Igreja de São Martinho de Soalhães: Provavelmente, a igreja mais bonita de Portugal

Fique a conhecer uma igreja singular. Conheça as características de um templo incomum que, provavelmente, é a igreja mais bonita de Portugal.

O nosso país tem uma riqueza patrimonial que nem sempre é valorizada. Ao longo da sua história, com quase nove séculos, foram construídos diversos monumentos de relevo em Portugal que nos dizem muito sobre o nosso país.

As construções religiosas que se espalharam de norte a sul de Portugal (e também nas ilhas) são bastante apreciadas por um povo que sempre sentiu grande ligação à religião. Há algumas igrejas que se destacam pela sua monumentalidade, outras que se destacam pelas fachadas repletas de azulejos, outras pela riqueza do seu interior.

Em Marco de Canaveses, está uma construção religiosa de grande importância para o município, a Igreja de São Martinho de Soalhães. Fique a conhecer uma igreja singular. Conheça as características de um templo incomum.

 

Igreja de São Martinho de Soalhães: Provavelmente, a igreja mais bonita de Portugal

Localização

A Igreja de Soalhães encontra-se presente na freguesia de Soalhães, pertencente ao município do Marco de Canaveses, no distrito do Porto. Esta igreja que se tornou numa atração imperdível neste concelho revela-se uma construção religiosa de incrível beleza.

Este templo está datado do século XII. A igreja foi elevada a paróquia no século XIII. Este é um monumento que se destaca entre as construções religiosas. A Igreja de Soalhães é uma das mais bonitas de Portugal, indiscutivelmente. Há quem defenda que se trata do templo português mais belo.

 

Características

A talha parietal da nave é barroca. Esta deve ter sido concebida na década de trinta do século XVIII. Os apainelados do templo são compostos por 9 painéis figurativos em relevo, alternados e que se encontram separados por elementos de talha dourada e policromada, que se apresentam a forrar os paramentos interiores, desde a sanca do teto até ao nível dos painéis de azulejos.

No lado do Evangelho, encontra-se um arco, que encima a passagem para a capela de São Miguel. Ele está decorado integralmente com painéis de talha, desde o pavimento até ao topo.

De ambos os lados da nave da igreja, existe um púlpito. Ao fundo, o coro alto encontra-se suportado por 4 atlantes, existentes no subcoro.

No coro alto, há um varandim que é composto por painéis rendilhados em talha, com balaústres ao centro e, no subcoro, a talha existente, encima os nichos laterais, onde se podem encontrar as esculturas dos atlantes que suportam o coro alto.

A talha é bem elaborada e a visão geral do conjunto parece sugerir a formação de um puzzle, onde as cores dominantes são o dourado e o vermelho.

Os elementos entalhados são típicos da temática joanina. Podem observar-se elementos como: anjos, pássaros, corações, flores, conchas, além de elementos vegetalistas, cabeças de serafins, meninos.

Estas peças apresentam-se também decoradas com grinaldas de flores e folhas douradas e pintadas sobre as zonas de fundo, lisas, de cor vermelhas. Destaca-se ainda a aplicação da folha metálica diretamente sobre a têmpera original e, em muitos casos, contornados a preto.

Os painéis figurativos da nave, a começar pelo do lado do Evangelho, a partir do arco cruzeiro, são dedicados (respetivamente) a: Nossa Senhora das Dores; “Agonia no horto”; “Prisão de Jesus em frente a Judas”; “Flagelação de Jesus”.

Do lado da Epístola, a partir do coro alto, isto, no sentido da capela-mor, encontram-se a “Coroação de Jesus”; o “Cristo como rei dos Judeus” ou “Cristo carregando a cruz”; “São Martinho com capa”; e São Martinho Bispo.

Os painéis apresentam muitas semelhanças. Estes painéis destacam-se pela profusão de personagens representadas. A nível decorativo, os painéis apresentam-se todos dourados e policromados. As vestes revelam-se ricamente decoradas, simulando padrões muito invulgares e coloridos, convivendo com esgrafitados e puncionados.

Reconhecimento

Esta igreja é uma referência local. Este templo foi classificado como Monumento Nacional em 1977.

Heranças de outros tempos

A Igreja de São Martinho de Soalhães teve a sua origem num mosteiro do século XII. Este espaço foi sede do poder religioso num território muito importante. Dessa época, apenas persistem o portal principal, além da moldura que revela pérolas do interior do óculo que o encima e ainda o túmulo na capela-mor.

 

A transformação

No século XVIII, a igreja sofreu uma profunda transformação, adquirindo um interior profusamente decorado ao estilo barroco, onde reinam a talha dourada e os painéis de azulejo.

Rota do Românico

A Igreja de São Martinho de Soalhães é um dos mais belos monumentos e recantos que se podem observar na Rota do Românico, no Vale do Tâmega. Este encantador templo vale a pena ser visitado, porque apresenta uma beleza incomum.

As fotografias ajudam a dar justiça da sua beleza, mas ficam aquém da experiência de estar in loco, a contemplar a riqueza do templo diretamente.

 

Cronologia

875 – Há referência a uma basílica onde existiriam relíquias de São Martinho;

1120 – Há referência ao mosteiro de Soalhães;

Nos séculos XIII (finais) ou XIV (inícios), são tidos como data provável da reedificação da Igreja de Soalhães. Esta estimativa é feita com base nos vestígios românicos remanescentes.

1304 – Instituição do morgadio de Soalhães;

1320 – Soalhães, com Mesquinhata e Santa Cruz são taxadas em 400 libras;

1514 (15 de julho) – Data do foral concedido a Soalhães;

1733 – Data que assinala as reformas realizadas na estrutura. Sendo momento em que o património é integrado da Igreja (assinalada no coro alto);

1740-50 – Cronologia provável para a campanha azulejar da nave da Igreja de Soalhães;

1977 – Classificação da Igreja de Soalhães como Monumento Nacional (segundo decreto n.º 129). Esta classificação apenas incluía os elementos românicos;

1980, março, 26 – Despacho de alargamento do âmbito de classificação da Igreja de Soalhães contemplado pelo decreto n.º 129 de 1977;

1997 (dezembro, 31) – É realizado decreto estabelecendo uma nova redação à designação oficial da Igreja;

2010 – É feita a integração da Igreja de São Martinho de Soalhães na Rota do Românico;

2017-2018 – No âmbito da Rota do Românico, é realizado um restauro dos revestimentos azulejares, nas talhas e esculturas da nave e conservação das coberturas.

 

Dia do Orago

São Martinho realiza-se no dia 11 de novembro.

Horário de visita

Esta igreja só pode ser visitada após se fazer a marcação com a devida antecedência.

Horário de Culto

É sempre possível estar neste espaço em dias de culto, aos sábados (17h30) e aos domingos (8h30).

Acessibilidade

A Igreja de São Martinho de Soalhães é um monumento acessível, total ou parcialmente, por isso, pode ser visitado por pessoas com mobilidade reduzida.

 

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Informação Útil

Como chegar:

Se vem do Norte de Portugal, pode vir através…

– da A28 (Porto);

– da A3 (Porto);

– da A24 (Chaves/Viseu);

– da A7 (Póvoa de Varzim);

– ou da A11 (Esposende/Marco de Canaveses).

Siga na direção da A4 (Bragança/Matosinhos). Posteriormente, saia para o Marco de Canaveses e continue na direção de Baião até ao momento em que se depara com a sinalização da Igreja de Soalhães.

A partir do Porto opte por vir pela A4 (Vila Real). Posteriormente, saia para o Marco de Canaveses e continue para Baião.

Se vier pelo Centro ou Sul de Portugal, deve vir ou pela A1 (Porto) ou pela A29 (V.N. Gaia). Opte pela A41 CREP (Vila Real). Posteriormente, escolha a A4 (Vila Real) e, em seguida, saia para o Marco de Canaveses. Continue para Baião.

Se já se encontra na cidade do Marco de Canaveses, então tome a variante à estrada N211 na direção de Baião até ao momento em que se deparar com a sinalização da Igreja de Soalhães.

• Localização GPS: 41,160537, -8,096775
• Morada: Avenida da Igreja, Soalhães 17, Marco de Canaveses, 4630-609, Porto, Portugal
• Contactos: +351 255 810 706 / +351 918 116 488 / [email protected]