Ninguém fica indiferente à sua beleza e a este trabalho único e tão especial. Fique a saber mais sobre a singular história da calçada portuguesa.
Ninguém fica indiferente à calçada portuguesa, à sua beleza e a este trabalho único e tão especial. Trata-se de algo distinto que ornamento o pavimento das nossas ruas, um pouco de norte a sul do país, embora tenha um grande destaque na capital, em Lisboa. Fique a saber um pouco mais sobre a história da calçada.
A história da Calçada Portuguesa
A calçada portuguesa remonta ao século XV, altura em que ela surgiu não só no nosso país, como no Brasil, Cabo Verde, Timor, entre outros destinos com presença portuguesa.
Na origem destes pavimentos, pode estar uma explicação muito simples e prática. Basicamente, os navios, para atingirem estabilidade, precisavam de peso (lastro). Por isso, nada melhor do que carregá-los com… pedra! Chegados ao destino, os jesuítas e os militares decidiram dar uso a essa pedra nas ruas.
Porém, há outras versões acerca da origem da calçada portuguesa. Há quem defenda que a calçada foi criada por causa de um… rinoceronte! Isso mesmo!
O animal foi trazido do Oriente por Afonso de Albuquerque e oferecido ao rei D. Manuel II. O rei adorou o rinoceronte, a quem chamava de Ganga e que “guardou” na Torre de Belém. Porém, no cortejo anual, em que o rei exibia ao povo os seus bens, Ganga tinha de estar presente e, por isso, era preciso assegurar um pavimento limpo, para que as patas do animal não ficassem enlameadas.
Para isso, o rei mandou que o chão fosse revestido com pedra, neste caso granito, que veio do Norte do país. E assim surgiu, segundo alguns, a calçada portuguesa!
Século XIX
Com o passar dos anos, a técnica foi sendo aperfeiçoada e melhorada, até chegar, no século XIX, à fórmula da conhecida calçada portuguesa.
As pedras calcárias brancas e pretas passaram a revestir passeios, praças, pracetas e até obras de arte. Com a sua disposição, eram criados desenhos e padrões, quer geométricos, quer figurativos.
Lisboa
A capital é um dos locais que melhor representa a arte dos mestres calceteiros, com muitos exemplos de calçada portuguesa, alguns com mais qualidade do que outros, claro. Foi em 1842 que surgiram os primeiros calceteiros, um grupo de presidiários, conhecido como “grilhetas”, que em 1842 criou a primeira calçada de calcário, neste caso dentro do Castelo de São Jorge, onde estavam detidos.
O desenho em ziguezague agradou a todos e, por isso, à época foram disponibilizadas verbas ao Governador de Armas do castelo, Eusébio Furtado, para que esse grupo de presidiários pavimentasse também a Praça do Rossio.
A obra ficou concluída em 1848 e teve o nome de Mar Largo, em homenagem aos Descobrimentos portugueses. A calçada era preenchida com motivos como caravelas, rosas-dos-ventos, conchas, peixes, estrelas e ondas do mar.
Este tipo de calçada existe hoje em destinos tão variados como Brasil (Copacabana), Macau, Angola, Moçambique, Índia, Espanha e Estados Unidos da América.
Lisboa continua a ser um bom mostruário desta arte. Da icónica Praça do Rossio, às ruas do Castelo, sem esquecer os Restauradores, onde se encontra a estátua que homenageia o artista calceteiro.
Os calceteiros
É este o nome dos profissionais que fazem este género de trabalho que é uma arte em “vias de extinção”. Para executarem este saber, precisam de dominar a disposição da pedra e, também, a picareta.
No passado, esta foi uma atividade muito procurada, com cerca de 400 representantes no país. Na capital, havia mesmo uma escola que dava formação nesta área.
Conclusão
Em 2016, a Câmara Municipal de Lisboa iniciou o processo de candidatura da calçada portuguesa a Património Cultural Imaterial da Humanidade. Inimiga dos saltos altos e, por vezes, um tanto ou quanto escorregadia, a calçada portuguesa é, com efeito, um símbolo nacional e uma obra de arte que tem como principais vantagens ser de fácil recuperação e permeável à chuva, simplificando o escoamento da água.
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