Esta aldeia na Beira Interior revela-se um destino mágico que tem muito para oferecer. Descubra a Aldeia Histórica fundada por uma tribo lusitana.
Portugal tem destinos fantásticos. Há locais que são perfeitos para uma escapadinha de sonho. Não se deve visitar apenas as cidades. Há uma riqueza fascinante em destinos menos populares, mas com muito para se conhecer.
Na Beira Interior, existe um conjunto de locais que merece ser conhecido. Por exemplo, a aldeia de Marialva apresenta um património que a torna num autêntico tesouro. Esta aldeia presente na Beira Interior revela-se um destino mágico que tem muito para oferecer a quem o visita.
A Aldeia Histórica fundada por uma tribo lusitana
Localização
A aldeia de Marialva encontra-se a apenas 7 km de Mêda, cidade situada na Guarda. Marialva é uma das 12 Aldeias Históricas de Portugal. Esta aldeia está presente num local particularmente encantador. Todo o cenário é apaixonante. A aldeia em si e o património natural que a envolve.
A aldeia de Marialva tem muita história. Esta aldeia encontra-se rodeada pelas suas muralhas que visam proteger o seu imponente castelo. A paisagem e a aldeia representam uma experiência imperdível. A aldeia é um destino formidável, merecedor de uma visita. Por isso, por que não ir até lá?
Descubra a aldeia de Marialva e conheça os seus vários encantos
As origens da aldeia de Marialva remontam ao século VI a.C. Nesta altura, o espaço territorial que hoje conhecemos por Marialva era habitada pelos Túrdulos, uma tribo lusitana.
Na época, foi dado o nome de Aravor a este local. Posteriormente, este espaço passou a chamar-se Civitas Aravorum, quando já se encontrava sob domínio romano, mais exatamente dos imperadores Adriano e Trajano.
O nome de Malva surge já com os árabes. No entanto, mais tarde, já com Fernando Magno, que era rei de Leão, este espaço territorial passou a chamar-se Marialva, nome que ficou e permaneceu até aos nossos dias.
D. Afonso Henriques ordenou a repovoação da localidade em 1179, ano em que recebeu a carta de foral, tendo mantido uma atividade intensa, devido às feiras que aí se realizavam até finais do século XVIII. Mais tarde, no ano de 1200, o seu filho, D. Sancho I, já como rei, mandou reedificar o castelo que se tornou bastante importante para a região.
Como se tem a oportunidade de ver, a Aldeia de Marialva tem um passado bastante rico, por isso, naturalmente, apresenta também um património interessante, com vários pontos de interesse que no permite conhecer um pouco mais sobre a história do nosso país.
O castelo de Marialva
O castelo foi mandado reconstruir por D. Sancho I no ano de 1200. Mais tarde, por ordem do rei D. Dinis, este castelo foi ampliado. Este castelo está classificado como Monumento Nacional.
As ruas
As ruas da aldeia estão ladeadas por edifícios resistentes ao tempo. Estas ruelas conduzem-nos à cidadela cercada pelas muralhas em cujas ruínas perdemos a noção do tempo.
Porta do Anjo da Guarda ou Porta de São Miguel
Esta porta serve de entrada e de proteção à aldeia. A entrada fica a Noroeste. Se olhar para a esquerda da porta, para cima, verá um nicho com uma estátua de S. Miguel, o Anjo da Guarda.
Ainda na entrada, poderá ver dois riscos cravados na rocha, mesmo junto da porta. Estas eram as medidas que eram utilizadas pelos antigos, para saber o que estavam a comprar.
Igreja de Santiago
Esta é a Igreja Matriz, um exemplar arquitetónico interessante que combina marcas do maneirismo e do barroco joanino. A Igreja de Santiago apresenta inscrições românicas do século XII. No início do século XVI, este templo teve remodelações. No entanto, o portal lateral apresenta a data de 1585 inscrita no arco.
No interior do templo, estão presentes lajes graníticas no chão, enquanto que no teto há uma imagem de Santiago pintada. A igreja tem no seu portal de estilo manuelino um dos seus destaques. Apresenta ainda os altares de estilo barroco e a sua talha como elementos importantes.
Igreja de São Pedro
Este templo serve como um exemplar do melhor da arquitetura religiosa maneirista. Este templo encontra-se entre o casario de Marialva. Segundo reza a História, a Ordem de Cristo criou a Comenda de São Pedro de Marialva em 1515. Terá sido nessa altura que terá sido dada ordem para a construção desta igreja.
Este templo terá sido ampliado mais tarde. Na sacristia, pode ser contemplada a data de 1659. Neste templo, há ainda a destacar as pinturas a fresco. Uma delas representa uma sereia, enquanto a outra representa o Martírio de São Sebastião.
Capela do Senhor dos Passos
Este edifício é um fiel representante do estilo maneirista. Esta pequena capela é vizinha da Igreja Matriz. A Capela do Senhor dos Passos terá sido uma construção do século XVII.
No exterior, encontra-se um púlpito destinado para as cerimónias e que está junto do castelo. No interior do templo, destaca-se o seu altar e os 36 caixotões do teto pintados.
Outras capelas
A Capela de Nossa Senhora de Lourdes/São João Baptista encontra-se fora da muralha e à sua volta é possível encontrar vestígios do Convento dos Templários. Já a Capela de Santa Bárbara é outra atração local. Além de ser um edifício religioso interessante, é um excelente miradouro sobre a Devesa. Trata-se da parte mais baixa da povoação de Marialva.
Antiga Câmara Municipal
Fica no Largo da Praça da Cidadela e vale pela sua arquitetura. O edifício da antiga Câmara revela-se um testemunho da importância que Marialva teve nos séculos XVI e XVII. Trata-se de um local que apresentava a sua autonomia administrativa e judicial.
Este local chegou a funcionar como escola primária nos séculos XIX e XX. Esta construção está presente em frente do Pelourinho e da cisterna.
Cisterna Quinhentista
Encontra-se no Largo do Pelourinho que é outra atração e permitia abastecer a aldeia com água. José Saramago passou por aqui. Marialva ficou-lhe gravado na memória, por isso o escritor escreveu no livro “Viagem a Portugal”:
“Neste largo onde está a cisterna, onde o pelourinho está, dividido entre a luz e a sombra, adeja um silêncio sussurrante. Há restos de casas, a alcáçova, o tribunal, a cadeia, outros não se distinguem já, e é este conjunto de edificações em ruína, o elo misterioso que as liga à memória presente dos que viveram aqui, que subitamente comove o viajante, lhe aperta a garganta e faz subir lágrimas aos olhos”.
O Prémio Nobel da Literatura esteve por aqui. Quem se lembra, relata que José Saramago se sentou durante três horas nas escadas do Pelourinho… apenas a olhar (e a tirar apontamentos, provavelmente).
O escritor ainda prossegue a sua declaração (em “Viagem a Portugal”) de Marialva. Ele escreveu:
“Não se diga daí que o viajante é um romântico, diga-se antes que é homem de muita sorte: ter vindo neste dia, nesta hora, sozinho entrar e sozinho estar, e ser dotado de sensibilidade capaz de captar e reter esta presença do passado, da história, dos homens e das mulheres que neste castelo viveram, amaram, trabalharam, sofreram, morreram. O viajante sente no Castelo de Marialva uma grande responsabilidade. Por um minuto, e tão intensamente que chegou a tornar-se insuportável, viu-se como ponto mediano entre o que passou e o que virá. Experimente quem o lê ver-se assim, e venha depois dizer como se sentiu”.
O pelourinho
O Pelourinho foi construído no século XVI. Este pelourinho tem 4 m de altura. Num dos degraus deste pelourinho, está inscrita a data de 1559. Este pelourinho tem quatro degraus. Quantos mais degraus tinha o pelourinho, maior era a importância do local. O pelourinho local é considerado Imóvel de Interesse Público desde 1933.
E que tal ir até Mêda?
Muitos dos viajantes que passam por esta aldeia tentam arranjar forma de colocar na agenda outra experiência. Visitar Mêda também tem muitos pontos de interesse, nomeadamente:
Centro Histórico
No centro histórico, podemos encontrar um pouco de tudo. No entanto, como grandes destaques, estão: a Torre do Relógio, a Igreja Matriz quinhentista, a Fonte do Espírito Santo e o Solar dos Casas Novas.
Museu
No edifício da antiga Cadeia, podemos visitar o museu municipal. Este espaço dá-nos a conhecer um pouco da história local. Existe neste museu uma coleção etnográfica da região bastante interessante.
Artesanato
Um dos grandes atrativos de visitar estes locais é ter a oportunidade de conhecer aquilo que é local e regional. Em Mêda, existem diferentes áreas que mostram parte da vida dos locais.
Por aqui, faz-se tudo à moda antiga: olaria, cestaria, com linho, com lã. Por isso, uma visita a este local revela-se uma boa oportunidade para recordar saberes de outras eras.
Informação Útil
Posto de Turismo de Marialva
Este espaço pode ser muito importante para quem visita a aldeia. O Posto de Turismo de Marialva encontra-se à entrada do Castelo de Marialva.
Aqui, neste espaço, o visitante poderá obter todo o tipo de informações úteis sobre a aldeia. Além disso, poderá ainda agendar a sua visita guiada ao Castelo e à Aldeia de Marialva.
Este local está aberto de segunda a domingo.
Morada: Marialva, 6430-081 Mêda
Contactos: +351 279 859 288 / [email protected]
Quer saber onde pode dormir em Marialva ou nas proximidades?
Eis algumas sugestões de qualidade:
Para pernoitar, pode ficar em Mêda ou em Marialva. Se optar por este último caso, poderá optar pelas Casas do Côro.
Casas do Côro
Morada: Largo do Coro, 6430-081
Contactos: 917 552 020
Informação: Este alojamento funciona como um boutique hotel, com villas, e funciona também como Eco friendly Concept SPA. Neste espaço encantador, poderá encontrar a paz que tanto procura.
Neste espaço, também há boa comida e vinhos de grande qualidade. A simpatia das pessoas e a beleza de todo o espaço envolvente são outros atributos que contam muito na hora de escolher o espaço onde ficar.
As casas aqui presentes foram reconstruídas. No entanto, houve o interesse em respeitar ao máximo a arquitetura beirã que estava na sua génese. No que diz respeito à capacidade, as casas podem ter 1 a 3 quartos. Existem ainda suites. Estas são verdadeiramente encantadoras.
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Longroiva Hotel Rural
Morada: Lugar do Rossio, 6430-071
Contactos: 279 149 020
Se optar por ficar no concelho de Mêda, uma opção sensata é ficar neste hotel. Este espaço une o mundo rural ao charme e à inovação. Longroiva Hotel Rural fica presente numa estância termal, com águas de grande qualidade, como as fontes com nascentes de águas purgativas, férreas e minerais.
No interior do hotel, estão presentes dois restaurantes de referência. São eles: o Isabel de Aragão e o Panorâmico. Ambos os espaços são reconhecidos pelos seus pratos. São tipicamente beirões e durienses.
Casa do Redondo
Morada: Rua Dr. Eurico Afonso Inocêncio, 6430-351
Contactos: 271 805 346
Outra opção fica na aldeia do Rabaçal, que também se encontra em Mêda. A Casa do Redondo possui 27 hectares de terreno. Este solar setecentista foi recuperado, estando devidamente preparado para receber as pessoas da melhor forma.
A Casa do Redondo oferece todas as condições para um alojamento fantástico. Este local coloca à disposição 5 quartos espaçosos e com sofá-cama. Os hóspedes da Casa do Redondo poderão ainda aceder a uma biblioteca que se encontra bem recheada. Por isso, pode aproveitar a estadia muito tranquila para colocar a leitura em dia.
Quinta da Bacelada (Rabaçal)
Morada: Rua Dr. Eurico Afonso Inocêncio – 6430-351 Rabaçal – Mêda
Contactos: +351 926 430 697
A Quinta da Bacelada está presente no concelho de Mêda (Vale do Côa), mais precisamente na aldeia do Rabaçal. Este solar do século XVIII tem muitos atrativos. Os quartos encontram-se presentes no interior da antiga casa dos caseiros. A casa disponibiliza cinco quartos: um quarto duplo e 4 quartos twin.
Todos os quartos disponibilizados são espaçosos. Os quartos estão devidamente equipados e ainda há sofá-cama. Estes quartos mantêm a estrutura da casa, que é do século XVIII. Um dos destaques são as vistas, para a piscina ou para o jardim.
Felicito-vos por esta interessante série.
Apenas, neste caso, uma pequena obervação: há três fotografias que se apresentam como do pelourinho, mas, de facto vêem-se dois pelourinhos diferentes. Qual é a identificação certa? Obrigado.