ser rainha, Isabel tornou-se em tal com 11 anos.
Esta mulher distinguiu-se pelas suas qualidades, tornando-se numa rainha distinta. Era generosa, mas também corajosa. Era sensível, mas também culta. Empenhou-se ainda em criar instituições para acolher e auxiliar doentes e pobres.
A Rainha D. Isabel foi amada. Ela ajudava os humildes e carenciados. Atuava como um anjo protetor, pois mandou edificar hospitais, nomeadamente em Coimbra, Santarém e Leiria e albergarias para mulheres.
O povo amava-a, pois ela revelava estar atenta às necessidades do seu povo. D. Isabel terá vendido jóias em tempos de crises agrícolas, para comprar alimentos de modo a abastecer os celeiros do Mosteiro Santa Clara-a-Velha, alimentando assim os mais necessitados. Também ajudou diversas pessoas que, em 1334, foram vitimadas pelo terramoto de Lisboa.
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A rainha
O casamento do rei de Portugal, D. Dinis, com D. Isabel ocorre num período de instabilidade política da Península Ibérica. O casamento foi realizado por procuração, em Barcelona.
Foi uma companheira do marido, tendo acompanhado o rei D.Dinis em deslocações pelo país e pelo estrangeiro. O marido D. Dinis não teve uma relação de sonho com o seu filho D. Afonso (futuro rei Afonso IV), tendo estado de costas voltadas. D. Afonso temia que o pai quisesse deixar o trono ao seu meio irmão, Afonso Sanches. Já D. Dinis receava que o filho, D. Afonso, lhe quisesse retirar o trono.
Papel pacificador
Isabel passou boa parte da sua vida a resolver conflitos familiares graves. A rainha desempenhou um papel pacificador importante na mediação dos conflitos existentes entre o rei e o irmão D. Afonso Sanches, nomeadamente nos diferendos de 1287.
Foi também importante em 1304, em Torrellas, quando no conflito vivido entre o seu irmão Jaime II, de Aragão, e o rei de Leão e Castela, o seu genro Fernando IV.
Anos depois, em 1311, D. Isabel convence Fernando IV a aprovar o tratado de Alcanizes, um importante acordo que definia definitivamente os limites territoriais do reino de Leão e Castela e de Portugal. Contudo, um ano depois, outro um conflito começa. Foi tão longo que que só terminou em 1324.
Religião e o tesouro
Em 1336, após ficar viúva, retira-se para o convento das Clarissas, que fica em Coimbra.
No mosteiro de Santa Clara, em Coimbra, foi deixado pela Rainha Santa Isabel um tesouro invulgar. Entre as peças estão o relicário de Santo Lenho, que contém um colar de granadas, um outro colar guarnecido por gemas raras e um pedaço da Cruz de Cristo, que se perdeu.
A morte
Isabel morre em viagem, mais precisamente em Estremoz, a 4 de julho de 1336, aos 66 anos. A sua viagem destinava-se a intervir na luta que opunha o rei Afonso IV a Afonso XI, rei de Castela, revelando mais uma vez o seu espírito conciliador.
A Rainha Santa Isabel foi sepultada no Mosteiro de Santa Clara-a-Velha, em Coimbra, por sua vontade, mais precisamente a 11 de julho de 1336. O seu túmulo foi transferido para o Mosteiro de Santa Clara-a-Nova, alguns séculos mais tarde, onde ainda hoje se encontra. Tornou-se conhecida como Rainha Santa, sendo padroeira da cidade de Coimbra!
A santa
A lenda ensinada do Milagre das Rosas é de que o marido não aprovava a política social de
proximidade que era defendida pela rainha. Um dia esta levava, às escondidas, pão para distribuir pelos pedintes.
Contudo, ele surpreendeu-a, aparecendo. Aí questiona Isabel sobre o que tinha ela no regaço ao que ela disse que eram rosas, sabendo que se dissesse a verdade, que era pão, ele ficaria desagrado. Era janeiro, mês em que as rosas não desabrocham, por isso foi descoberta e viu-se obrigada a abrir o manto. Surpreendendo-se até a si mesma, ela constata que, em vez de pão, caíram-lhe do colo rosas perfeitas. Foi o primeiro milagre atribuído à rainha.
Outro milagre que lhe foi atribuído ocorreu 3 dias após a sua morte. Ela foi beatificada pelo Papa Leão X, em 1516. No ano de 1625, foi santificada pelo Papa Urbano VIII.
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