Será que percebe mesmo de vinho verde? Em Portugal, o consumo de vinho é comum e faz parte da nossa cultura. Somos apreciadores de vinho e temos no país empresas produtoras de vinho que gozam de elevada reputação internacional e que conquistam diversas medalhas para o país. Além disso, colecionam muitos elogios e críticas positivas.
Uns preferem espumantes, outros vinho tinto, há quem opte por vinho branco, sendo que o vinho rosé é outra possibilidade muito estimada. E o vinho verde? O que é ao certo este vinho tão famoso? Há muitos mitos e mentiras que se propagam. Por isso, esclareça as suas dúvidas.
Será que percebe mesmo de vinho verde?
O nome
“As frutas, quando estão verdes, não estão maduras. Ora, o vinho verde é feito de uvas que não estão maduras.” Há muitos erros nesta frase, mas é a linha de pensamento seguida por muita boa gente que ignora o óbvio. Para melhor se compreender a denominação “verde”, devemos viajar no tempo.
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Antigamente, os campos tinham, essencialmente, plantações de milho e batata, estando as vinhas plantadas à sua volta, em bordadura. Desta forma, as uvas não maturavam inteiramente, pois não recebiam tanta exposição solar, gerando uvas verdes. Atualmente, a produção é distinta.
Houve um aproveitamento da evolução tecnológica e a plantação de videiras realizada nos dias de hoje permite às uvas a exposição solar indispensável para uma maturação completa.
Tipo de vinho
Prefere um vinho branco, tinto ou verde? O vinho verde não é verde pela cor, como o tinto, o branco ou o rosé.
Prefere um vinho maduro ou um vinho verde? O vinho verde é uma região. Logo, os vinhos provenientes da região Vinho Verde podem ser brancos, tintos ou rosés. Os vinhos verdes não são vinhos imaturos.
A região
O vinho verde é uma região, tal como o Douro. Contudo, não é possível ir de comboio até à região dos vinhos verdes, onde estão as melhores vinícolas de vinho verde, nomeadamente na região de Monção e Melgaço (casta Alvarinho), Ponte de Lima (casta Loureiro) e Amarante (castas Avesso e Arinto).
Os vinhos verdes são vinhos produzidos na região vinícola demarcada dos vinhos verdes. Foi em 1908 que esta região foi demarcada, há mais de um século! Os primeiros vinhos portugueses a serem exportados foram os vinhos verdes. Já se exportava vinho português para o Reino Unido, antes mesmo dos ingleses terem descoberto a riqueza ímpar do Douro Vinhateiro.
Grandeza
Esta é a maior região demarcada de Portugal e uma das maiores da Europa. A região dos vinhos verdes está localizada a noroeste, fazendo fronteira com Espanha e com as províncias do Minho e do Douro Litoral.
A região dos vinhos verdes está dividida em nove sub-regiões. Há uma produção anual de 80M de litros de vinho sob a responsabilidade de 2000 marcas, havendo mais de 20.000 produtores na região demarcada dos vinhos verdes (como comparação, na região demarcada do Douro, há mais de 30.000 produtores).
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As nove sub-regiões
O vinho verde é constituído por 9 sub-regiões. São elas: Sub-região de Amarante, Sub-região do Ave, Sub-região de Baião, Sub-região de Basto, Sub-região do Cávado, Sub-região do Lima, Sub-região de Monção e Melgaço, Sub-região de Paiva e Sub-região do Sousa.
Vinho verde
Os vinhos verdes normalmente são frescos, frutados, florais, podendo ser uma bebida que se revela indicada para um consumo diário. Não é um vinho para ser bebido apenas nos meses quentes do ano.
O vinho verde pode ser tinto, branco, rosé. Ao contrário do que muitos pensam, o vinho verde não é sempre branco!… Maioritariamente, é um vinho que não passa pela madeira. O seu processo de vinificação dá-se em cubas de inox e não estagia em madeira, durante o seu processo de produção (embora haja excepções bem sucedidas!).
Agora que teve a oportunidade de saber um pouco mais sobre Vinho Verde, confesse lá se nunca tinha ouvido (ou pensado) muita coisa errada sobre ele? Fique atento ao NCultura que publicaremos mais artigos sobre vinho em geral e sobre vinho verde em particular!