Carlota Joaquina, a rainha que tinha sede de poder, inventou a caipirinha para matar a sede. Contudo, o seu apetite sexual fez história.
Nove séculos de existência é um tempo de vida fantástico para um país de pessoas que não se governam, nem se deixam governar. Era algo que se dizia dos portugueses em tempo idos. Ao longo dessa história, Portugal contou com mais de 30 réis e quatro dinastias. Desde D. Afonso Henriques, o primeiro Rei, fundador de Portugal, até D. Manuel II, o último Rei, foram vários os monarcas que protagonizaram episódios curiosos.
A vida dos reis não se cingiu a batalhas, a conquistas, a vitórias. Houve muitos episódios insólitos e caricatos. Os Reis que muitos viam quase como deuses demonstraram ser seres comuns, muitas vezes mesquinhos, outras vezes maquiavélicos, outras vezes loucos. Não faltaram escândalos, polémicas e controvérsias a demonstrarem que os Reis de Portugal foram pessoas que revelaram defeitos e virtudes, erros marcantes e outras características humanas.
No presente artigo do NCultura, iremos centrar-nos na Rainha Carlota Joaquina, esposa de D. João VI.
Carlota Joaquina, a rainha ninfomaníaca que criou a caipirinha!
A pessoa
Carlota Joaquina Teresa Caetana de Bourbón e Bourbón nasceu em 1775, mais precisamente a 25 de abril no Palácio Real de Arajuez, em Espanha. Carlota Joaquina era a filha primogénita de D. Carlos IV, Rei de Espanha, e da Rainha de Espanha, D. Maria Luísa de Parma.
Carlota Joaquina Teresa Cayetana de Borbón y Borbón, em castelhano, casou-se com o então Infante português D. João Maria de Bragança (futuro D. João VI). ”Nascera” para ser esposa de D. João VI, para ser rainha consorte do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves. Foi uma infanta de Espanha por nascimento e infanta consorte de Portugal, princesa-consorte do Brasil, princesa-regente consorte de Portugal.
Contudo, Carlota Joaquina Teresa Cayetana nunca se resignou a ser aquilo que queriam que ela fosse. A sua personalidade tornou-a num dos grandes estorvos da vida do rei. Era, por isso, muito mal vista pelo povo, sendo acusada de influenciar o Rei, a favor dos interesses da coroa espanhola, além de outras acusações que iremos analisar neste artigo.
O contexto
Carlota Joaquina era profundamente odiada pelo povo. O contexto também não era favorável, pois a corte não lhe tinha grande estima. Os seus caprichos foram muitos, tal como as intrigas políticas em que esteve envolvida.
As suas qualidades odiosas tornaram-na num alvo do povo. A sua depravação era muito criticada por um povo que acusava Carlota Joaquina de promiscuidade. Assim cresceu a sua má fama. Os elogios eram escassos e as críticas eram muitas.
Carlota era uma mulher infiel, uma rainha manipuladora e uma ninfomaníaca. Por Carlota ter conspirado contra o seu marido e por ser antiliberal, foi detestada pelo seu povo.
O sexo
O sexo é uma coisa saudável. Era frequente saber-se dos casos extraconjugais de um rei. Porém, quando era a rainha a fazer o mesmo, o olhar era distinto. Na história portuguesa, não terá havido um rei mais enganado pela respetiva esposa do que o Rei D. João VI.
Enquanto o Rei se ocupava do reino, visando a sua prosperidade, a rainha andava livremente pelo paço real, a usufruir da boa vida. Ninfomaníaca, Carlota Joaquina fazia cumprir os seus desejos. Enquanto se afastava dos desejos e aspirações de D. João VI, Carlota combatia o calor que detestava como podia…
Da rainha se diz que teve uma «extensa lista» de amantes, entre eles estiveram o Marquês de Marialva, o cocheiro da quinta do Ramalhão, entre muitos outros.
A caipirinha
A rainha terá sido mesmo a responsável pela invenção da caipirinha. Portanto, também há coisas positivas a dizer sobre ela… Ela terá mandando misturar frutas com cachaça com a intenção de fazer compotas. Contudo, para se refrescar, foi ingerindo a mistura com gelo.
Na lista de compras da cozinha do palácio onde vivia, há documentos que demonstram que eram necessárias grandes quantidades de aguardente de cana. A rainha que inventou a caipirinha consumia exageradamente o produto, havendo quem defenda que chegou a consumir em excesso esta bebida que tem como ingredientes principais lima, açúcar e cachaça. A rainha Carlota chegava a consumir 2 litros por dia!
Leia também:
- Leonor Teles: a rainha virgem… que tinha um filho!
- Reis de Portugal: D. Manuel I e Hanno, o elefante oferecido ao Papa
- Reis de Portugal: D. Pedro I, o Rei Salomão português!
- Reis de Portugal: D. Manuel I e o Rinoceronte de Lisboa
- Onde se encontram sepultados os reis de Portugal
NCultura
Se gostou deste artigo reaja a ele e faça um comentário!
Se gostou deste tema pode procurar outros artigos sobre a história no NCultura. Se tem outros temas que pretende que sejam explorados pelo NCultura, deixe-nos sugestões. Se é apaixonado pelo mundo dos reis e rainhas de Portugal, saiba que há muitos mais artigos para ler no NCultura.
Apaixone-se pelo NCultura e explore diferentes temáticas: turismo e viagens, saúde, gastronomia, cultura, histórias, entre outras…
Adoro essas histórias e intrigas reais. Tenho lido muitos livros sobre o assunto. Mas não sabia que a Carlota inventou a caipirinha. Achava que era coisa brasileira.
Não podemos esquecer que a côrte portuguesa foi movida para o Brasil na época de Carlota.
Não “há coisa brasileira”!
Ou vêm dos índios, ou são “importações” das diferentes nacionalidades que emigraram para o Brasil.
Claro que com toda esta mistura, deve ter dado origem a “coisas brasileiras”…….
A cachaça é brasileira, então pode se dizer que é coisa brasileira.
Duvido da veracidade total desse texto, 20 litros de cachaça em um dia é humanamente impossível. O gelo TB me chamou a atenção, mas isso não parece ser anormal já que, a pesar das geladeiras terem sido inventadas muito depois da morte da carlota Joaquina, existia comércio de gelo vindos de lugares frios.
Uma das minhas paixões foi história. , cheguei a tirar 20 em testes.mas já la vai…Agora não quero falar da carlota joaquina , nem da sua sexualidade, mas sim da caipirinha .primeiro não havia luz , nem gelo , e creio k não havia limas…podia sim haver muita fruta mas com este nome…(lima e gelo)… Duas coisas impossíveis para a época.
A lima era conhecida na Europa já na Idade Média. Naturalmente, da mesma maneira que “levaram” para o Brasil, durante a colonização, outras plantas e outros citrinos, terão levado a lima,pelo que não é de admirar que a lima fosse um fruto já popular no Brasil.
Quanto ao gelo, apesar de não haver eletricidade, sempre houve em Portugal “geleiras reais”: eram poços, na Serra da Estrela, onde era colocada neve no Inverno, compactada etrazida no,Verão para a Corte, em carroças e coberta de palha. Naturalmente que uma parte derretia pelo caminho, mas outra chegava a Lisboa para uso da família real. Penso que por vezes neva no sul do Brasil, pelo que terão adoptado o mesmo processo e, por isso, a rainha ter acesso ao gelo, um luxo que não era para todos.
A “geleira” mais próxima de Lisboa era na Serra de Montejunto. O gelo era acumulado num silo. Era a Fábrica do Gelo.
Muito elucidativa sua explicação sobre comk era obtido o gelo, estava me perguntando issk agora mesmo. Sobre as condições climáticas no Brasil, mesmo na época, nevava muito raramente, mesmo no extremo Sul do país mas as distâncias continentais impediriam o transporte até a sede da Corte. Se ela teve acesso a gelo no Brasil, deverá ter sido por meio de outros artifícios.
Esse gelo da serra da Estrela, também se fazia numa quinta, a poucos quilómetros de Lisboa, vi já por 2 vezes essa viajem guiada e costei muito, a fábrica ainda lá existe, tudo artesanal em tanques que congelavam de noite
“A rainha Carlota chegava a consumir 20 litros por dia!”
Vamos parar de mentir, que está feio…
Não eram 20 litros mas sim 2 litros
Com certeza havia lima (ou limão), e cachaça não faltava! Gelo já não sei. Mas consumir 20 litros de caipirinha por dia, aí só acredita quem não conhece a cachaça.
Qual a fonte (referência bibliográfica) da informação?