Saiba usar a vírgula com 4 regras simples. Há diversas dúvidas na Língua Portuguesa que surgem com frequência. Algumas delas são sobre a pontuação. A pontuação e os sinais auxiliares de escrita revelam-se extremamente preciosos, pois permitem uma comunicação bem mais clara, expressiva e eficaz.
A pontuação representa um conjunto de sinais gráficos que permitem organizar melhor as relações e a proporção das partes do discurso. Ela permite uma comunicação mais rica e poderosa, mais eficaz.
É importante conhecer as regras dos sinais de pontuação. Entre eles estão a vírgula (,), o ponto final (.), o ponto de interrogação(?), o ponto de exclamação (!), entre outros. Vejamos, então, as regras básicas para se saber usar a vírgula.
Língua portuguesa: saiba usar a vírgula com 4 regras simples
A vírgula é um elemento importante na língua portuguesa, mas frequentemente é incompreendida, sendo usada de forma inadequada. Fomos ensinados a colocar a vírgula na pausa do discurso, mas como todos falamos de forma diferente, usamos pausas diferentes. A vírgula, no entanto, deve ser aplicada seguindo algumas regras simples.
4 Regras simples mas essenciais
1 – Deve usar-se a vírgula para separar elementos colocados em lista
Exemplo: Seguramente que Luís Vaz de Camões, Eça de Queirós, Fernando Pessoa, Sophia de Mello Breyner e José Saramago estão entre os escritores mais importantes para Portugal.
Como pode confirmar, antes de “e José Saramago” não é colocada vírgula. Assim, se cumpre uma regra geral, pois normalmente não se deve usar vírgula antes de “e” (contudo, há uma exceção que será explicada mais à frente neste artigo).
2 – Deve usar-se a vírgula para separar as explicações que estão no meio da frase
As explicações contidas nos textos são muito importantes, mas como interrompem a frase e implicam mudanças de pensamento, as ideias devem ser separadas por uma vírgula.
Exemplo:
José Saramago, que venceu o Prémio Nobel de Literatura em 1998, é um escritor notável.
Como se pode ver no exemplo, a explicação e informação sobre o Prémio Nobel está entre vírgulas.
3 – Deve usar-se a vírgula para separar o lugar, o tempo ou o modo que vier no início da frase.
Usa-se vírgula quando um tipo específico de expressão (nomeadamente aquela que indica lugar, tempo, modo e outros) iniciar a frase. Assim, podemos dizer que se separa o adjunto adverbial antecipado.
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Exemplo:
Lá fora, o sol está a queimar!
A expressão “Lá fora” indica o “lugar”. É um adjunto adverbial de lugar.
4 – Deve usar-se a vírgula para separar orações independentes
As orações independentes são orações que têm sentido, mesmo estando fora do texto.
Ele coçou o nariz, cruzou os braços, olhou para a televisão, demorou a perceber que Maria já tinha saído de casa.
Neste exemplo, cada vírgula separa uma oração independente. Elas são consideradas coordenadas assindéticas.
– Eu gosto muito de futebol, mas não posso jogar para não haver contaminação.
– Eu gosto muito de futebol, porém não posso jogar para não haver contaminação.
– Eu gosto muito de futebol, contudo não posso jogar para não haver contaminação.
– Eu gosto muito de futebol, no entanto não posso jogar para não haver contaminação.
– Eu gosto muito de futebol, entretanto não posso jogar para não haver contaminação.
– Eu gosto muito de futebol, todavia não posso jogar para não haver contaminação.
É sempre colocada vírgula antes das conjunções adversativas. São as chamadas orações coordenadas sindéticas adversativas.
A exceção
O uso da vírgula antes de “e”
A regra geral é não se usar vírgula antes de “e” mas, como vimos anteriormente, há uma exceção.
A exceção acontece quando a frase que se segue ao “e” fala sobre uma pessoa, coisa ou objeto (sujeito) diferente da que vem antes do “e”.
Exemplo:
O Rui já estava atrasado, e a Maria acabou de chegar.
Como pode ver a primeira frase fala do Rui, enquanto que a segunda fala da Maria. Como os sujeitos são diferentes, usamos vírgula.
O marido morreu, e cada um dos credores chorou.
Assim, tal como no exemplo, ao “e” antecede uma vírgula. Enquanto a primeira oração diz respeito ao marido, a segunda diz respeito aos credores.
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Sabia que em determinados casos a vírgula pode ser opcional?
É verdade! Existe um caso em que o uso da vírgula é opcional.
Se recordarmos o ponto 3 (deve usar-se a vírgula para separar o lugar, o tempo ou o modo que vier no início da frase), se a expressão de tempo, modo, lugar, ou outra for uma só palavra (e não for uma expressão com mais palavras), então a vírgula é facultativa. Isto, porque dependerá do sentido, do ritmo e da velocidade que pretende dar para a frase.
Exemplos:
Depois vamos ver um filme.
Depois, vamos ver um filme.
Regularmente gosto de jantar sozinho.
Regularmente, gosto de jantar sozinho.
Não se deve usar a vírgula nos seguintes casos. É um erro frequente separar com vírgula o sujeito e o predicado.
A Maria, gosta de comer gelados. X
A Maria gosta de comer gelados. ✓
João, Carlos e Mário, querem ir ao cinema amanhã. X
João, Carlos e Mário querem ir ao cinema amanhã. ✓