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Brigada de obras de arte

Os controles dos inspetores da polícia são frequentes. A pequena loja de Maria Santos, de 28 anos, repleta de cerâmicas dos séculos XVIII e XIX, não escapa à sua vigilância.
“Quando vêm, mostro-lhes todos os documentos. Eu vendo, não roubo”, assegura. Embora alguns azulejos provenham da demolição de fachadas, “com frequência na verdade não se sabe de onde saíram”, admite.

“A maioria dos azulejos são de origem lícita. Muitas vezes, são os próprios donos que se desfazem deles para renovar suas casas”, conta o inspetor Oscar Pinto, chefe da brigada de obras de arte.
“Mas não se deve deixar enganar. Quando um toxicómano nos vende 20 azulejos numa bolsa de plástico por um euro a unidade, há altas probabilidades de que sejam roubados”, aponta.

Na véspera, o inspetor tinha percorrido, em vão, a Feira da Ladra para tentar recuperar mais de 1.000 azulejos cerâmicos do século XVIII roubados na noite anterior de um edifício abandonado na Baixa.
Segundo o inspetor, o ‘boom’ do turismo em Lisboa não é alheio à forte demanda de azulejos antigos e “pode contribuir para um aumento dos roubos”.

A ceramista Cristina Pina, de 55 anos, encontrou a solução: a uma centena de metros do mercado de objetos usados, a sua loja artesanal oferece azulejos que são reproduções idênticas de cerâmicas fabricadas no século XVIII.

“Prefiro que os turistas comprem belas reproduções de azulejos como lembranças de Lisboa, o que permite que os originais permaneçam no país”, explica.
Fonte: Brigitte Hagemann/AFP
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