Portugal, com a sua história milenar e cultura rica, é um verdadeiro museu a céu aberto. Entre os seus muitos encantos, as aldeias históricas destacam-se como testemunhos vivos de eras passadas. Estas pequenas joias preservam não só a arquitetura e tradições seculares, mas também narrativas que ajudam a compreender a formação da nossa identidade.
Mas quais são, afinal, as aldeias mais antigas de Portugal? Como determinar a sua idade e relevância histórica? Para esta seleção, considerámos três critérios principais:
- Data da Fundação – Origem remota com registos históricos ou arqueológicos.
- Continuidade de Ocupação Humana – Aldeias habitadas ao longo dos séculos.
- Estatuto Atual – Mantêm o estatuto de aldeia, em vez de vila ou cidade.
Abaixo, exploramos sete destas aldeias, autênticos tesouros que nos convidam a viajar no tempo e a redescobrir as raízes da nossa nação.
1. Idanha-a-Velha
Localizada no concelho de Idanha-a-Nova, na Beira Baixa, Idanha-a-Velha é uma aldeia histórica que remonta ao século I a.C., quando os romanos fundaram a Civitas Igaeditanorum. Este núcleo desempenhou um papel estratégico entre Guarda e Mérida.
Ao longo da história, a aldeia foi palco de conquistas e mudanças: foi sede episcopal visigótica no século V e passou pelas mãos de muçulmanos, que a chamaram Idânia. Reconquistada por D. Sancho II em 1229, foi entregue à Ordem dos Templários. Hoje, as suas ruínas romanas, muralhas e a catedral visigótica tornam-na um lugar imperdível para os amantes de história.
2. Monsanto
Monsanto, conhecida como a “Aldeia Mais Portuguesa de Portugal”, está situada na Beira Baixa, no mesmo concelho de Idanha-a-Nova. O seu nome deriva do latim Mons Sanctus (Monte Santo), e foi fundada pelos romanos no século I d.C.
Antes disso, Monsanto já tinha sido habitada pelos lusitanos, com vestígios de um antigo castro no topo do monte. A sua localização estratégica fez dela um baluarte defensivo ao longo dos séculos. Reconquistada por D. Afonso Henriques em 1165, recebeu o seu primeiro foral em 1174. A sua singularidade reside na integração harmoniosa de casas e rochedos, criando uma paisagem única.
3. Marialva
Marialva, situada no concelho de Mêda, é uma aldeia histórica cuja origem remonta ao tempo dos Túrdulos no século VI a.C. Este povo estabeleceu o Castro dos Aravos, que posteriormente deu lugar à Civitas Aravorum romana.
Reconquistada aos mouros por D. Afonso Henriques em 1165, recebeu foral em 1174. O seu castelo, as muralhas bem preservadas e a antiga judiaria são pontos altos da visita. Marialva conta histórias de resistência e identidade, sendo um destino ideal para quem procura mergulhar no passado.
4. Longroiva
Longroiva, no concelho de Mêda, é outro testemunho da ocupação romana em Portugal. Fundada no século I a.C., sob o nome de Lancobriga, esta aldeia era uma importante encruzilhada de rotas comerciais. Além disso, vestígios pré-romanos sugerem que Longroiva pode ter sido a capital dos Túrdulos, o que reforça a sua importância histórica. Hoje, além das ruínas romanas, destaca-se pelo seu castelo medieval e pelas termas, que continuam a atrair visitantes.
5. Meimoa
Localizada no concelho de Penamacor, na Beira Baixa, Meimoa tem uma história envolta em mistério. A sua ponte romana, datada do século I d.C., é um dos poucos vestígios tangíveis da sua fundação.
A posição estratégica junto à ribeira de Meimoa fez dela um ponto relevante para os romanos. Atualmente, a tranquilidade da aldeia, combinada com a beleza natural da região, torna-a um refúgio encantador para os viajantes.
6. Freixo (Tongobriga)
Freixo, no concelho de Marco de Canaveses, é um autêntico parque arqueológico. Aqui se encontram as ruínas da cidade romana de Tongobriga, fundada no século I a.C. Este importante centro urbano romano incluía um fórum, termas e templos, além de habitações.
Hoje, a área arqueológica atrai investigadores e curiosos, sendo um dos melhores exemplos da romanização no norte de Portugal.
7. Colmeal da Torre
No concelho de Belmonte, Colmeal da Torre destaca-se pela sua ligação à misteriosa Torre de Centum Cellas, uma estrutura romana do século I d.C. O propósito exato da torre permanece incerto, com hipóteses que variam entre templo, mansão ou prisão.
A aldeia é também rica em lendas e tradições que complementam a sua riqueza arqueológica. Uma visita a Colmeal é um convite para explorar a relação entre história e mitologia.
Porque deve visitar estas aldeias?
Visitar as aldeias mais antigas de Portugal é muito mais do que uma simples viagem turística; é um regresso às origens, garante a VortexMag. Cada pedra, rua ou ruína conta histórias de conquistas, desafios e resiliência. Além disso, estas aldeias proporcionam uma oportunidade única de vivenciar tradições ainda vivas e saborear a gastronomia local, como o queijo da Serra, os enchidos e os vinhos regionais.
Se procura uma experiência cultural enriquecedora, planeie uma visita a estas aldeias. Descubra o que torna Portugal tão especial e deixe-se encantar pela autenticidade destas pequenas joias históricas.