O majestoso Palácio Nacional de Mafra, ou Convento de Mafra, é um dos mais emblemáticos monumentos nacionais. É um imenso edifício com cerca de 40.000 m2. Vamos conhecê-lo.
O Palácio Nacional de Mafra, um dos mais importantes monumentos portugueses, foi considerado património cultural mundial. A distinção da UNESCO foi anunciada em Baku, no Azerbaijão, a 7 de julho de 2019, onde decorreu a reunião do comité desta que é a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura.
Palácio Nacional de Mafra, uma obra-prima
O Palácio Nacional de Mafra, concebido inicialmente como um pequeno convento para 13 frades, viu o seu projeto sofrer sucessivos alargamentos, acabando num imenso edifício de cerca de 40.000 m2, com todas as dependências e pertences necessários à vida quotidiana de 300 frades da Ordem de S. Francisco.
Foi preocupação de D. João V garantir o sustento do Convento, pagando as despesas do seu “bolsinho”. Assim, eram dadas propinas a cada frade duas vezes por ano, no Natal e no São João.
Constavam de tabaco, papel, pano de linho e ainda burel para os hábitos, tendo cada irmão direito a dois, um para usar e outro para lavar. Tinham ainda de remendar cada um a sua própria roupa.
No convento gastavam-se e anualmente, por exemplo, 120 pipas de vinho, 70 pipas de azeite, 13 moios de arroz (cada moio equivale a 828 litros) ou 600 cabeças de vaca.
Junto ao Convento ficava o Jardim da Cerca, com a horta, pomar, vários tanques de água e para se distraírem, sete campos de jogos, quatro da bola, um do aro e dois de laranjinha.
Ocupado pelas tropas francesas e depois inglesas na época das Guerras Peninsulares, o Convento foi incorporado na Fazenda Nacional quando da extinção das ordens religiosas em Portugal, a 30 de Maio de 1834 e, desde 1841 até aos nossos dias, foi sucessivamente habitado por diversos regimentos militares, sendo desde 1890 sede da Escola Prática de Infantaria.
Um pouco mais da sua história . . .
D. João V, rei de Portugal, havia prometido construir uma basílica se a sua esposa, D. Maria Ana Josefa de Áustria, lhe desse descendência. O nascimento da princesa D. Maria Bárbara foi interpretado por este monarca como uma graça divina pelo que, não olhando a despesas, mandou construir em Mafra um enorme edifício composto por uma basílica, um palácio real e um convento com uma das mais belas bibliotecas europeias.
Às 7 horas da manhã de 22 de Outubro de 1730, dia em que o rei fazia 41 anos de idade, iniciou-se a festa de consagração da basílica, que se prolongaria até às 7 da manhã do dia seguinte.
Foi servido, na ocasião, um banquete popular a 9.000 pessoas. As festas acabariam por se estender por mais 7 dias, ao som das melodias dos dois enormes carrilhões mandados vir expressamente de Antuérpia.
O Convento, mandado edificar por D. João V em 1711, é o mais sumptuoso convento e monumento barroco português. O projeto original é de Johann Friedrich Ludwig. O convento foi ocupado por Franciscanos e Dominicanos.
A existência de morcegos na Biblioteca chama a atenção dos visitantes, tanto mais que estes contribuem para a conservação dos livros. Os Carrilhões dos sinos têm em conjunto 92 sinos e pesam cerca de 217 toneladas.
Foram encomendados por D. João V e são considerados entre os melhores do mundo. Tocam valsas e contradanças. A forte ligação do palácio à música mantém-se até hoje.
Surpresa, é o primeiro sentimento que invade quem chega a Mafra. A dimensão do Convento espanta qualquer um: pode ser visto de longe, de qualquer ponto da cidade.
Os aposentos do rei foram construídos numa extremidade e os da rainha na outra, a 232m de distância. Ao centro, a basílica coberta por uma cúpula e rodeada por duas imponentes torres.
O último rei português – D. Manuel II – dormiu no Palácio Convento de Mafra na última noite que passou em Portugal, antes de partir para o exílio a 5 de Outubro de 1910 (dia da implementação da República).
A caça era uma das atividades eleitas pela família real, de tal modo que tinham uma sala do Palácio decorada só com elementos relacionados com caça. Os terrenos que circundavam o Convento permitiam estas grandes caçadas por serem ricos em fauna e flora.
Hoje, nessa mesma tapada decorre um projeto para a preservação dos lobos ibéricos.
Além da sala de caça, também no Palácio existe uma sala de jogos e uma sala da música.
Se o exterior já impressiona, o interior ainda nos espanta mais. É “forrado” a mármore, tem seis órgãos do início do século XIX e que voltaram a tocar em 2010, após 11 anos em recuperação.
Possui 11 capelas com 450 esculturas de mármore, 45 tribunas e é servida por 18 portas. Os carrilhões que pesam cerca de 217 toneladas são considerados os melhores do mundo e tocam valsas e contradanças.
A Basílica também é imponente.
O que também impressiona no Palácio Nacional de Mafra é a sua biblioteca. Com cerca de 40.000 livros com encadernações em couro, gravadas em ouro, inclui uma segunda edição de “Os Lusíadas” de Luís de Camões.
A conservação das obras literárias é feita por morcegos. Estes mamíferos alimentam-se das larvas que “tentam” destruir os livros, impedindo assim que isso aconteça.
Ainda nos dias de hoje, o Mosteiro reflete o estilo de vida dos monges franciscanos e que era completamente diferente do estilo de vida da família real.
Humilde, apenas com o essencial, possui uma cozinha, uma botica, um hospital – com 16 cubículos privados de onde os pacientes podiam ver e ouvir missa na capela sem saírem das suas camas.
D. João V, Monarca português, vigésimo quarto rei de Portugal, o seu reinado, que durou de 1707 até à sua morte em 1750, foi um dos mais longos da História portuguesa.
Nasceu a 22 de Outubro de 1689, filho de D. Pedro II e de D. Maria Sofia de Neuburgo, e foi aclamado rei a 1 de Janeiro de 1707. Casou a 9 de Julho de 1708 com D. Maria Ana da Áustria, irmã do imperador austríaco Carlos III.
Vídeo de: Luis Carneiro
É algo impressionante! A riqueza de detalhes é uma coisa extraordinária. Nesse tempo se primava pelo bom gosto.
É impressionante! Uma gigantesca obra e feitas em milhares de detalhes em um tempo de poucos recursos tecnológicos, porém, de grande criatividade aonde os artesãos eram os grandes mestres de obras.
Fico aqui imaginando quanto de recursos materiais oriundos do Brasil colônia foi utilizado nesta fantatisca construção.
Já está em agenda de uma visita futura,quando eu for a terras lusitanas.
Tem razão: Foi uma obra construída também graças ao ouro do Brasil, num tempo em que este era uma colónia de Portugal. Portanto, à luz da época, foi tudo normal.
Mas as contrapartidas também são imensas se olharmos ao extensíssimo património cultural construído, civil e sacro, que Portugal aí deixou.
Faz muito bem em vir ver este fantástico monumento. Boa estadia.
Lamentavelmente, só posso expressar a opinião que retirei de visita muito recente: Completamente votado ao abandono. Externo e interno. Vergonhoso. Sem conteúdo e o pouco existente, sem referenciação. Onde estão ss peças de outrora. Nem me atrevo a sugerir…