A revista TIME produziu uma lista com as 100 fotos poderosas e mais influentes da história da humanidade. Agora, as fotografias pertencem à história recente – as fontes dizem que a primeira fotografia conhecida foi tirada em 1826 – mas imaginamos que ainda é uma tarefa assustadora classificar 100 entre as milhares de imagens, pois cada uma delas carrega a sua parcela histórica.
O único critério foi que a foto deve retratar “pontos de transformação na nossa experiência humana”. O resultado? Uma coleção variada. “Algumas imagens estão na nossa lista porque elas foram as primeiras da sua espécie, outras porque moldaram a maneira como pensamos”, a página do projeto diz. “E algumas mudaram diretamente a maneira como vivemos”.
O maior significado da fotografia não é a captura de um momento, mesmo que isso seja extraordinário o bastante, mas como o fotojornalista James Nachtwey afirmou, é a sua capacidade de “criar uma atmosfera onde a mudança é possível”.
O desastre de Hindenburg, Sam Shere, 1937

O fotógrafo Sam Shere estava à espera do LZ 129 Hindenburg, um dirigível alemão, passasse por Nova Jersey. Multidões ficaram em choque quando começou a incendiar-se. A descarga eletrostática provocou a fuga de hidrogénio, matando 36 pessoas (35 a bordo e 1 no solo).
O Terror da Guerra, Nick Ut, 1972

A foto de Nick Ut, vencedora do Prémio Pulitzer, mostra uma cena dolorosa de crianças a fugir de um bombardeamento com napalm em Trang Bang, na Guerra do Vietname.
Phan Thị Kim Phúc, a menina de 9 anos capturada totalmente nua, mais tarde foi conhecida como a “menina Napalm”. Apesar de ter sido severamente queimada nas costas, ela sobreviveu ao ataque e desde aí passou por várias intervenções cirúrgicas.
O Monge em chamas, Malcolm Browne, 1963

A auto-imolação do monge budista mahayana, o vietnamita Thích Quang Duc em Saigon estimulou, e continua a estimular, ondas de emoção de pessoas em todo o mundo.
Este ato foi a resposta às leis discriminatórias budistas do regime Diem, incluindo a proibição da bandeira budista.
Almoço no topo de um arranha-céus, 1932

Esta fotografia icónica do século XX, de 11 operários que apreciam o almoço numa viga de aço a 259 metros de altura, continua um mistério.
Ninguém confirmou o fotógrafo, e apenas alguns dos homens foram identificados. Soube-se, entretanto, que a foto foi tirada no prédio da RCA, ou no prédio moderno da GE, no Rockefeller Center de Manhattan.
A Criança faminta e o Abutre, Kevin Carter, 1993

Também chamada de “Struggling Girl” e “The Vulture and the Little Girl”, esta é uma das fotos mais controversas já tiradas. Enquanto a menina estava a caminho de um centro de alimentação das Nações Unidas, no Sudão, o abutre olhou para ela como sendo a sua próxima refeição.
Quando os leitores viram a foto no New York Times, escreveram a perguntar sobre o que tinha acontecido com a menina. Eles criticaram o fotógrafo, Kevin Carter, por explorá-la para uma foto em vez de a ajudar. Mais tarde foi revelado que ele esperou cerca de 20 minutos para obter a captura perfeita antes de, finalmente, mandar o pássaro para longe.
Carter suicidou-se aos 33 anos. A foto ganhou o Prémio Pulitzer na categoria Fotografia Especial.
O Homem dos tanques, Jeff Widener, 1989

O homem não identificado na foto é conhecido apenas como o “homem do tanque”. Ele decidiu tentar impedir que os tanques avançassem na Praça Tiananmen. Os motoristas contornaram o caminho à sua volta, mas ele continuou a bloqueá-los. Pouco depois, o homem foi retirado da cena.
Ao incidente seguiu-se a repressão e que resultou na morte de centenas de manifestantes. O fotógrafo Jeff Widener declarou que esta foto mostra que “[o homem do tanque] apenas fez o suficiente” … “a sua declaração é mais importante do que a sua própria vida”.
O homem que cai, Richard Drew, 2001

“O Homem que Cai” foi tirada às 9:41:15 a.m., pouco depois dos ataques de 11 de setembro. A foto é “a fuga distinta de um homem do edifício em colapso, um símbolo de individualidade contra o cenário de um arranha-céus sem face”, diz a TIME.
Aylan Kurdi, Nilüfer Demir, 2015

Aylan Kurdi era um curdo de 2 anos de idade, vindo da Síria, que estava a caminho da Grécia, segundo a CTV. Ele estava num pequeno barco com cerca de uma dúzia de outros refugiados do Médio Oriente, quando naufragou.
O seu pai, Abdullah Kurdi, é o único sobrevivente. O fotógrafo, de 29 anos, Nilüfer Demir, queria que o mundo ouvisse os seus gritos silenciosos.
A Nuvem de Cogumelo sobre Nagasaki, Tenente Charles Levy, 1945

Os EUA bombardearam Hiroshima no dia 6 de agosto de 1945 e, três dias depois, bombardearam Nagasaki. O último está retratado aqui. Estamos a ver uma nuvem de 45.000 pés de partículas radioativas.
“Era púrpura, vermelha, branca, de todas as cores – algo parecido com o café a ferver, parecia vivo”, descreveu o tenente Charles Levy. O número de mortos foi estimado em 80.000.
Nascer da Terra, William Anders, NASA, 1968

Os astronautas no exterior da Apollo 8 realizaram uma transmissão ao vivo a partir da órbita lunar e as fotos que eles partilharam eram notáveis; Os telespectadores podiam ver a Terra e a Lua numa uma única captura.
O Piloto do Módulo de Comando Jim Lovell falou da “vasta solidão” que ele sentia lá. “Isso faz-nos perceber exatamente o que temos na Terra”, disse ele.
(cont.)