Confira 13 esclarecimentos, incluindo a reduflação, para evitar ser enganado. Sempre que se entra num supermercado, invadimos território inimigo. Este espaço é um campo de batalha que está preparado ao pormenor pelo departamento de marketing para assegurar o máximo de sucesso. Os clientes nem se apercebem do que lhes acontece. Passeiam no espaço como se fossem turistas. No entanto, são vítimas. Em vez de jorrarem sangue, jorram euros. Os supermercados são campos de batalha minados.
Há diversas armadilhas que nos fazem perder o sentido crítico, levando-nos a comprar o que não necessitamos, nem queríamos. Quantas vezes entrou num supermercado para comprar 5 artigos de que realmente necessitava e saiu de lá com 20? Não se deixe enganar. Descubra os segredos dos supermercados, identifique armadilhas e não cai nelas.
Reduflação e outras armadilhas desvendadas no supermercado
O que fazer perante as artimanhas do supermercado?
Os supermercados não são problemáticos, apenas quando colocam preços altos. Há várias práticas pouco transparentes que lesam os portugueses sempre que estes vão às compras.
A ASAE tornou público que existem diversos supermercados que cobraram preços superiores na caixa, em comparação com os que estão assinalados nas prateleiras. Por isso, deve prestar atenção a esse pormenor para evitar pagar (ainda) mais.
1 – Preço errado na caixa
Se perceber que o preço na caixa é maior do que anunciado, denuncie a situação. Não deve apenas chamar a atenção do operador de caixa. O funcionário tem um poder limitado para mudar a situação. O procedimento adequado é apresentar queixa no livro de reclamações. Desta forma, irá informar não só os responsáveis da empresa, como os da ASAE que tomam o conhecimento da situação e poderão atuar.
2 – O preço a pagar
Quando existe essa diferença de preços na prateleira e na caixa, deve apenas pagar o preço publicitado no artigo ou etiqueta. O supermercado é obrigado a aplicar-lhe o valor mais reduzido.
3 – Chamar a polícia
Muitos questionam se devem chamar a polícia para identificar a diferença entre preços. No entanto, a associação de defesa do consumidor DECO diz que não é preciso fazê-lo. É suficiente fazer a reclamação escrita. Concentre as suas energias nessa tarefa.
4 – O comportamento a ter nas compras grandes
Quando se enche o carrinho, há tanta coisa, que se torna impossível confirmar todos os preços na caixa. Nesses casos, é muito difícil controlar os preços. No entanto, existem estratégias que devem ser adotadas. Por exemplo, pode ir anotando na lista de compras o preço de cada artigo. Depois, pode somar tudo com antecedência. Desta forma, irá perceber se o valor difere ou não do que se esperava.
Outra estratégia que até permite controlar o valor das compras é ir registando no telemóvel (e somando) os preços dos produtos que comprou com o telemóvel. Até pode tirar fotografias às etiquetas dos preços que colocar no carrinho.
5 – As frutas e legumes
Sabemos que mesmo com essas estratégias, não se consegue controlar os preços todos, porque alguns são pesados na caixa, como as frutas e legumes. Nesse caso, o preço só se fica a conhecer nessa altura.
Nestas circunstâncias, pode apontar o preço por quilo e depois confirmar se ele se mantém na caixa. Apesar de não se poder saber ao certo o preço final, o preço por quilo tem de ser o mesmo.
6 – Identificação em casa
Sempre que chega a casa, deve analisar logo a fatura. Se só em casa reparou que houve preços diferentes, após analisar a fatura, o cenário complica-se. Nesses casos, fica mais difícil comprovar que houve uma diferença de preços entre a prateleira e a caixa.
No entanto, nesse contexto, deve tentar regressar ao supermercado e comprovar a diferença. Apesar da viagem, em princípio, a informação na prateleira irá manter-se. Se fizer a viagem noutro dia, há um risco maior. Não tem a garantia de que o preço publicitado não mudou. Por isso, idealmente, para evitar estes problemas, o consumidor deve estar muito atento na altura da compra!
7 – Reclamar em casa
Uma opção que todos os clientes têm é a de reclamar em casa. É possível recorrer ao livro de reclamações eletrónico. Se se sentir desconfortável a exercer esse direito na loja, pode sempre fazê-lo em casa.
8 – Devo avisar a ASAE ou a DECO?
A ASAE será automaticamente informada da prática irregular do supermercado, se fizer a queixa no livro de reclamações. Também pode fazer o seu problema chegar à associação de defesa do consumidor, que irá reencaminhar para a ASAE.
9 – As promoções
Todos querem poupar. Para saber se as promoções dos supermercados estão a ser aplicadas, tem de fazer o trabalho de casa. Deve primeiro estudar os preços, seja nos folhetos em papel ou nas plataformas digitais. Posteriormente, registe. Desta forma, ficará a saber quais são as promoções e se esses preços estão a ser aplicados.
Conhecer as promoções da concorrência permite poupar. Indo a outros locais, como mercearias ou feiras, pode justificar-se!
10 – O fim da promoção do folheto
Não é incomum chegar à loja e confirmar que o espaço já não tem o desconto no produto. É frustrante constatar que o preço já não está mais baixo. Nesse caso, deve reclamar, porque o supermercado tem de aplicar o valor que publicitou.
Se a promoção estiver dentro do prazo, tem de estar em vigor, só se deixar de haver ‘stock’. Havendo produto, o valor cobrado deve ser o mais barato. Apesar de no folheto revelar as condições da promoção e informar que está sujeita a uma rutura de ‘stock’, se o produto se encontra na prateleira, significa que essa rutura não aconteceu.
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11 – O tempo das faturas
Na generalidade das compras que se realizam no supermercado, não há um prazo indicativo. No entanto, quando se faz a compra de um eletrodoméstico, como um micro-ondas, deve guardar a fatura por dois anos.
Mesmo que a compra tenha outros produtos, como manteiga, arroz… Deve guardar por causa da garantia do aparelho eletrónico.
12– Comprar um produto dentro da data de validade estragado
Essa situação é frustrante, especialmente neste contexto em que os preços estão altos. É como se estivesse a deitar dinheiro ao lixo. Quando tal acontece, guardar as faturas pode fazer a diferença, porque pode ir ao supermercado apresentar reclamação. Apesar de não ser certo que o produto seja substituído, fica o registo. A cadeia de produção ficará alertada.
13 – Reduflação: o produto de sempre está alterado
Mesmo quando se compra o mesmo produto há vários anos, pode surgir uma mudança e ele passar a apresentar menos quantidade. É a reduflação, uma estratégia que permite manter o preço, mas a quantidade é reduzida.
Como as embalagens não se alteraram (na cor, no design, na imagem), o cliente continua a comprar sem perceber que está a comprar o mesmo que no passado, pagando o mesmo valor, por menos produto. Por isso, para perceber se está a pagar o mesmo por menos, deve estar sempre atento ao preço por quilo ou litro.