É um verdadeiro navio-museu, a última fragata de guerra que navegou na Carreira da Índia e que oferece uma fascinante experiência a quem a visita! A origem da construção da Fragata D. Fernando II e Glória remonta ao ano de 1821. São mais de dois séculos de existência. A sua construção aconteceu após uma proposta do Almirante Garcez Palha feita a D. João VI, então Rei.
O monarca acabou por aprovar a sua construção três anos mais tarde. A sua construção deveu-se a financiamentos do tabaco e também devido a alguns subsídios do governo de Macau.
A 4ª fragata de guerra mais antiga do mundo é portuguesa
A “Duquesa de Bragança” foi uma outra embarcação portuguesa que serviu de inspiração ao primeiro esboço da Fragata D. Fernando II e Glória. Essa embarcação era muito elogiada pela Marinha Imperial Britânica nesse época.
A Fragata D. Fernando II e Glória foi criada como homenagem à Rainha, Maria da Glória e ao marido da Rainha D. Maria II de Portugal, D. Fernando Saxe Coburgo-Gotha.
Foi nos estaleiros de Damão que a Fragata D. Fernando II e Glória foi construída. Tal aconteceu, porque neste local encontrava-se mão de obra qualificada mais barata.
Além disso, havia uma floresta extensa ali perto, no enclave Nagar Aveli, um local onde se podia aproveitar a madeira de teca. Por isso, este era um dos melhores locais para construir navios desta dimensão.
A Fragata D. Fernando II e Glória foi desenhada de forma estratégica, tendo sido construída com o propósito de equipar 50 peças de armamento, 28 na bateria e 22 no convés.
Esta fragata emparelha em galera que apresenta quatro mastros. Da proa para a popa, é possível observar o gurupés, o traquete, o grande e a mezena, neste caso a “gata”, por distender um pano redondo, como nos restantes mastros principais.
No entanto, apesar dessa longevidade, o navio só em 1843 é que teve o seu primeiro contacto com a água. Encontrava-se no estaleiro de Damão, na Índia. A primeira viagem da fragata foi de Goa para Lisboa, o que aconteceu em 1845, tendo chegado ao Tejo, no dia 4 de julho.
A Fragata D. Fernando II e Glória nunca entrou em combate, durante toda a sua vida operacional. Como nunca andou armada como fragata, o armamento deste vaso é bastante inferior, tendo sido adaptado a cada missão.
A Fragata D. Fernando II e Glória é o último navio exclusivamente à vela da Marinha Portuguesa, sendo também a última “Nau” da “Carreira da Índia”.
Ao longo de mais de três séculos, a Fragata D. Fernando II e Glória fez a ligação entre Portugal e a antiga colónia no Índico. Além disso, também foi o último grande navio a ser construído na Índia, em Damão, tendo sido, posteriormente, rebocado para Goa para ser armado e aparelhado.
Fragata D. Fernando II e Glória é um dos mais antigos navios do mundo inteiro. A última viagem da Fraga ocorreu no ano de 1878. Entre 1865 e 1938, esteve fundeada no Tejo, onde funcionou como Escola de Artilharia Naval.
Fragata D. Fernando II e Glória passou a ser a sede de uma obra social em 1947, tendo sido transformada num espaço que acolhia adolescentes e jovens rapazes, principalmente órfãos de classes desfavorecidas.
Por aqui, os adolescentes e jovens aprendiam técnicas navais para mais tarde poderem trabalhar na Marinha de Guerra, de pesca ou mercante.
No ano de 1963, grande parte desta fragata foi destruída por um enorme incêndio. Durante o incêndio de que foi vítima, a Bandeira Nacional da Fragata foi “salva” por 3 bombeiros e 2 mestres rebocadores. A fragata ficou meio submersa no Tejo até 1992, momento em que ficou decidida a recuperação e o restauro do navio para servir de navio museu.
Em 1998, num contexto em que se realizava a Expo 98, a embarcação foi entregue à Marinha como Unidade Auxiliar. Neste grande evento que marcou o país, a fragata foi aberta ao público.
A Fragata D. Fernando II e Glória apresenta uma longa história de vida. Os números da fragata são interessantes e impressionantes.
Ao longo de 33 anos, a Fragata navegou mais de 100.000 milhas náuticas, valor que representa dar 5 voltas ao mundo. A Fragata D. Fernando II e Glória realizava viagens, sem escala. Fazia viagens de 3 meses, com 650 pessoas a bordo, nomeadamente passageiros. Na sua 7ª viagem, a Fragata perdeu os seus mastros, devido a um violento temporal no canal de Moçambique.
A Fragata D. Fernando II e Glória tem grande importância, segundo o International Register of Historic Ships. Trata-se da 4ª Fragata Armada e do 8º navio de guerra à vela mais antigo do mundo.
Visitar a Fragata D. Fernando II e Glória
Morada: Largo Alfredo Dinis (Almada)
Data: de terças a domingos
Horário: das 10h às 17h
Acessibilidade: não acessível para pessoas com mobilidade reduzida
Bilhetes:
- adultos por 5€;
- crianças dos 4 aos 12 anos e seniores +65 por 2.5€;
Pode encontrá-los à venda na Fever.