Saiba o que ver e visitar em Tomar. E prepare-se para descobrir todos os segredos dos templários. Contamos-lhe alguns…
Tomar é conhecida por muitos como a cidade dos templários, por todas as marcas da presença dos templários que ainda conserva na cidade e nos seus edifícios. Portanto, a história deste destino é indissociável da própria história da Ordem dos Templários e é isso que vamos mostrar-lhe, destacando algumas das atrações imperdíveis de Tomar e mostrando como elas, de alguma forma, estão ligadas aos Templários.
Tomar e os segredos dos templários: o que ver e visitar
Os templários
Antes de começarmos a nossa viagem por Tomar, vale a pena perceber melhor quem foram os templários.
Em 1099, Jerusalém foi tomada pelos exércitos da segunda Cruzada à Palestina. Vinte anos depois, 9 cavaleiros oriundos da França e da Borgonha constituem uma irmandade que tinha o objetivo de proteger os peregrinos, deixando-os livres dos perigos que poderiam encontrar pelos caminhos percorridos entre o porto de Acre e Jerusalém.
No entanto, ao longo do tempo, a missão dos Templários mudou. Eles passaram de defensores de peregrinos a defensores dos estados cristãos da Terra Santa. A Ordem dos Templários começou a receber várias ofertas feitas pela Europa, agrupadas e administradas de forma metódica em Comendas. O poder dos Templários foi crescendo, devido à disciplina militar e à organização logística.
O Castelo e o Convento de Tomar
Depois da conquista deste território aos reis muçulmanos, os cavaleiros da Ordem do Templo ficaram com a missão de repovoar o espaço. Em 1160, foi Gualdim Pais, mestre da ordem, o promotor da construção do Castelo de Tomar, Almourol, Pombal, Atalaia, Langalhão, Dornes e Cardiga.
Gualdim Pais era filho de Paio Ramires e de Gontrode Soares, tendo nascido em Amares, região de Braga. Foi criado no Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra e esteve, desde cedo, ao serviço do futuro Rei, D. Afonso Henriques. Foi escudeiro de D. Afonso Henriques, tendo sido ordenado cavaleiro pelo soberano, depois de combater ao seu lado contra os mouros, no campo da batalha de Ourique, em 1139.
Mas voltando à história, em 1319, os templários passam à Ordem de Cristo. Mais tarde, o Infante D. Henrique torna-se grão-mestre desta Ordem e traz para a antiga casa militar deste castelo, entretanto convento, um grupo de frades orantes.
Um século mais tarde, D. Manuel faz do paço a sua residência, alargando-a e construindo um corpo de igreja com coro alto. Além disso, fez outras obras, como a pintura da charola. Posteriormente, a rainha D. Catarina, mulher de D. João III, faz deste edifício Palácio Real.
A adega
Para chegar à adega do Convento de Cristo, é necessário descer 7 degraus, número cheio de simbolismo. No teto, não faltam símbolos que remetem para a mãe de Cristo, como rosas e conchas.
Esta decoração é replicada na cozinha. Nossa Senhora da Conceição era invocada como padroeira da Ordem de Cristo e a adega seria, segundo alguns, uma sala de iniciação aos segredos templários
Mata dos Sete Montes
A Mata dos Sete Montes é uma zona rústica do convento. Servia de isolamento para os monges e de fonte para o boticário ir colher plantas e preparar as suas mezinhas e remédios.
Cozinha
Como já adiantámos, a cozinha também tem uma decoração simbólica: flores, cálices, cruzes… Era um meio de os monges nunca esqueceram a sua razão de estarem naquele espaço.
Janela
A janela do capítulo tem quatro metros de altura e fazia parte da nave que D. Manuel mandou fazer para ampliar a igreja templária. Trata-se de uma janela repleta de símbolos. A coluna, por exemplo, remete para o tronco da árvore que, numa leitura cristã, antecipa o nascimento de Cristo.
Além disso, vêem-se as armas dos reis portugueses, uma fivela de cinto (símbolo da entronização real) e elementos da flora, como as alcachofras e os ramos de vime.
Importa ainda dizer que inicialmente havia três janelas, uma a ocidente (a de que falámos agora) e duas a sul, uma das quais foi entaipada. A outra fica junto da charola, num dos corredores da casa do capítulo.
Charola
A charola remete para a morte e para a ressurreição de Jesus. Nela surgem representados os instrumentos da paixão e na nave manuelina a ressurreição. Na pintura, vêem-se cenas e imagens relacionadas com a vida de Cristo. No tambor central, há ainda uma coroa de espinhos esculpida, a qual circunda o anagrama de Cristo.
Sinagoga de Tomar
Na Rua Dr. Joaquim Jacinto, encontra-se a Sinagoga de Tomar. Trata-se de um edifício de planta quadrangular.
Enquanto grão-mestre da Ordem de Cristo e governador de Tomar, o Infante D. Henrique chamou judeus para a cidade, concedendo-lhes um bairro e a possibilidade de edificar uma sinagoga, o que aconteceu entre 1430 e 1460.
Porém, com a expulsão dos judeus do país, a sinagoga foi desativada. Desde então, foi convertida em cadeia, capela e casa térrea. Em 1921, foi classificada como monumento nacional e comprada, dois anos depois, por Samuel Schwarz, polaco e engenheiro de minas. Em 1939, Schwarz doou a sinagoga ao Estado, para aí criar um museu luso-hebraico.
Igreja de São João Baptista
Esta igreja guarda um tríptico de origem flamenga, datado do século XVI, que se pode ver no batistério da igreja de São João Baptista. A pintura representa cenas da vida de Jesus, com o batismo no centro, as bodas de Caná e as tentações e São João e Santo André nas portas.
Uma vez na igreja, aproveite para conhecer outras pinturas, neste caso renascentistas, das mãos de Gregório Lopes, de seu nome: A Degolação de João Baptista, a Apresentação da Cabeça de João Baptista, Abraão e Melquisedeque, a Apanha do Maná, a Última Ceia, a Missa de S. Gregório e a Visitação.
Imediações de Tomar
Saindo um pouco de Tomar, mas não muito, visite o aqueduto de Pegões que abastecia o convento e que tem uns impressionantes 7 km de extensão. A obra possui um pórtico com 58 arcos de volta inteira e 16 arcos quebrados.
Mais adiante, a 30 minutos de Tomar, há a torre templária de Dornes. um monumento singular que D. Manuel transformou em torre sineira da igreja matriz situada ali perto.
Essa igreja foi fundada pela Rainha Santa Isabel e merece destaque uma incrível Pietá em pedra, datada do século XVI. Na sacristia, encontram-se os 42 círios de Dornes, os quais saem em procissão.
Mas voltando à torre, este é um edifício de planta pentagonal, que funcionava como torre-atalaia dos templários.
Onde dormir
Hotel dos Templários
Largo Cândido dos Reis, 1- Tomar | Tel.: 249 310 100; fax 249 322 191
[email protected] | www.hoteldostemplarios.com
Estalagem Santa Iria
Tel.: 249 313 326; fax 249 321 238
[email protected] www.estalagemsantairia.com/
Estalagem Lago Azul
Ferreira do Zêzere
Tel.: 249361445; fax 249 361 664 www.estalagemlagoazul.com
Onde comer
O Sabor da Pedra
Sugestão: Prove o naco de carne mirandesa;
Rua do Rio, 6 Alverangel – São Pedro de Tomar | Tel.: 249371750 / 918227432 (encerra à 2ª feira; de Inverno, à 3ª feira só funciona por marcação)
www.osabordapedra.com GPS (N) 39.548.564; (W) 8.308.545
Chico Elias
Especialidades:
– morcela de arroz;
– petingas no forno;
– feijoada de caracóis;
– bacalhau à lagareiro;
– bacalhau com broa e presunto;
– bacalhau com carne de porco;
– pato com migas;
– cabrito no forno;
– couves à D. Prior;
– coelho na abóbora;
– leite-creme.
Algarvias Rua Principal, 70 | Tel.: 249 311 067 (encerra domingo à noite e 3ª feira)
GPS (N) 39º35’43.06″; (W) 8º25’17.32″
Casa da Inveja
Especialidades:
– achigã frito;
– enchidos da região;
– queixadas de porco com batata assada e migas;
– ensopado de peixes do rio;
– grelhadas mistas com migas;
– enguias do rio fritas ou assadas;
– leite-creme;
– pudim de café.
Dornes Tel.: 249 366 265/ 964 270739
[email protected] www.casadainveja.com
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