Fique a conhecer a história de D. Dinis, o rei que combateu pelo território das Aldeias Históricas de Portugal. Saiba a importância que o monarca teve.
Ao longo da história de Portugal, muitos foram os homens e mulheres que se destacaram. São quase 900 anos de percurso histórico. Por isso, é natural que muitos dos feitos sejam mais recordados em determinados locais, onde certas conquistas foram realizadas. D. Dinis pode ser recordado por diversas virtudes. No entanto, o seu contributo na manutenção de algumas aldeias com muito passado torna-o numa figura muito estimada na região.
Fique a conhecer a história de D. Dinis, o homem que tornou as aldeias históricas portuguesas. Saiba a importância que o monarca teve.
A história do rei que lutou pela região das Aldeias Históricas de Portugal
D. Dinis (1279-1325)
Foi no dia 09 de outubro de 1261 que D. Dinis nasceu, mais precisamente em Lisboa. O seu pai foi D. Afonso III (conhecido pelo cognome “O Bolonhês”) e a sua mãe foi D. Beatriz de Castela. D. Dinis reinou entre 1279 e 1325. Ele ficou conhecido pelo cognome de “O Lavrador”. O seu sucessor foi o seu filho, D. Afonso IV (“O Bravo”), fruto da sua união com D. Isabel de Aragão.
D. Dinis faleceu no dia 07 de janeiro de 1325 (em Odivelas). No entanto, ao longo do seu reinado, teve a oportunidade de fazer grandes conquistas e de deixar um legado importante.
O rei poeta
D. Dinis foi um rei distinto preocupado com a cultura. O monarca revelou-se um homem culto, interessado em ser justo e piedoso. D. Dinis era uma pessoa decidida e inteligente.
Em certos contextos, soube ser cruel, quando percebeu que era pertinente e benéfico para o reino. No entanto, ficou mais conhecido pelo seu interesse em matérias mais intelectuais, tendo sido descrito frequentemente como o “Rei Poeta”, porque estima-se que D. Dinis tenha escrito 173 poemas, em galaico-português.
D. Dinis foi um rei importante para Portugal. Na época em que viveu, D. Dinis foi bastante respeitado no mundo.
O Lavrador
No entanto, o cognome que ficou associado ao monarca foi outro, “O Lavrador”. D. Dinis ficou conhecido desta forma, porque ele realizou uma aposta importante no campo e na agricultura. O reinado do 6º rei português ficou marcado por diversas curiosidades. Este monarca realizou uma obra relevante. O Rei português foi um dos monarcas mais elogiados por historiadores e cronistas do seu tempo. D. Dinis foi um dos monarcas que mais marcou a História de Portugal.
Aldeias Históricas de Portugal
O nome deste monarca português ganha ainda mais força no território das Aldeias Históricas de Portugal.
D. Dinis deu poder a estes locais, tendo feito questão de assegurar que muitas fortalezas raianas se mantivessem portuguesas. Havia constantemente a ameaça que elas se tornassem castelhanas, dada a proximidade com o que hoje identificamos como Espanha.
A rede das Aldeias Históricas
Portugal tem na região Centro diversos tesouros turísticos. Entre os maiores destaques estão as famosas 12 Aldeias Históricas de Portugal. Estas aldeias revelam-se destinos fantásticos. Cada uma representa diferentes atrações. Todas elas proporcionam experiências memoráveis.
As 12 aldeias históricas
- Almeida
- Belmonte
- Castelo Mendo
- Castelo Novo
- Castelo Rodrigo
- Idanha-a-Velha
- Linhares Da Beira
- Marialva
- Monsanto
- Piódão
- Sortelha
- Trancoso
Proximidade com Espanha
As Aldeias Históricas encontram-se perto da fronteira com Espanha. Por isso, elas desempenharam um papel importante ao longo do tempo. Elas serviram como pontos estratégicos para assegurar a defesa do reino português.
Estas aldeias portuguesas encontram-se num ótimo estado, bem preservadas e muito agarradas às suas tradições. Elas contaram com o apoio do governo que fez questão de proteger o seu património histórico-cultural. Estas Aldeias Históricas representam o que de melhor há em Portugal ao nível do turismo rural.
Reinado
D. Dinis foi aclamado Rei, em 1279, quando tinha apenas 17 anos. A fronteira entre o nosso reino e Castela ainda era definida pelo Rio Côa, mais precisamente da nascente (que se localiza na Serra das Meses, na aldeia de Fóios, no concelho do Sabugal) até afluir ao Douro, em Vila Nova de Foz Côa.
Casamento
No ano de 1282, recebeu e conheceu Isabel, a mulher com quem já tinha casado há quatro meses, por procuração. Esta mulher era filha de Pedro III, rei de Aragão, que mais tarde ficou conhecida como Rainha Santa.
D. Dinis visitou Trancoso. Esta era uma das fortalezas mais importantes. Ela permitia vigiar este troço de fronteira. Por isso, ela era motivo de conflitos frequentes entre Portugal e Castela. Mais tarde, mais precisamente em 1296, D. Dinis regressa a este território, desta vez para atravessar o Côa e ocupar as fortalezas castelhanas de Riba Côa.
Ação militar
Após D. Dinis ter realizado esta ação militar, o monarca acabou por aceitar a celebração do Tratado de Alcañices, que permitia fazer a consolidação de fronteiras e assegurar um compromisso de paz.
Este momento importante aconteceu a 12 de setembro de 1297. Desde então, o nosso país mantém a fronteira que então apresentava. Esse tratado permitiu integrar Riba Côa no território nacional, além dos castelos de Alfaiates, Almeida, Caria Atalaia, Castelo Bom, Castelo Melhor, Castelo Rodrigo, Monforte de Riba Côa, Sabugal e Vilar Maior.
Investimento
D. Dinis investiu na consolidação do território. Fê-lo com um forte sentido estratégico. Esta decisão estratégica representou um dos programas de restauro do nosso sistema defensivo mais ambicioso de sempre.
Entre 1288 e 1315, o estilo gótico apresentou-se em 55 castelos. Infelizmente, nem todas as construções sobreviveram. No entanto, as obras realizadas nestes monumentos permitiram que muitas destas construções chegassem aos nossos dias. Estes monumentos até surgem valorizados por ostentarem testemunhos da arquitetura militar dessa época.
Fortalecimento das aldeias
Foram realizadas intervenções em 9 fortificações no território que hoje associamos às Aldeias Históricas de Portugal, nomeadamente nos seguintes locais: Alfaiates, Almeida, Castelo Bom, Castelo Melhor, Castelo Mendo, Castelo Rodrigo, Pinhel, Vilar Maior e Sabugal. A intervenção realizada neste local transformou-se no protótipo do castelo gótico.
Enriquecimento patrimonial
Nas intervenções realizadas, estavam incluídos todos os castelos que se encontravam no ativo e entraram na posse de Portugal com a assinatura do Tratado de Alcañices.
Desta forma, o monarca português demonstrava que tinha assegurado um enriquecimento patrimonial e que este estava bem protegido. Essas estruturas defensivas tinham passado a ser portuguesas.
Papel de relevo
Ora, é graças a D. Dinis, pelo menos em parte, que os castelos e muralhas da Aldeias Históricas de Portugal (assim como das localidades nas proximidades) se conservam até à atualidade.
O monarca lutou pelas terras de Riba Côa e fez questão de assegurar que os seus castelos se mantivessem fortalecidos. Os imponentes edifícios estiveram sempre vigilantes, de forma a poderem assegurar a defesa do território do nosso país.
É bom de notar que a nossa história não é completamente esquecida pelas gerações mais novas, belo trabalho de pesquisa, Parabéns!