Pleonasmos são vícios de linguagem que devem ser evitados. Conheça alguns dos pleonasmos da língua portuguesa a evitar.
No nosso quotidiano, assistimos ao uso excessivo de palavras que são ditas em conjunto com outras palavras que, apesar de usadas, são absolutamente desnecessárias. Tratam-se de pleonasmos que são ditos em conversas no café, em telejornais, em revistas e em jornais e que, por isso, ouvimos com regularidade.
Um pleonasmo representa um excesso de ruído e atrapalha a comunicação. Além de se prejudicar o que é relevante – a mensagem -, é dado ênfase ao que é secundário e superficial. Por isso, convém estar atento e evitar a todo o custo cometer estes vícios de linguagem, estas gaffes que sujam a nossa mensagem – que se pretende o mais limpa, clara e distinta possível.
Na literatura, existem muitos escritores que recorrem a pleonasmos para evidenciar uma determinada mensagem. Contudo, no nosso quotidiano, o recurso a pleonasmos só prejudica a comunicação. Nada trazem de útil. É como estar num deserto em plena luz do dia e recorrer a uma lanterna acesa para procurar areia. Portanto, fique a conhecer alguns pleonasmos que são proferidos com frequência e que mancham a sua reputação.
Definição de pleonasmo
Termo que vem do grego pleonasmos, significando “superabundância”, pelo latim pleonasmu, pleonasmo. É um recurso estilístico que consiste em usar intencionalmente palavras e expressões redundantes e repetitivas, para tornar uma ideia mais expressiva (por exemplo: hemorragia de sangue).
É ainda o ato de exprimir por muitas palavras o que pode ser dito por poucas; circunlóquio. Também se diz do que é supérfluo, desnecessário.
Pleonasmos mais comuns
Descer para baixo
Errado: Ela sorriu mal o elevador começou a descer para baixo.
Certo: Ela sorriu mal o elevador começou a descer.
Este é um dos pleonasmos mais comuns (semelhante a outros como “subir para cima”, “entrar para dentro” ou “sair para fora”) e que mais dano causa à reputação de quem profere este pleonasmo. Toda a mensagem dita perde pertinência e eficácia, pois este é o tipo de pleonasmo que causa uma nódoa no discurso, uma distração daquilo que é verdadeiramente importante.
Definição de descer: Passar de um patamar para outro inferior, vir de cima em direção a um nível inferior
Adiar para depois
Errado: O FC Porto tinha o seu jogo agendado para sábado, mas adiou-o para depois de sábado.
Certo: O FC Porto tinha o seu jogo agendado para sábado, mas adiou-o.
Adiar é por definição, sempre, agendar para data posterior. Este é um pleonasmo semelhante a outro “antecipar para antes”. Por que razão se vai dizer adiar para depois se dizer adiar já dá a informação completa e indispensável?
Definição de adiar: Transferir para mais tarde, protelar, dilatar o prazo.
Repetir de novo
Errado: O Pedro reprovou no exame de condução. Agora, vai ter que o repetir de novo.
Certo: O Pedro reprovou no exame de condução. Agora, vai ter que repeti-lo.
Basta usar “repetir” para dizer o essencial. Ao acrescentar o “de novo”, estamos apenas a repetir um conteúdo, logo a adicionar uma mensagem irrelevante. Expressões como “repetir de novo” ou “repetir outra vez” tornam-se meramente redundantes.
Há alguns anos atrás
Errado: O planeta estava melhor há alguns anos atrás, não achas?
Certo: O planeta estava melhor há alguns anos, não achas?
Basta dizer “há alguns anos”, pois o verbo haver (conjugado na 3.ª pessoa do singular, como verbo impessoal) já informa sobre o tempo decorrido, tornando desnecessária a informação dada pela palavra “atrás”.
Gritar alto
Errado: O Professor, nervoso, desatou a gritar alto com os alunos.
Certo: O Professor, nervoso, desatou a gritar com os alunos.
Não se grita baixinho ou em silêncio. Por definição, gritar implica falar num volume alto. Assim, basta dizer gritar e prescindir de colocar o termo “alto”. Gritar é soltar gritos, dizer algo em voz muito alta, clamar em voz alta.