A armada de Pedro Álvares Cabral foi capaz de feitos incríveis. Mas como será que aqueles homens viviam?
A armada de Pedro Álvares Cabral ficou conhecida pelas suas descobertas, no contexto dos Descobrimentos. Para a história, ficaram as viagens destemidas e também as mortes dos anónimos que faleceram vítimas de naufrágios e das intempéries que encontravam enquanto navegavam em alto mar.
Contudo, importa saber mais sobre a forma como aqueles homens viviam dentro das famosas caravelas portuguesas. É que as condições, na generalidade dos casos, estava longe do ideal. Sujidade, fome e dormir ao relento faziam parte da realidade diária de muitos destes bravos destemidos.
A vida dos homens a bordo da armada de Pedro Álvares Cabral
Recuemos até 1500, ano em que 13 navios da armada de Pedro Álvares Cabral partiram de Lisboa com cerca de 1,5 mil homens.
Desses 13 navios, 3 eram caravelas (construção menor, mas muito ágil, de criação portuguesa e que foi essencial na história da exploração marítima nacional) e 10 naus (embarcações maiores com capacidade para 200 pessoas). O formato das velas de ambas as embarcações também era distinto e fazia toda a diferença na forma de navegar.
A Caravela
Como já dissemos, a caravela era um produto de origem nacional que foi idealizado para facilitar a navegação em águas mais agitadas. Até ao século XVIII, ela continuou a ser usada, pois como era muito leve e fácil de manobrar, era simples mudar de direção e chegar mais rapidamente ao destino.
A armada de Pedro Álvares Cabral
Mas como dizíamos, os homens de Pedro Álvares Cabral não viajavam, propriamente, nas melhores condições. Durante as longas expedições (a viagem até ao Brasil demorava aproximadamente 1 mês e meio), os navegadores tinham de ocupar o seu tempo livre. Para isso, faziam apostas e jogavam às cartas e aos dados.
A bordo não faltavam padres, os quais garantiam que a moral e as boas práticas eram mantidas, além de rezarem missas e de tratarem daqueles que adoecessem. Havia ainda os barbeiros, que cortavam o cabelo e a barba dos marinheiros e ajudavam os padres naquilo que fosse necessário.
Os quartos e as camas estavam reservados para os mais importantes na hierarquia do navio. A grande maioria dormia no castelo da popa ou no convés, sob as estrelas, em desconfortáveis colchões de palha. Os porões serviam de reserva para a água, os mantimentos e a munição.
Alimentação
Se as condições de dormida não eram as ideais, o regime alimentar também deixava muito a desejar.
Por dia, cada tripulante tinha direito àquilo que era descrito como um biscoito de água e sal muito duro. Além disso, podia beber 1,5 litros de água e 1,5 litros de vinho. Por mês, não eram consumidos mais de 15 kg de carne. Isto significa que, diariamente, estes homens ingeriam uma média de 3,5 mil calorias, quando necessitariam de cerca de 5000, tendo em conta as condições duras e difíceis em que se encontravam.
Higiene e limpeza
Este era outro problema que, muitas vezes, favorecia o aparecimento e disseminação de doenças. Os navios estavam normalmente sujos, já que as necessidades fisiológicas dos tripulantes ou eram deitadas ao mar ou deixadas nos porões.
Os ratos também abundavam nas embarcações e eram o principal veículo transmissor de doenças. Os banhos e a higiene pessoal também não existiam e, por esse motivo, as doenças e a mortalidade eram uma realidade frequente.
O escorbuto e outras doenças
Uma das doenças mais recorrentes era o escorbuto, o qual seria provocado por uma má higiene e uma má alimentação, sobretudo pelo défice de vitamina C. Entre os sintomas desta patologia estavam: perda de dentes, dificuldades de cicatrização, anemia e hemorragias.
Além disso, a falta de higiene contribui para o surgimento de animais, micróbios ou bactéria que causavam piolhos, diarreia, enjoos e vómitos.
O Capitão-mor Pedro Álvares Cabral
A armada de Pedro Álvares Cabral ficou conhecida, entre outros motivos, por usar de forma recorrente o astrolábio, uma pequena roda que media a altura do Sol ao meio-dia, a das estrelas à noite e indicava a latitude (posição no eixo norte-sul da Terra).
Apesar de Pedro Álvares Cabral ser o capitão-mor da armada, cada embarcação tinha o seu próprio comandante. Os capitães eram sempre indivíduos próximos da corte e do rei e tinham um papel essencialmente cerimonial e diplomático.
Por outro lado, quem conduzia os navios propriamente ditos eram os pilotos, esses sim conhecedores dos mapas, dos instrumentos de navegação e dos ventos. Além destas figuras, as embarcações contavam ainda com escrivães que registavam tudo aquilo que ia acontecendo ao longo da viagem, como foi o caso de Pero Vaz de Caminha.
Quem foi Pedro Álvares Cabral?
Pedro Álvares Cabral nasceu em Belmonte, em 1467 ou 1468, e morreu em Santarém, por volta de 1520. Foi um fidalgo, comandante militar, navegador e explorador português, a quem se atribui a descoberta do Brasil.
As terras de Vera Cruz, como lhes chamou, foram descobertas como por acidente, uma vez que, na verdade, a sua intenção era seguir a rota que o levaria à Índia, de modo a recuperar o comércio das especiarias.
Porém, ao afastar-se da costa africana, a armada de Pedro Álvares Cabral vai ter à América do Sul, explorando o seu litoral e reivindicando essas terras para o domínio da Coroa Portuguesa.
É até hoje uma das figuras mais emblemáticas do período conhecido como o período dos Descobrimentos e um símbolo maior das expedições marítimas portuguesas.
Os Portugueses da actualidade devem estudar e interiorizar o épico feito dos seus antepassados que foi abrir e ligar os oceanos e os continentes ‘ de modo a nao continuarem adormecidos e diminuidos pela ignorancia dos povos mais atrasados cientificamente
Eu esperava encontrar alguma coisa sobre a vida das tripulações dessa época. Continuo esperando. O que tem aí é uma rápida generalização que pode ser feita meramente por dedução, sem informações da época.
Gostei muito,vou continuar a acompanhar
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