Aprenda sobre a tradição secular da produção de sal, a importância cultural e económica desta atividade e como as Salinas do Samouco se tornaram uma parte essencial da identidade local.
As Salinas do Samouco revelam-se uma atração imperdível do Tejo. Todos os que visitam as salinas ficam encantados. No presente artigo do NCultura, poderá ficar a conhecer um pouco melhor esta atração que pode ser visitada e admirada.
Salinas do Samouco: ouro branco no rio Tejo
O sal sempre foi visto como um produto especial. Ele encontra-se presente na vida dos Homens desde sempre. Em tempos, foi visto como símbolo religioso e foi mesmo usado como moeda, tendo sido visto como uma fonte de poder e motivo de conflitos.
A exploração deste produto em Alcochete é antiga. Pelo menos, desde o século XVII que mantém uma relação íntima com a povoação local.
Património
As salinas do Samouco foram instituídas como “Fundação para a Proteção de Gestão Ambiental das Salinas do Samouco”. Este património revela-se um local “sagrado”, presente nas proximidades da capital portuguesa, a pouco mais de 30 quilómetros de Lisboa. Nas salinas do Samouco, poderá encontrar grandes montanhas de sal. Contudo, não faltam outras curiosidades para matar a sede de conhecimento e aventura…
Salinas do Samouco
Estas salinas são consideradas uma instituição de direito privado e de utilidade pública, existindo a obrigação de promover a conservação do salgado e a respetiva manutenção, na perspetiva da conservação na Natureza, havendo também outras missões, nomeadamente a proteção ambiental.
Caraterísticas
O complexo de salinas é formado por um conjunto de várias salinas e pelos seus tanques, que reduzem de tamanho à medida que se caminha para o interior. Nesse processo, a complexidade do rendilhado dos acessos vai aumentando. Além de tanques, no local, podemos encontrar um sistema de valas intrincado, que permitem abastecer os tanques com a água que provém do rio.
Manutenção das salinas
Estas estruturas sofrem uma erosão significativa. Por isso, requerem manutenção regular. É necessário fazer a conservação dos muros de proteção e divisórias das salinas. Para assegurar a manutenção do espaço, também se deve realizar a limpeza de valas e esteiros e preservação das comportas. A gestão deste espaço possibilita que este salgado se revele um dos mais ricos em aves aquáticas de todo o estuário de Tejo. Simultaneamente, este espaço promove o desenvolvimento de algumas atividades económicas associadas às salinas.
O estado
A visão é encantadora, mas destaca-se a invasão pela vegetação alófita, que surgiu devido ao abandono e degradação de algumas salinas. Esta vegetação encontra-se sujeita às marés, originando manchas de sapal.
O ouro branco
Este paraíso natural estende-se ao longo de 360 hectares. Esta atração vizinha do Tejo apresenta uma grande riqueza.
Nas salinas do Samouco, poderá encontrar uma salina ainda em laboração. Este espaço faz lembrar o tempo em que o produto foi designado de “ouro branco”, uma vez que servia para sustentar várias famílias de Alcochete.
Experiência
Para quem quiser saber como é a vida local, basta colocar as mãos na massa, ou melhor, no sal. A fundação responsável pelo espaço organiza diversos tipos de visita ao local.
A salina encontra-se aberta diariamente, sendo possível fazer uma visita com ou sem guia, além de se poder seguir pelo trilho do flamingo (todos os sábados e domingos).
A experiência é bastante agradável. Os preços para viver momentos inesquecíveis são bastante convidativos: entre os 2,50€ e os 5€ (sendo gratuito para crianças até aos 5 anos).
Produtos locais
No passado, as salinas do Tejo chegaram a ser as maiores produtoras de sal de Portugal. No entanto, hoje em dia, apenas estas duas salinas produzem sal e ambas encontram-se no salgado do Samouco.
Essas salinas são a salina semi-mecanizada do Brito e a salina do Canto que produz sal de modo tradicional. Na salina do Canto, é feita a produção de sal traçado, sal grosso e flor-de-sal. Tratam-se de produtos que pode levar para casa, uma vez que podem ser comprados na receção da Fundação.
Riqueza animal
O espaço geográfico é significativo. São cerca de 360 ha. No território do complexo de Salinas do Samouco, foram identificadas 170 espécies de aves. Podemos assistir ao comportamento de aves nos seus rituais diários, nomeadamente papa-moscas, corujas, perdizes, patos-trombeteiros, mochos galegos, entre outros.
Burros
Outra curiosa presença está num espaço específico dentro da reserva. Tratam-se dos burros mirandeses. Estes animais fazem as delícias dos mais pequenos. Quando as crianças encontram os burros mirandeses, ficam verdadeiramente maravilhados.
Peixes locais
Em alguns viveiros das salinas do Samouco, encontram-se reservatórios de água, cujo nível de água possibilita que algumas espécies de peixes de valor comercial se desenvolvam naturalmente, nomeadamente: o robalo, a dourada, a enguia, o linguado e ainda a camarinha, que consiste num pequeno camarão muito procurado.
Hortícolas
Os muros das salinas foram usados como locais particularmente ricos para a produção de hortícola, tendo servido como forma de sustento suplementar dos marnoteiros.
Desta forma, é possível encontrar nas salinas do Samouco alguns produtos hortícolas e forragens produzidos em regime biológico, havendo até um pomar. Por isso, durante a época da colheita, os visitantes interessados nestes produtos da horta e do pomar podem comprar.
Gestão do salgado
Nestas salinas, o salgado é gerido para poder ser usado pelo maior número de aves aquáticas.
O controlo dos níveis de água adequados à avifauna é fundamental, sendo necessário contribuir ao máximo para suster o avanço da vegetação invasiva. A intenção é conseguir manter os locais como espaços propícios ao repouso das aves aquáticas e à nidificação.
Caminhadas
Este espaço é perfeito para caminhadas e observação de aves. Aliás, esta é uma Zona de Proteção Especial, sendo visitada por 170 espécies de aves.
Os amantes de birdwatching ficarão fascinados. A grande atração são seguramente os flamingos (a visita guiada do Trilho dos Flamingos é imperdível), havendo ainda a destacar as garças e os pernilongos que habitam este espaço.
É possível alugar binóculos aos responsáveis pelo local no momento de realizar esta atividade. É ainda permitido que se utilize a cabine de observação de pássaros, uma experiência memorável.
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Um evento especial
Caminhar com flamingos é uma experiência memorável. Todos os interessados em fazer uma caminhada inesquecível devem reservar o dia 25 de fevereiro. O evento inicia-se às 9h50, à entrada das Salinas do Samouco (o ponto de encontro), prolongando-se até às 13h30.
Neste evento, irá fazer-se uma caminhada com uma extensão de 6 kms, aproximadamente. Além disso, será realizada uma Visita Guiada pelas Salinas do Samouco. Entre os destaques, estará a identificação de flora e fauna.
As diversas aves que habitam a área merecem uma atenção especial. Finalmente, haverá a oportunidade de conhecer a cultura e história que está ligada à atividade salineira.
Ponto de encontro: entrada das Salinas do Samouco
- Complexo das salinas do Samouco 2890-532 Alcochete
- Latitude: 38°44’36.77″N / Longitude: 8°58’52.79″W
- Hora do Encontro: 9h50 / Hora prevista para o final: 13h30