Entre outros feitos, D. Dinis criou a primeira Universidade portuguesa e foi o primeiro rei português a assinar o seu nome completo.
D. Dinis (1261-1325) foi o 6º rei português. Esteve 46 anos no trono, de 1279 a 1325. Para a história, ficou conhecido, entre outras coisas, como o rei trovador, pela sua atividade enquanto poeta. Além disso, ainda apoio a agricultura, razão pela qual também é chamado de rei lavrador.
Nasceu em Lisboa, a 9 de outubro de 1261, e era filho de D. Afonso III, da dinastia de Borgonha, e de D. Beatriz de Castela e Gusmão, e era neto de D. Afonso X de Leão e de Castela.
O seu contributo para a evolução económica, social e cultural do país é, até hoje, reconhecido por todos. Saiba mais sobre este monarca icónico e o seu papel, sobretudo como rei de Portugal.
O rei-poeta, D. Dinis criou a primeira Universidade portuguesa
Subida ao trono
A subida de D. Dinis ao trono português, com 17 anos de idade, foi tudo menos tranquila. Em 1279, com a morte do seu pai, o rei D. Afonso III, o infante D. Afonso (1263-1312) defendia ser o herdeiro legítimo e não D. Dinis, por aquando do seu nascimento o casamento de D. Afonso III com D. Beatriz ainda não ter sido reconhecido pelo Papa.
Para mostrar a sua posição, D. Afonso murou algumas das vilas que detinha no Alentejo. Porém, D. Dinis não recuou e reuniu um exército para forçar o seu irmão a obedecer-lhe, na qualidade de rei.
Contactos com o Papa
Já enquanto rei, D. Dinis tentou restabelecer as boas ligações com o Papa, as quais tinham sido um tanto ou quanto conturbadas no reinado do seu pai. Assim, em 1289, foi selada entre D. Dinis e o Papa a concordata de Nicolau IV, a qual atestava as boas relações entre o país e a Igreja.
Agricultura
No campo da agricultura, D. Dinis também operou mudanças muito positivas. Para estimular esta atividade, distribuiu terras pelos colonos e construiu canais e secou os pântanos, de modo a aproveitar o máximo de terras para a agricultura. Por essa altura, plantou o pinhal de Leiria.
Todas estas iniciativas tomadas em prol da agricultura serviram para que houvesse excedentes na produção e, assim, os negócios com o estrangeiro fossem possíveis, nomeadamente com territórios como Inglaterra, Bretanha e Flandres.
Em 1308, assinou o primeiro acordo comercial português com Inglaterra e, 4 anos depois, fundou a marinha portuguesa, construindo diversas docas.
Foi ainda responsável pela criação de várias povoações, castelos, muralhas, igrejas, concelhos e feiras e pela exploração de várias minas.
A Universidade e a poesia
Além da agricultura, a escrita e as letras também mereceram a atenção de D. Dinis, que foi responsável pela criação da primeira Universidade do país, inaugurada em Lisboa (Largo do Carmo) e que, depois, transitou para Coimbra. Desde então, o português foi assumido como a língua oficial da corte e da literatura.
Apoiou as artes e os artistas, nomeadamente os trovadores. Escreveu 73 Cantigas de Amor, 51 Cantigas de Amigo e 10 Cantigas de Escárnio e Maldizer, tendo sido o primeiro rei português a assinar o seu nome completo.
Administrador
Hoje em dia, D. Dinis poderia ser considerado um gestor exímio. Em 1295, desistiu da Guerra com Castela a favor das vilas de Serpa e de Moura. Passados dois anos, assinava o tratado de Alcanises, que assegurava a paz e definia as fronteiras com Castela.
Era extremamente zeloso com os seus documentos, alguns dos quais transportava consigo num baú, enquanto outros guardava cuidadosamente no Mosteiro de Alcobaça ou no Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra.
Casamento
Em 1282, D. Dinis casou-se com D. Isabel de Aragão, em Trancoso. D. Isabel era uma benfeitora, sempre solidária com os mais pobres, e que tratou com muito amor e devoção os seus filhos, D. Constança e D. Afonso, assim como os filhos ilegítimos do rei.
Esta rainha é até hoje conhecida como a Rainha Santa, estando associada ao famoso milagre das rosas.
Morte
D. Dinis faleceu em Santarém, a 7 de janeiro de 1325. Foi sepultado no Convento de São Diniz, em Odivelas, Lisboa, conforme sua vontade: “Mando soterrar o meu corpo no meu Mosteiro de S. Dinis de Odivelas, entre o coro e a capela-mor, onde eu mandei fazer sepultura para mim, o qual mosteiro eu fundei e fiz e dotei.”
Posteriormente, a sua mulher. D. Isabel, retira-se para o Mosteiro das Clarissas de Coimbra, onde seguiu a vida religiosa, tendo doado os seus bens aos mais pobres.
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Falta dizer o nome completo.
Pois… do nome completo do rei,,, NADA.
E D. Dinis não tem nada a ver com a instalação da Universidade em Coimbra.
Ele criou a primeira Universidade portuguesa, em Lisboa, 1290, inicialmente no Sítio da Pedreira, transferida mais tarde para Alfama, “Os Estudos Gerais”.
A Universidade foi para Coimbra em 1308, voltou para Lisboa em 1338; voltou a Coimbra em 1354 e regressou a Lisboa em 1377.
Só com D. João III, em 1537, é que a Universidade vai definitivamente para Coimbra.
A primeira universidade foi criada pelo rei d.Dinis no ano 1290,está escrita num documento de origem e reconhecida pelo papa Nicolau lV começou a funcionar em Lisboa sendo transferida depois definitivamente para Cominbra no ano 1537 por ordem D.João lll .