A Anta de Pavia é um monumento que testemunha a evolução cultural e religiosa de uma região. Descubra toda a história deste tesouro histórico! Há um monumento megalítico em Évora que encanta todos os que colocam os olhos na atração. A Anta de Pavia representa uma viagem ao passado. Trata-se de um património pré-histórico fascinante.
Este monumento singular é de visita obrigatória para os amantes da História (e não só). A Anta de Pavia revela-se um símbolo da ancestralidade. Muitos dos mistérios da Anta de Pavia encontram-se por resolver… Este monumento nacional não nos permite saber tudo sobre o tempo em que foi criado. Contudo, o pouco que nos permite descobrir já é muito importante.
Um tesouro histórico escondido chamado Anta de Pavia
A Anta de Pavia é também conhecida por Capela de São Dinis e por Capela de São Dionísio. Esta atração é considerada monumento nacional. Ela está presente em Évora, Mora, Pavia. Esta construção religiosa é seguramente um dos templos mais estranhos de Portugal. A Anta-Capela de São Dinis apresenta-se como um caso único que merece os mais rasgados elogios.
Este dólmen encontra-se presente em pleno contexto urbano. O monumento está presente na vila de Pavia, no Largo dos Combatentes da Grande Guerra. Esta atração tem uma história vasta. Foi erguida entre o IV milénio a.C. e o III milénio a.C., encontrando-se precisamente no centro da vila de Pavia, com um lugar de destaque.
Esta anta está datada do IV ou III milénio a.C. No entanto, inicialmente, tratou-se de um monumento funerário, feito em granito e alvenaria. A Anta de Pavia é o maior monumento funerário do concelho e um dos maiores da Península Ibérica. Por isso, esta é uma das antas mais importantes do nosso país. O seu recinto e câmara apresentam 4,30 m de diâmetro, destacando-se ainda por ter 3,30 m de altura e um capelo com o volume de 3 X 2,60 m.
A anta foi transformada numa capela dedicada a São Dinis, ou São Dionísio, no século XVII. O monumento funerário foi posteriormente capela e utilizado para culto cristão. A Anta foi reutilizada como capela. Trata-se de um exemplar muito setentrional do megalítico eborense.
É neste espaço que se encontra a Capela de São Dinis. No altar-mor frontal, podem ver-se azulejos setecentistas e barrocos. É uma das maiores da Península Ibérica. No interior desta construção religiosa, destaca-se a presença de um altar com um frontal composto onde os azulejos barrocos apresentam protagonismo natural.
A Anta Capela é uma atração profundamente invulgar. Ela reutiliza o exemplar mais setentrional do megalitismo eborense. A reutilização, enquanto capela, tem o protótipo em São Brissos. No altar-mor frontal, destacam-se os azulejos setecentistas, elementos barrocos, de oficina lisboeta.
A face oriental apresenta uma discreta frontaria de cornija triangular na linha do corredor de entrada, de tosca alvenaria, estando rematada por cruz de pontas trilobadas e campanário sem sineta, alcançando o capelo. Ela é uma simples portada de molduras de aresta viva e arco redondo. Ela encontra-se assente em 3 degraus de pedra.
A câmara-nave apresenta planta circular, como tronco de pirâmide. É composta por 7 esteios megalíticos e por chapéu. Ela é somente decorada no fundo, onde se destaca um altar encimado de moderno painel cerâmico, representando S. Dinis.
Este elemento infelizmente substituiu o primitivo retábulo do padroeiro, na década de 1930. Trata-se de obra mural grosseira e populista, com caraterísticas de cerca de 1600. A figura apresenta-se mitrada e de manto. Na mão esquerda, segurava o báculo apoiado no livro da doutrina, erguendo a direita segundo o ritual. Era pintura de encáustica, com domínio do vermelho e ocre.
Intervenções
Esta anta consiste num monumento fascinante. Trata-se de um grande dólmen de corredor, do qual apenas resta a câmara megalítica. Esta é uma das maiores antas do país e apresenta-se relativamente completa. No entanto, ao longo do tempo, o monumento sofreu alguns atentados.
Durante a Idade Média, foi adaptada para representar um templo católico dedicada a São Dinis. Embora não se saiba ao certo qual foi o período em que foi transformada em capela, sabe-se que a sua primeira referência documentada está datada de 1625, que pertence ao cante da Catedral de Évora, Manuel de Severim de Faria.
Em 1914, a construção foi intervencionada por Vergílio Correia. Este monumento foi objeto de escavação entre 1914 e 1915. Foi com uma equipa orientada pelo prof. Virgílio Correia que se recolheu algum espólio destinado para o Museu Dr. Leite de Vasconcelos, em Belém.
Na época, o monumento encontrava-se rodeado por casario popular, o qual desapareceu por expropriação oficial, por altura do restauro efetuado pelos Monumentos Nacionais, na década de 1950.
No ano de 2014, foi intervencionada por Leonor Rocha, por sua vez, com o intuito de avaliar a existência de restos de corredor, o que se confirmou.
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Curiosidade
A Anta de Pavia foi o primeiro monumento megalítico a ser referenciado na bibliografia histórica, o que aconteceu no século XVI, tendo sido feita a referência por Manuel Severim de Faria, na sua obra Notícias de Portugal.
- Morada: Rua de São Dinis, Pavia, 7490
- Freguesia: Pavia
- Coordenadas GPS: N 38 53.649′ W 008 01.034′ (38.89415, -8.01723)
- Classificação: Monumento Nacional (Decreto de 16-06-1910, DG, n.º 136, de 23-06-1910)
- Acessibilidade: Fácil