As eleições autárquicas aproximam-se a passos largos e, no próximo dia 12 de outubro de 2025, milhões de portugueses vão às urnas para eleger os executivos camarários e as Assembleias Municipais dos 308 municípios do país. Mas uma questão que desperta sempre curiosidade é: quanto ganham os presidentes de câmara e os vereadores?
A resposta não é simples, mas há uma regra clara: as remunerações dos autarcas estão diretamente ligadas ao número de eleitores do município onde são eleitos. Quanto maior o concelho em termos populacionais, maior é o salário do presidente da câmara e dos seus vereadores.
O salário dos autarcas tem como referência o Presidente da República
Para compreender melhor, é preciso destacar que a base de cálculo dos salários dos autarcas é a remuneração do Presidente da República. Em 2025, Marcelo Rebelo de Sousa recebe um vencimento ilíquido base de 8.370,14 euros, segundo os dados da Direção-Geral das Autarquias Locais (DGAL).
Com esta referência, aplica-se uma percentagem do salário presidencial que varia consoante o número de eleitores de cada município.
Lisboa e Porto concentram os salários mais elevados
É nas duas maiores cidades do país que se encontram as remunerações mais altas. Em Lisboa e no Porto, os presidentes de câmara auferem 4.604 euros brutos mensais, a que se somam despesas de representação que podem ascender a 1.381,20 euros.
Já os vereadores, a tempo inteiro, recebem 3.683,20 euros ilíquidos, correspondentes a 80% do vencimento do presidente da câmara, além de 736,64 euros em despesas de representação.
Estes valores colocam os autarcas das duas principais cidades portuguesas entre os mais bem pagos da política autárquica nacional.
Quatro escalões salariais em função dos eleitores
A lei divide os municípios em quatro escalões, que definem o salário dos autarcas em função do número de eleitores:
- Lisboa e Porto – os presidentes recebem 55% do salário do Presidente da República;
- Municípios com mais de 40 mil eleitores – recebem 50%;
- Municípios entre 10 mil e 40 mil eleitores – recebem 45%;
- Municípios com menos de 10 mil eleitores – os presidentes recebem 40% do vencimento presidencial.
Este sistema garante que os salários estão ajustados à dimensão do concelho e ao peso da responsabilidade de governar mais ou menos eleitores.
Autárquicas de 2025: o que está em jogo?
No dia 12 de outubro de 2025, os portugueses vão eleger não apenas os presidentes de câmara e vereadores, mas também as 3.259 Assembleias de Freguesia, mais 167 do que em 2021, fruto da reposição de 302 freguesias que tinham sido agregadas em 2012, através da desagregação de 135 uniões de freguesia.
Será, por isso, um ato eleitoral de enorme importância, marcado pela reorganização administrativa e pela possibilidade de renovar lideranças locais em todo o país.
Onde consultar mais informações?
Todas as informações detalhadas sobre o processo eleitoral podem ser consultadas no site oficial da Comissão Nacional de Eleições (CNE). É lá que os eleitores encontram tudo o que precisam de saber para exercer o seu direito de voto de forma informada e consciente.
Conclusão
Os salários dos autarcas podem surpreender, refere o Notícias ao Minuto, mas refletem a lógica de proporcionalidade entre a responsabilidade política e o número de cidadãos representados. Seja em Lisboa, no Porto ou no mais pequeno dos concelhos portugueses, a decisão de outubro determinará não apenas quem governa, mas também quem assume as remunerações que geram tanta curiosidade entre os eleitores.
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