Fique a conhecer os predicados de uma construção notável. O Palácio dos Condes de Anadia é um dos mais belos palácios portugueses e uma atração imperdível!
A nossa infância foi essencial para a nossa formação. A pessoa adulta que somos foi influenciada pelo que vimos e vivemos na nossa infância. Enquanto miúdos, vivíamos no mundo dos contos infantis, que trazia magia e despertava a nossa imaginação. Um mundo de castelos e palácios, reis e rainhas, príncipes e princesas… Enquanto adultos, escondemos dentro de nós a criança que fomos, vivemos sem magia e sem encanto.
No entanto, há no mundo e em Portugal atrações que nos fazem viver essa alegria infantil. O Palácio dos Condes de Anadia é uma construção especial que nos faz reviver o que sentíamos com os contos infantis. Faz-nos acreditar em magia e desperta a criança que há em nós, libertando-a para viver livremente por alguns momentos… Fique a conhecer as qualidades de uma construção notável. O Palácio dos Condes de Anadia é um dos mais belos palácios portugueses e uma atração de Viseu imperdível!
Um dos mais belos palácios portugueses no Centro de Portugal
Localização
O Palácio dos Condes de Anadia é uma construção que deslumbra todos os que têm a oportunidade de a visitar. É uma atração que encanta miúdos e graúdos. O Palácio dos Condes de Anadia encontra-se presente em Mangualde, que se localiza a 15 minutos de Viseu.
História
As origens da Casa Paes do Amaral remontam aos finais do século XVI. A casa foi engrandecida a partir de 1644, num momento em que Gaspar Paes do Amaral (que era Capitão-Mor de Mangualde) instituiu em vínculo a Capela que possuía nos termos da vila, situada defronte do senado e consagrada a S. Bernardo.
Simão Paes do Amaral mandou reedificar a antiga casa no primeiro quartel do séc. XVIII. Essas obras seriam continuadas por Miguel Pais do Amaral, seu filho e Fidalgo da Casa Real.
As obras realizadas foram grandes e transformariam a pequena casa com Capela num dos Palácios barrocos mais importantes em Portugal. Estas obras foram realizadas ao longo de um século (aproximadamente). As obras só foram concluídas no tempo de Simão Paes do Amaral Quifel Barberino (+1807).
O Palácio de Mangualde era conhecido por Casa dos Paes do Amaral até princípios do século XIX. No entanto, passou a ser conhecido por “Palácio Anadia”, após o casamento de Manuel Paes do Amaral de Almeida e Vasconcelos Quifel Barbarino (que foi 10.º Senhor da Casa de Mangualde) com a sua sobrinha D. Maria Luiza de Sá Pereira de Menezes de Mello Sottomayor (que era 3.ª Condessa de Anadia).
Ao longo do tempo, foram diversas as figuras históricas a passar por este Palácio, nomeadamente o Marechal Massena, Príncipe d`Essling, comandante do exército francês (que invadiu Portugal pela terceira vez no ano 1810) ou o El-Rei D. Luiz I, que o visitou no ano de 1882, no momento da inauguração do Caminho de Ferro da Beira Alta e, posteriormente, El-Rei D. Carlos I.
O Palácio tem ainda uma quinta adjacente, um espaço com Parque e os seus jardins. Existe ainda uma Mata plantada no século XVIII. O Conjunto arquitetónico encontra-se classificado como “Imóvel de Interesse Público”.
A partir de finais do século XVIII, a função espacial desta casa tende a deixar a conceção barroca, gradualmente. Deixa de ser usada como símbolo de cerimónia, dignidade e poder para transformar-se num espaço aprazível, destinado ao convívio familiar e social, assente na estética de um humanismo profano.
Caraterísticas do Palácio
O Palácio dos Condes de Anadia é um dos exemplos mais importantes da arquitetura senhorial setecentista em Portugal. Este Palácio é caraterizado por uma fachada ocidental que atrai, existindo ainda uma fachada sul italianizante e uma fachada nascente acastelada.
O Palácio dos Condes de Anadia é também caraterizado pelas suas cantarias, pelos azulejos setecentistas. Neste espaço, há obras de pintores notáveis, nomeadamente: Pellegrini, Giagenti, ou Lanzarotto,
Exteriores
As principais caraterísticas barrocas são evidentes neste monumento. Curiosamente, este palácio tem a peculiaridade de apresentar todas as fachadas da casa diferentes.
São fachadas que revelam grande qualidade artística e técnica. Essas fachadas distintas fazem com que este Palácio apresente uma curiosidade que enriquece esta casa, um elemento diferenciador.
A fachada principal
Esta fachada é um dos destaques do palácio. A fachada principal desta casa nobre setecentista encontra-se voltada a poente estendendo-se na horizontal.
Ela articula a frontaria com pilastras que se encontram pouco salientes, enquadrando 16 elegantes janelas, com particular ênfase às janelas do andar nobre, que se apresentam mais ornamentadas, de cornijas arqueadas e rematadas na parte central com motivos de conchas, prenunciando o rococó.
Na fachada virada a sul
Podemos admirar um corpo rasgado por duas grandes varandas sobrepostas. Ele encontra-se flanqueado por dois corpos laterais que avançam timidamente e que são finalizados por duas janelas de requintado trabalho de cantaria, na parte inferior e superior.
No eixo central, podemos encontrar uma harmoniosa escada de dois lanços de curvas em ferradura que nos leva ao patamar de acesso à casa, coberto de abóbadas de aresta e forrado com painéis de azulejos.
A fachada norte
Esta fachada desenvolve-se quer em comprimento, como em altura, assumindo proporções e grandiosidade palacianas.
A fachada a nascente
Esta fachada evidencia uma intricada sobreposição de avançamentos concluídos em cadeia, solucionando com singular harmonia alguns problemas conceptuais dos espaços arquitetónicos projetados, provavelmente de modo a integrar parte remanescente da antiga casa seiscentista.
Interiores
A porta de entrada principal
Este espaço conduz a um átrio, um local com cobertura abobadada e chão aparelhado de lajes estriadas (que permitiam o acesso de cavalgaduras), adossado por um lanço de 5 grandes degraus que são atravessados por um arco abatido trabalhado (ladeado por vãos).
Este local é seguido de patamar que permite acesso a uma escadaria majestosa de um lanço. Esta encontra-se revestida de painéis figurativos de azulejos azul e branco.
O conjunto arquitetónico desta escadaria (de aparato real) apresenta uma magnificência encantadora. Esta é realçada pelo grande pé-direito do espaço envolvente. Este espaço culmina num alto teto em caixotão policromo de requintado decorativismo barroco que se encontra em perfeita articulação com o vestíbulo e a entrada para o salão nobre.
O salão é de grandes dimensões. Este espaço de aparato barroco é revestido por um conjunto de painéis de azulejos setecentistas. Destacam-se ainda três grandes vãos de sacada que permitem a entrada de luz.
Azulejaria
No Palácio dos Condes de Anadia, podemos observar a presença de exemplos magníficos de conjuntos de azulejos. Eles espelham uma época magistral da arte azulejar em Portugal.
O conjunto da escadaria e do salão nobre são espaços que revelam essa riqueza. Encontram-se revestidos por copiosos painéis com azulejos da escola de Coimbra. Estes conjuntos de azulejos estão datados de 1740 e são atribuídos a Salvador Sousa Carvalho.
A Sala de Baile é revestida de silhar de azulejos atribuídos ao Mestre Manuel da Silva (escola de Coimbra, c. 1770). Estes azulejos representam “O Mundo às Avessas” sob cartões de Oudry, pessoa que ilustrou as Fábulas de La Fontaine.
Parque e Jardins
O jardim esteve desde sempre restrito a uma zona contígua à casa. Contudo, um novo olhar sobre o enquadramento do jardim na paisagem rural despontava na Europa, a partir do séc. XVIII. É possível vislumbrar alguma influência desta tendência no conceito do jardim português setecentista.
No Parque da Quinta do Palácio dos Condes de Anadia, podemos ver os seus encantos. O Parque apresenta os seus jardins escalonados em terraços com canteiros. Estes espaços estão embelecidos por tanques e fontes, existindo ligação ao palácio por longos caminhos.
Ao longo do percurso, há sombras criadas por elementos distintos, nomeadamente por castanheiros, plátanos, azinheiras e pinheiros. Por isso, passear neste espaço proporciona uma experiência extremamente agradável.
Neste parque, encontra-se ainda um chafariz pintado de cor-de-rosa e ocre-amarelo (que é acompanhado por tanque e bancos). Há ainda o monumental edifício do pombal (que é composto de torre e por dois tanques).
Existe ainda o magnífico conjunto anexo ao jardim de topiária com sebe, que é composto por tanque e fonte de pedra encimada por frontão curvo e obelisco piramidal. No Parque e Mata local, existem vários recantos que estimulam a vivência do quotidiano familiar. O grande lago é outro elemento de grande utilidade. Ele permite que se realizem tranquilos passeios de barco.
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Informação útil
Morada: Largo Conde de Anadia, 3530-129 Mangualde, Viseu
Contactos: (+351) 232 622 138 / [email protected]
Localização GPS: Lat 40º36’16.678”N | Long -7º45’57.592”O
Horários
O Palácio dos Condes de Anadia está aberto todos os dias, com visitas acompanhadas de hora a hora.
Reserve a sua marcação nos seguintes horários:
- Manhãs: 10h; 11h; 12h;
- Tardes: 14h; 15h; 16h; (última entrada às 16.00h).
Preçário
Visita ao Palácio e Coleção
- Preço para adultos: 10€
- Preço para crianças até 12 anos (acompanhadas pelos Pais): Gratuito
Visita ao Palácio e Jardins Históricos:
- Preço para adultos: 15€
- Preço para crianças até 12 anos (acompanhadas pelos Pais): Gratuito